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Rodrigo Girasol, gerente da Rádio Disney, ressalta o ecletismo da emissora

Da música clássica do inovador Fantasia, de 1940, passando pelas canções de atrações da Disney World, como Piratas do Caribe e It´s a small world, ou pelo tema de encerramento do Clube do Mickey (“Tá chegando a hora do programa terminar…”), até a grudenta Let it go, de Frozen, a música sempre foi fundamental para embalar a reconhecida magia do mundo Disney! É quase impossível lembrar de filmes, personagens, brinquedos ou canais de TV do gigante grupo de mídia e entretenimento norte-americano sem associá-los a alguma canção.
E pensar que até 1996, 73 anos após a criação dos estúdios Disney, faltava a esse conglomerado um negócio relacionado ao meio de comunicação mais importante, historicamente, para a música: o rádio. Esta lacuna na Walt Disney Company foi ocupada com a criação da Rádio Disney, que foi ao ar pela primeira vez nos EUA, no dia 18 de novembro, não por coincidência, data de aniversário de um famoso camundongo.

Nos anos seguintes, emissoras do grupo foram sendo criadas em outros países, até finalmente o Brasil ganhar a sua, em novembro de 2010. Primeiro profissional contratado da Rádio Disney Brasil e responsável pela implantação do projeto, o gerente sênior Rodrigo Girasol lembra que a proposta da emissora, desde que entrou no ar, é levar ao ouvinte uma programação eclética. Mesmo que isso tenha significado, inicialmente, andar na “contramão” do mercado. “A Rádio Disney toca o que o ouvinte quer escutar. E foi pioneira ao fazer uma programação variada, do pop internacional ao rock nacional, passando por sertanejo, pagode e outros estilos”, lembra Girasol.

Ainda falando de objetivos da rádio, ao contrário do que se possa imaginar, não há uma preocupação, segundo Girasol, de tirar proveito o tempo todo da inequívoca força do “universo” Disney. “O grupo tem centenas de produtos destinados a diferentes targets, entre filmes, desenhos, musicais, canais de TV etc. Então, só interagimos com os que tem a ver com nosso conteúdo. Se por um lado a marca Disney agrega valor a tudo, por outro aumenta nossa responsabilidade. Afinal, tudo o que leva essa marca tem que ter um altíssimo padrão de qualidade. Algo que buscamos alcançar diariamente”.

Na entrevista a seguir, o profissional fala mais sobre esse desafio, conta um pouco da proposta de aproximar os ouvintes de seus ídolos, cita qual é o maior hit da atual programação e revela qual é o principal concorrente da emissora.

SUCESSO! – A programação eclética sempre foi uma marca da Rádio Disney?
RODRIGO GIRASOL – Sim, desde que chegou ao Brasil, em 2010. Nossa campanha publicitária reforça esta principal característica: a programação variada que toca o que o público quer ouvir sem rotular estilos. Podendo ter mais ou menos de um determinado gênero por conta da demanda do ouvinte. No começo, o público estranhou um pouco, porque era um momento em que as rádios estavam segmentadas. Porém, os resultados começaram a vir e notamos que, há algum tempo, a concorrência também decidiu abrir mais a programação para diferentes estilos. O que nós começamos a fazer em 2010 acabou virando uma tendência no mercado.

Há algum tipo de cartilha a ser seguida pelas emissoras Disney em todos os países?
A Rádio Disney Brasil faz parte de um projeto desenvolvido para a América Latina. É bem diferente da Rádio Disney dos Estados Unidos, por exemplo. Mas respondendo à sua pergunta, não há uma cartilha padrão. O Brasil foi o décimo país da América Latina a receber a rádio e seguimos o mesmo conceito de projeto dos demais países, porém com os ajustes necessários, observando o público local. Afinal, rádio requer uma proximidade com o ouvinte para funcionar. Estamos sempre conectados a eles. O conteúdo é todo definido e produzido no Brasil mas, logicamente, há também o intercâmbio de boas ideias sempre que seja relevante.

Como se dá essa “proximidade” com os ouvintes?
Eles se sentem integrados à radio, são ouvidos, tem voz… “A rádio que te ouve” não é apenas um slogan. Buscamos engajamento com nosso público o tempo todo por meio de experiências especiais nos estúdios da rádio, com o Meet & Greet ou o Estúdio Rádio Disney, além de programas que estão abertos para a participação ativa de nossos ouvintes e também através de nossas redes sociais. Nosso ouvinte entra no ar por todas as plataformas possíveis e por diferentes motivos. Seja para pedir uma música ou até pra contar que conseguiu um novo emprego.

Fale um pouquinho do Estúdio Disney e do Meet & Greet.
O Estúdio Rádio Disney é um dos nossos programas de maior sucesso. Grande nomes já passaram pelos nossos estúdios: Luan Santana, Claudia Leitte, Anitta, Tiago Iorc, Jota Quest, Lucas Lucco, Projota… O mais bacana é que se trata de um formato que nos permite aproximar os ouvintes de seus ídolos, uma de nossas marcas. É positivo ver a interação entre os artistas e os ouvintes em um pocket show exclusivo para eles. É uma experiência incrível. O programa é gravado e vai ao ar em blocos, durante o fim de semana. E o Meet & Greet também promove encontros, muitas vezes nos estúdios da rádio, entre ouvintes e artistas. Em algumas ocasiões, acontece também em shows ou eventos dos próprios cantores e bandas.

O que toca mais na Disney? Hits nacionais ou internacionais?
Sinceramente não tenho certeza, mas hoje deve ser meio a meio. Não nos preocupamos com rótulos ou segmentos. Costumamos brincar que só existem dois tipos de música: a que nossos ouvintes querem ouvir e a que não querem. Não importa a nacionalidade. Justin Bieber, Luan Santana, Anitta, Ed Sheeran, Henrique & Juliano, Thiaguinho e Bruno Mars são alguns dos artistas mais pedidos pela nossa audiência. E a canção mais tocada, atualmente, é Despacito, do Luis Fonsi. É um fenômeno mundial. Vale lembrar que a Rádio Disney foi a primeira a tocar aqui no Brasil.

A rádio faz diversas promoções com “produtos” Disney, como shows, pré-estreias de filmes e até corridas de rua. É uma grande vantagem usufruir desse variado universo?
Percebemos que os ouvintes se sentem orgulhosos por sua rádio ser a Rádio Disney. Os artistas também se sentem prestigiados por fazer parte da nossa programação. Mas originalmente a rádio tem como propósito levar seus ouvintes de diferentes idades, sexos e classes sociais a uma experiência divertida e com a qualidade da Disney. Se surge algo deste universo que possa ser importante para o nosso público, interagimos, mas não há uma preocupação frequente com isso. Um bom exemplo é o boletim Sport Center. Como nosso ouvinte se interessa por esporte, e temos na casa o canal de esportes mais respeitado do mundo, então nossas notas esportivas são assinadas pela ESPN.

Com relação à programação, a rádio aposta em novos artistas ou toca apenas o que já é sucesso?
Como nossa regra básica é tocar o que os nossos ouvintes querem escutar, não temos como prioridade lançar música antes, mas eventualmente isso acontece. Trem bala, da Ana Vilela, é um bom exemplo. Percebemos que os ouvintes já estavam baixando a canção e queriam ouví-la também no rádio, mas não sabíamos se outras emissoras iriam tocar. Nem tínhamos a música (risos). Entramos em contato com a própria Ana, pedimos a canção, ela nos mandou e saímos tocando.

A emissora teve um aumento expressivo de audiência nos últimos anos, certo?
Nossos números estão crescendo e mais que dobraram de 2015 pra cá. A Radio Disney esteve no Top 10 das mais ouvidas em março último (na Grande São Paulo) e mantém picos de quase 130 mil ouvintes por minuto. Além disso, fala com o público de todas as idades e classes sociais. Embora a maioria dos nossos ouvintes seja das classes emergentes, entre 15 e 29 anos.

A rádio opera apenas em São Paulo. Há previsão de criação de uma rede?
Somos ouvidos pelo Dial 91.3 em São Paulo e Grande São Paulo, mas com o aplicativo Rádio Disney para iOS e Android, pelo nosso site (radiodisney.disney.com.br) e pela TV por assinatura chegamos no país inteiro. A criação da rede ainda é um projeto em estudo.

É possível ouvir na Disney canções que certamente não são tocadas em FMs ditas populares mas, ao mesmo tempo, também ouvimos hits sertanejos que não passam nem perto de rádios do segmento jovem. Afinal, quais são as rádios concorrentes da Disney?
Acho que nosso maior concorrente são os tocadores de MP3. Hoje as pessoas consomem música de maneira diferente. Alguns dizem não gostar de sertanejo, mas curtem uma determinada canção do gênero. Outros falam: “não curto rock, mas gosto de fulano”. É isso que tentamos fazer aqui: juntar o melhor de todos os mundos, como as pessoas fazem atualmente no seu playlist pessoal. Com a diferença que nós damos mais que música: damos informação e boa companhia.

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