Ao completar, em 2022, cinco décadas de uma vitoriosa trajetória, a cantora maranhense Alcione, de 76 anos, iniciou uma série de eventos comemorativos com o propósito de celebrar esse antológico meio século de dedicação e amor à música. O principal deles é o show que chega neste fim de semana ao palco do Vibra São Paulo, na capital paulista. O show acontece no sábado, às 22 horas.
De acordo com o crítico Mauro Ferreira, de O Globo, “os links das músicas por afinidades temáticas e/ou rítmicas resultaram azeitados e – cabe lembrar – a maior parte desse roteiro herdou a costura do show comemorativo dos 70 anos da artista, apresentado em 16 de dezembro de 2017 na casa Ribalta, no Rio de Janeiro (RJ), cidade que acolhe Alcione desde 1967”. Ao longo de mais de duas horas, a artista maranhense promete uma extensa lista de hits, como “Estranha Loucura”, “Ou Ela Ou Eu”, “Meu Ébano”, “Figa de Guiné”, “Sem Perdão”, “Garoto Maroto”, “Noite Pelo Dia” e “Rodas de Ciranda”.
Para resumir uma trajetória tão longeva vale reafirmar que os domínios da Marrom extrapolam fronteiras. A intérprete já se apresentou em 36 países, dos cinco continentes, nos principais festivais e casas de espetáculos. Portugal, Espanha, Suíça, Alemanha, Israel, Japão, Angola, França, Moçambique, Inglaterra, Itália, Argentina, Chile, Uruguai, e até mesmo na antiga União Soviética, estão na lista.
Alcione gravou compactos (o primeiro em 1972), LPS, DVDS e 42 Álbuns, que lhe concederam 26 Discos de Ouro, sete de Platina, sendo dois deles de Platina Duplo, três DVDS de Ouro e um de Platina Triplo. O último projeto da cantora, lançado durante a pandemia, foi “Tijolo Por Tijolo”. A cantora também é detentora de inúmeras premiações internacionais, como o GRAMMY Latino, em 2003, na categoria “Melhor Álbum de Samba”, O Pensador de Marfim (concedido pelo Governo de Angola), Diplome de Médaille D´or (da Societé Acadêmique de Arts, Sciences et Lettres de Paris), Extraordinary Contribution to Brazilian Culture and Positive Image (concedida no 9th Annual Brazilian International Press Award. Flórida), Personalidade Negra das Artes (Conselho Internacional de Mulheres) e A Voz da América (ONU).
Além do show que chega a São Paulo, são inúmeras as celebrações pelo cinquentenário. Comemorações que já começaram antes com o lançamento do longa-metragem “O Samba é Primo do Jazz”, um resumo biográfico que vem sendo apresentado em festivais de cinema e conta a história da intérprete maranhense que saiu de sua pequena São Luís para conquistar o mundo com o vozeirão inconfundível e uma personalidade marcante. Teve ainda o espetáculo intitulado “Marrom, o Musical” contando (e cantando) a trajetória da intérprete. Idealizado por Jô Santana, escrito e dirigido por Miguel Falabella, a peça já passou por palcos de São Paulo, Rio, São Luís, Belém e João Pessoa, sempre celebrada pelas plateias e crítica especializada.