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Alpha FM, no topo da lista do Ibope!

 

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As mais de três décadas de experiência no rádio não evitaram que o carioca Eduardo Leite mordesse a língua numa resposta dada a esse mesmo repórter em entrevista realizada no início de 2016. Perguntei naquela oportunidade se a Alpha FM, emissora que ele já dirigia há 12 anos, poderia brigar um dia com as rádios de programação mais popular pelo 1º lugar geral no Ibope. A resposta? “Sonhar com a liderança no geral é quase impossível. Já era difícil imaginar que conseguiríamos a incrível audiência que temos hoje com nossa qualificação”.

O próprio talento do radialista fez com que sua previsão de três anos atrás fosse varrida pelos números recentes do Ibope. Em janeiro deste ano, a Alpha chegou a 0,90% de audiência em São Paulo, cerca de 168 mil ouvintes por minuto. Apenas 0,04% a menos do que a líder – e até então praticamente imbatível – Band FM! Tudo isso com uma grande concentração nos públicos AB e C1 (o Ibope segue em suas pesquisas o padrão do IBGE, que divide a classe C em C1 e C2), com faixa etária entre 35 e 45 anos. Ou seja, uma audiência altamente qualificada.

Apesar desses números, a serenidade do diretor artístico da Alpha não foi substituída por euforia ou pela ambição de chegar ao primeiro lugar a qualquer custo. A tranquilidade na fala é a mesma de sempre. Por vezes, até parecida com o estilo da rádio que dirige. Sem gritaria ou alarde, mas com elegância e conteúdo. “Nossas metas seguem as mesmas de sempre: manter a audiência, sem perder qualidade. Ou cada vez ter mais qualidade, para manter a liderança em nosso segmento”.

Na entrevista a seguir, Eduardo Leite explica como tentar alcançar esses objetivos, celebra os bons números de outras emissoras adultas (“pode parecer estranho, mas o crescimento de nossas concorrentes também nos ajuda”) e ainda fala sobre Ibope, os artistas mais tocados na Alpha e como a emissora interage com a internet!

eduardo leite alpha

Show Business + SUCESSO! – A primeira pergunta não poderia ser outra: agora dá pra afirmar que a Alpha briga pelo primeiro lugar geral na audiência em São Paulo?
(risos) Querendo ou não querendo, porque esse realmente não era nosso objetivo principal, hoje não dá pra dizer que não estejamos brigando. Os números dizem isso. Neste último mês (fevereiro), a diferença em favor da Band até voltou a crescer, mas no mês anterior nossa subida havia sido enorme. Já faz três meses que estamos em segundo lugar e a rádio foi a única entre as cinco primeiras do Ibope com variação positiva de audiência em 2018.

Num mercado dominado pelo sertanejo, e também com muito espaço para o pagode e o funk, levar uma rádio que não toca esses gêneros ao segundo lugar é uma grande façanha…
Creio que sim, até porque quando fomos para a vice-liderança, muita gente me ligou para dar parabéns. Agradeci, obviamente, mas brinquei dizendo que a ligação deveria ter sido feita há 15 anos, quando fomos para a liderança no segmento, nossa verdadeira meta. Liderança que a gente vem mantendo ao longo de todo esse período. Creio que a falta de opções no mercado acabou nos empurrando agora para essa briga pelo primeiro lugar também no geral. São poucas as rádios em nosso segmento, mas as emissoras populares, ao contrário, são muitas. E acabam tirando audiência umas das outras.

E algo agora muda, no sentido de se aproximar cada vez mais da liderança?
Foi bom você perguntar isso, porque quero muito destacar que essa proximidade com o primeiro lugar não muda em nada nosso perfil ou nossa maneira de fazer rádio. Seguimos com a mesma média de músicas tocadas por hora (entre 13 e 14) e continuamos tentando levar o melhor conteúdo aos ouvintes por meio de nossos boletins sobre variados temas. Manter a audiência sem perder a qualidade é o grande segredo da Alpha. O objetivo de todos esses anos. Manter nosso público AB, 35 a 45 anos. Essa constância nos empurrou. Tocar música de qualidade e ter informações relevantes. Cada vez mais ser Alpha.

A concorrência com outras mídias razoavelmente novas tem diminuído um pouco os investimentos em publicidade no rádio de uma maneira geral. Você sente essa dificuldade na Alpha? Ou, pelo contrário, a rádio passou a ter mais propaganda graças ao crescimento de audiência?
Acho que a Alpha ainda sofre menos com essa disputa com outras mídias. Até porque muitas vezes não temos espaço para novos anunciantes. E ao contrário do que acontece em outras emissoras, procuramos ter muito cuidado com essa questão, não entupindo a grade com propaganda. Há um limite, um teto… e nosso departamento comercial trabalha bem nesse sentido.

E em relação aos boletins citados anteriormente, todos são patrocinados?
Esses boletins vão ao ar com ou sem patrocínio. Naturalmente, vamos atrás da publicidade a partir do conteúdo gerado. Um boletim sobre vinho ou gastronomia, por exemplo, pode atrair inúmeros patrocinadores deste área. Temos também jornalismo, cultura, esporte… cada vez mais esse conteúdo tem de estar presente na programação. Até porque muitas vezes gera um desdobramento em nossas redes sociais. Outros detalhes, outras informações, que nem sembre cabem num pequeno boletim, vão parar no site da rádio. Creio que esse tipo de informação hoje em dia, e falo aqui do mercado de rádio, não exatamente da Alpha, é importante para fazer o ouvinte se sentir mais integrado à emissora.  A música acaba sendo um pano de fundo para todo esse conteúdo. No entanto, falando especificamente da Alpha, apesar de termos cada vez mais boletins e informação, a música segue sendo nosso carro-chefe.

A música nacional passou a ter mais destaque na Alpha nos últimos anos?
Acho que já há um bom tempo os artistas nacionais representam ao menos 30 ou 35% da programação. E sempre demos bastante espaço aos nossos artistas em eventos e no próprio site da Alpha. Terminamos recentemente mais uma edição de nosso Festival de Verão. Foram muitos shows em parques da cidade. Os últimos, com Rachell Luz e Roberta Campos. Também fazemos muita coisa em shoppings. E no site, há espaço para entrevistas mais longas. Divulgamos na rádio, mas publicamos na íntegra na internet.

Por falar em internet, já há uma mudança grande na maneira de ouvir a Alpha? Imagino que vários ouvintes que escutavam pelo rádio agora ouvem pelo site. A internet ajudou nesse crescimento da Alpha?
A internet não foi fundamental para alavancar nossa audiência, mas ao mesmo tempo não dá pra dizer que ela seja pouco significativa nos dias de hoje. A verdade é que as FMs continuam sendo muito ouvidas no rádio dos carros. Porém, e aí é que entra o ‘digital’, já que muita gente não tem o aparelho em casa. Eu sou radialista e não tenho rádio na minha casa, por exemplo. Mas ouço no aplicativo do celular. Não só a Alpha de São Paulo, mas as afiliadas e, claro, também outras emissoras. Isso é sensacional. Então não dá pra dizer que não seja relevante. Até porque o Ibope também contabiliza quem ouve pela internet.

Há três anos, você disse que Sam Smith e Ed Sheeran estavam dominando a parada da Alpha. E hoje, quais são os artistas mais ouvidos na programação?
Acho que não surgiu ninguém com a mesma força de Ed Sheeran e Sam Smith nos últimos anos. Ao lado de James Blunt, Bruno Mars e Jason Mraz, eles se consolidam cada vez mais na programação. Entre os artistas nacionais, quem apareceu com força no ano passado foi o trio Melim. Talvez até por ser uma espécie de versão nacional desses nomes citados. Já a música mais tocada em 2018 foi Naked, de James Arthur. E nos últimos meses, claro, Shallow, da Lady Gaga e Bradley Cooper.

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Voltando a falar de audiência, pela primeira vez três emissoras do segmento adulto estão entre as dez mais ouvidas de São Paulo. Isso anima ou preocupa?
Isso é ótimo para o segmento. A Nova FM e a Antena 1 tem crescido bastante. Mas nossa vantagem para ambas segue a mesma. Quase o dobro. E podemos incluir ainda nesta lista do Top 10 a 89 FM, que é mais roqueira, mas tem uma audiência bem qualificada também. A boa audiência de nossas concorrentes diretas ajuda, até porque é possível que um ouvinte da Nova migre para a Alpha, mas quem ouve a Band dificilmente vai passar a nos ouvir. Creio que esse movimento seja nacional. A JB FM está muito forte no Rio, a Antena 1 vai bem em Campinas e as nossas afiliadas em Brasília e Goiânia também tem ótima audiência.

Acha que esse boom das rádios adultas pode possibilitar o aparecimento de mais artistas nas cenas mais pop e MPB?
Acredito que sim. Até porque de alguma forma as rádios mais populares, atentas a esse movimento e a esses artistas que dão ótimo resultado nas rádios adultas, tendem a abrir espaço para eles também. Algo que já acontece, por exemplo, com Anavitória e o próprio Melim.

A Alpha tem se destacado também em se manter atualizada diante de tantas novas possibilidades virtuais. As playlists no site da rádio, por exemplo, são uma espécie de resposta aos serviços de streaming?
Na realidade, hospedamos essas playlists em nosso site, primeiramente, por uma questão de humildade, já que sabemos que por mais abrangente que seja nossa programação, chegará uma hora em que a concorrência será desleal (risos). Aquele momento em que o ouvinte quer fazer exercício, quer receber amigos em casa, ou seja, momentos específicos… Então deixamos também essa opção a ele. Tem a playlist “running”, a playlist “pé na estrada”, “Carnaval”, “Hora do Sono” etc. Já que é inevitável que em algum momento ele vá ouvir música fora da rádio, que ele possa então, quem sabe, continuar com a gente, mas em outro formato (streaming).

alpha fm equipe  Leite com equipe da rádio (Paty Diniz, Tamires Cioffi, Ana Martins e Tamara Lopes)

 

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