O show que reúne o grupo MPB4 e a dupla Kleiton e Kledir chega ao Rio de Janeiro neste fim de semana. A apresentação está marcada para o próximo dia 2 (sexta-feira), no Vivo Rio, e promete novidades, segundo os artistas. O espetáculo que o grupo e a dupla estão fazendo juntos estreou em Porto Alegre em março e já passou por São Paulo e Belo Horizonte.
Para a apresentação carioca, eles incluíram novas músicas ao repertório, que já tinha clássicos da música brasileira, como “Roda Viva”, “Canção da América” e “Cálice”, além de canções que fazem interseção entre as carreiras do MPB4 e de Kleiton & Kledir, caso de “Vira Virou” e “Navega Coração”. A lista tem muitos outros sucessos, alguns já estavam nos shows anteriores e outros são novidades: “Deu Pra Ti”, “Partido Alto”, ”Paixão”, “Amigo é Pra Essas Coisas”, “Maria Fumaça” e “San Vicente”.
Os seis artistas ficam juntos no palco quase todo o tempo, com momentos “solo” do grupo e da dupla. Eles tem muito em comum. Além das músicas de Kleiton e Kledir que o MPB4 gravou, há outras coincidências. Dois integrantes do MPB4 que não são da formação original do quarteto – Dalmo Medeiros e Paulo Malaguti Pauleira – fizeram parte do Céu da Boca, grupo que acompanhou Kleiton e Kledir no festival MPB Shell, promovido pela TV Globo, em 1981, fazendo o coro em “Navega Coração” e depois na gravação da música no disco dos irmãos gaúchos, no mesmo ano.
A amizade entre o grupo e a dupla gaúcha surgiu na virada da década de 1970 para a de 1980. Eles eram contratados da mesma gravadora, e Miltinho – integrante do MPB4 desde sua formação original – lembra bem como tudo começou: “o MPB4 sempre procurou compositores e canções de qualidade. O grupo Almôndegas – do qual Kleiton e Kledir fizeram parte – já havia chamado nossa atenção e resolvemos gravar, no disco ‘Bons Tempos, Hein?’, uma música da banda gaúcha – ‘Circo de Marionetes’, cujos autores eram justamente Kleiton e Kledir. Gostamos do trabalho deles, com som regional, mas pop, realmente muito original e criativo nas letras, nas melodias, nos arranjos. Logo em seguida, selecionando repertório para um novo LP, escolhemos ‘Vira Virou’ (Kleiton Ramil) – que acabou dando nome ao álbum – e ‘Viração’ (Kledir Ramil e Fogaça). Resolvemos, então, convidá-los para participar da turnê de lançamento daquele LP”.
“Foi um momento muito especial para nós. Nome do disco e do show, capa do disco com a letra impressa… Transformaram ‘Vira Virou’ num grande sucesso e nos levaram em turnê com eles por todo Brasil. Foram quase dois anos na estrada… e aquilo que, no início, era uma relação profissional acabou se transformando numa amizade que a gente carrega pra toda vida”, afirma Kleiton. “Fomos apresentados a todo Brasil e, no ano seguinte, já pudemos voltar sozinhos a cada uma daquelas cidades, o público estava consolidado. MPB4 é a própria história da Música Popular Brasileira. De Noel Rosa pra cá, eles gravaram todos os principais compositores do país, e nos sentimos honrados de fazer parte dessa seleção brasileira”, completa Kledir.
A partir daquela turnê, a relação profissional virou parceria musical, com gravações em discos, e acabou se transformando em uma amizade que já dura mais de 40 anos. Em 2016, voltaram a se encontrar no palco, em DVD comemorativo pelos 50 anos do MPB4, o que despertou em todos o desejo de montar um show inédito (agora em tour), mostrando tudo de bom que eles vinham realizando.