Cerca de cinco mil profissionais, de 80 diferentes países, participaram ao longo desta semana das atividades e encontros da edição 2018 do Midem, importante evento da indústria independente de música realizado anualmente em Cannes, na França.
Neste ano, o Midem expandiu seu programa geral. Entre as novas iniciativas destacaram-se o “Streaming Summit”, que contou com o CEO da Rhapsody International-Napster, Bill Patrizio, como um dos palestrantes; um grande painel de conferências dedicado à música feita para cinema e televisão e a montagem de uma área de concertos ao vivo, a “Midem Beach”, que exibiu os 11 finalistas do Midem Artist Accelerator , além de outros nomes convidados, incluindo Yemi Alade e Davido (da Nigéria), Imogen Heap (Reino Unido) e a brasileira Joyce Candido.
No balanço final da edição, na quinta-feira, dia 7, os organizadores revelaram que a partir de 2019 o Midem lançará o prêmio Midem Music Awards, como reconhecimento ao talento de artistas de várias partes do mundo. Na mesma coletiva de imprensa, o diretor do Midem Alexandre Deniot anunciou a realização, no Rio de Janeiro, nos dias 29 e 30 de novembro próximos, de uma cúpula Latino-Americana do evento. A cúpula, segundo ele, discutirá a realização, durante o Midem do próximo ano, de um Fórum Latino-americano do setor.
“Em linha com o compromisso do Midem com a comunidade musical global, neste ano introduzimos uma infinidade de novas iniciativas. Em particular, destaco o Programa de Mercados de Alto Potencial, que apoia indústrias regionais que têm talentos incríveis e desejo de se estruturar (caso de mercados africanos). Com o Midemlab, reconhecemos soluções tecnológicas inovadoras para a indústria da música. Com o programa Midem Artist Accelerator (MAA), apresentamos jovens artistas a executivos internacionais. E com o Songwriting Camp estamos ativamente criando as músicas que num futuro breve se tornarão hits e estarão nas plataformas do mundo todo”, disse Alexandre Deniot.
Os participantes deste ano, lembrou Deniot, se reuniram em um cenário de resultados otimistas para o mercado global de música em 2017. Pelo terceiro ano consecutivo, dados divulgados pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) mostraram que o setor global de música cresceu. De acordo com a IFPI, em 2017 a receita total aumentou 8,1%, em comparação a 2016, saltando para U$ 17,3 bilhões. Deste valor, U$ 9,4 bilhões se referem a receitas no ambiente digital, em especial com serviços de streaming. O executivo lembrou ainda que, de acordo com a plataforma de mídia Pollstar sobre o segmento shows ao vivo, as 100 maiores turnês do mundo geraram em 2017 receita de U$ 5,6 bilhões, um aumento de 15,8% em comparação a 2016. Destacou ainda estudos da consultoria A Pricewaterhouse Coopers, que estimam que o negócio ‘ao vivo’, em nível mundial, atingirá U$ 28,9 bilhões na venda de ingressos e de patrocínios até 2021.