Chega na noite desta quinta-feira, 27, às plataformas o aguardado primeiro álbum do cantor Samuel Rosa, que por mais de 30 anos foi vocalista da banda Skank. Com sonoridades que lembram um pouco o Skank — o que é natural, já que Samuel é autor ou co-autor de grandes sucessos da banda –, o álbum “Rosa” é também um desafio para o artista mineiro.
O título do disco, cujo single de apresentação, “Segue o Jogo”, foi lançado no início do mês, é autorreferencial mesmo, como uma autoafirmação. A ideia é dar justamente continuidade ao legado e não criar uma ruptura, para demarcar esse rito de passagem. “Eu não queria agora buscar compulsivamente fazer algo que eu nunca fiz. Quero exercer o que eu sou. Minha marca é meu patrimônio”, explica ele. “Eu quis soar eu mesmo, naturalmente, sem querer fazer um disco pretensioso. Deixei que o novo aparecesse de forma espontânea”.
Ao longo das dez faixas do álbum (capa acima), é possível constatar como a composição de Samuel Rosa moldou o estilo do Skank como o conhecemos nesses anos todos, flertando com vários gêneros musicais, mas tendo o pop como um filtro, uma bússola. De acordo com o press release, “Rosa” foi feito de forma imersiva, intensa e orgânica, com menos máquina e mais banda tocando, inclusive quando a bateria eletrônica entra em algumas faixas. É também um disco mais brasileiro. Isso se deve muito a uma forte atmosfera musical que remete a Erasmo Carlos e Jorge Ben Jor, influências de Samuel, e a elementos bossanovistas”.
Já as letras, que trazem vivências do próprio compositor, enveredam-se pelo universo do amor, para falar sobre relações em suas várias vertentes. É uma obra ensolarada, mesmo tratando de temas mais espinhosos dos relacionamentos. Com exceção da faixa “Rio Dentro do Mar”, que foi composta por Samuel no final da pandemia, em 2022, essa safra de canções inéditas feitas especialmente para ‘Rosa’ nasceu de um processo peculiar desenvolvido por ele. Entre janeiro e fevereiro deste ano, o músico se isolava no quarto da sua filha, em Belo Horizonte. Ali ele fazia o que chama de ‘composição induzida’, durante três, quatro horas, sempre no período da manhã.
Depois do almoço, ele partia para o estúdio, onde encontrava os integrantes de sua nova banda, formada por Doca Rolim (violão e guitarra), Alexandre Mourão (contrabaixo), Pedro Kremer (teclados) e Marcelo Dai (bateria e percussão). “Era disciplina mesmo, eu me comprometi a chegar todos os dias com uma música nova de tarde e mostrar para banda, ainda que fosse ruim, boa, média, sem julgamentos”, conta ele, que divide a produção de “Rosa” com outro velho parceiro, Renato Cipriano.
No repertório, além da já apresentada “Segue o Jogo”, destacam-se as 100% autorais “Não Tenha Dó” e “Rio Dentro do Mar” (que remete a “Dois Rios”, hit do Skank), “Ciranda Seca” (parceria dele com Pedro Kremer e Rodrigo Leão) e “Bela Amiga” (composta com Carlos Rennó).
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