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Após ganhar Latin GRAMMY, Zé Ibarra lança álbum solo

zé ibarra 25 de maio

Foto de Elisa Maciel

Cantor, compositor e multi-instrumentista festejado, o carioca Zé Ibarra, de 25 anos, teve seu trabalho reconhecido internacionalmente em 2022 por conta do disco “Sim, “Sim “Sim”, da banda Bala Desejo — composta por ele ao lado de Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes — ter conquistado o GRAMMY Latino na categoria Melhor Álbum Pop em Língua Portuguesa.

Em paralelo à banda que mistura bossa nova com pop/rock, Ibarra desenvolve consistente carreira solo e, nesta quinta-feira, 25, apresentará nas plataformas um projeto retomando a sonoridade que conheceu durante suas vivências, na infância e adolescência, quando morava no bairro da Gávea, no Rio. As músicas foram gravadas apenas com voz e violão entre os degraus do Edifício Marquês de São Vicente. Lançado pelo selo Coala Records, o álbum “Marquês, 256” traz oito faixas, todas com os respectivos registros em vídeo.

Prólogo do primeiro disco-solo em estúdio de Ibarra, previsto para o início de 2024, o projeto é feito de material fonográfico e visual de versões mais orgânicas de canções que marcaram a vida pessoal e a carreira dele. Parte delas deu corpo às lives apresentadas pelo artista durante a pandemia de covid-19, e reproduzidas da área comum do prédio. As memórias de quando era criança, a visitação a um repertório que representasse o retrato de diferentes épocas do próprio amadurecimento e a vontade de registrar a aura do prédio, a que chama de “um objeto fantástico”, foram guias para que Zé Ibarra contemplasse o projeto da forma que ele é.

“O prédio virou um objeto fantástico na minha vida. Sabe aquele lugar em que você conhece cada milímetro e é apaixonado por cada milímetro? Sei cada portinha, cada escada, cada planta”, explica Zé Ibarra. “Até hoje, quando me apaixono por uma canção e quero cantá-la, é para lá que volto, para ouvir o som que reverbera naqueles corredores. É quase como extensão do meu corpo, faz parte de mim. Parece engraçado dizer algo assim, mas na verdade é uma sorte que dei. Talvez se não tivesse tido contato com uma acústica maravilhosa desde pequeno, não teria entendido que música é das coisas mais sensíveis e milagrosas que há”, completa ele.

A voz de Zé Ibarra, marcadamente uma das mais importantes de sua geração na música, aparece em primeiríssimo plano em “Marquês, 256″. A partir dela, ele se permite resgatar a figura de cantautores brasileiros, como Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco e Caetano Veloso, para deixar o violão como “de quem se acompanha”. “Ele é quase um respaldo ocasional para a voz. O tema do projeto é esse: a voz e a canção, como tantos outros já fizeram”, explica.

No repertório, releituras para “San Vicente”, composição de Milton Nascimento e Fernando Brant; “Vou-me Embora” (Paulo Diniz e Roberto José); “Olho D’água” (Waly Salomão e Caetano Veloso), gravada por Maria Bethânia. Entre as inéditas, destaque para “Dó a dó”, de Dora Morelenbaum e Tom Veloso e “Como eu Queria Voltar”, escrita por Ibarra, Tom Veloso e Lucas Nunes.

Ouça o álbum “Marquês, 256”, de Zé Ibarra:

 

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