Em seu novo álbum, “11:11”, que acaba de chegar chegar às plataformas pela Universal Music, Paula Fernandes se conecta a novos artistas do gênero — que estão em evidência no momento — e traz composições dela ao lado de parceiros conhecidos. O conceito do projeto faz referência a um portal, onde a perspectiva das coisas é diferente do que na realidade estamos vendo ou vivendo. A possibilidade da passagem para um plano “novo” ou simplesmente diferente do que vivemos. Com o nome tirado de uma espécie de portal, o projeto e foi divido em três partes, sendo que a primeira chega agora às principais plataformas de streaming do país. Ao todo são 13 canções autorais e três regravações, cada qual com a participação contando com um convidado. Israel e Rodolffo são os primeiros convidados deste volume que traz seis músicas. Os volumes 2 e 3 contam com a participação da mineira Lauana Prado e do baiano Tierry.
Israel e Rodolffo participam de “Tá Tudo Bem”, parceria de Paula com Juan Marcus. Musicalmente, ela apresenta uma das características mais marcantes de seu estilo. A balada cuja letra fala de rompimento ganha peso com o passar dos versos e se torna um country rock com vocal para ser cantado aos gritos – uma boa maneira de espantar um amor que não deu certo. A regravação que faz parte do primeiro volume é “Nascemos para Cantar”, versão que a dupla Chitãozinho e Xororó fez de “Shambala”, sucesso de 1975 do repertório do grupo americano Three Dog Night.
“Antigo Novo Amor” e “Bloqueia Meu Zap”, por seu turno, são as criações que mais aproximam Paula do universo feminejo. Mas como foi escrito anteriormente, ela sempre faz à sua maneira. Em geral, o gênero usado por artistas dessa vertente é a bachata, uma espécie de seresta surgida na República Dominicana. Embora as letras tragam muito da sofrência, a cantora mineira buscou suas inspirações musicais em outros dois igualmente adaptados para o universo brasileiro. “Bloqueia Meu Zap” é uma vanera, gênero de origem alemã que é muito popular no Rio Grande do Sul; já “Antigo Novo Amor” nada mais é que uma paraguaíssima guarânia, que se alojou no Mato Grosso do Sul e se consagrou em terras tapuias nas vozes de duplas como Cascatinha e Inhana e Milionário e Zé Rico, e que andou frequentando também o repertório de Marília Mendonça.
A primeira parte da trilogia “11: 11” se encerra com as canções “Flor” e “Gasolina”. Composta ao lado de Gustavo Fagundes e Elias Inácio, parceiros de longa data, “Flor” é a que mais traz o DNA de Paula Fernandes. Uma balada romântica, derramada, e com uma interpretação apaixonante (tão apaixonante quanto as outras, diga-se, mas aqui é uma questão de preferência). “Gasolina” foi lançada inicialmente por Jullie, ex-participante do programa de calouros The Voice, e trazia um arranjo entre o rock e a música eletrônica. Paula e Ricardo Lopes a transformam num country rock digno de Shania Twain, onde a guitarra de Lopes se destaca mais do que nunca.
Ouça o Vol.1 do álbum “11:11” de Paula Fernandes: