“Sou negro sim, mas sou índio também”, já cantou Hyldon na faixa “50 Tons de Preto” (2020, do álbum “Soulsambarock”). Cinco anos depois, o cantor e compositor baiano — famoso por clássicos como “Na Rua, Na Chuva, “Na Fazenda”, “Velho Camarada” e “As Dores do Mundo” — reafirma sua origem indígena com a faixa “Festa na Aldeia”, já disponível nos aplicativos de áudio e no YouTube (clipe de animação).
“‘Festa na Aldeia’ acaba sendo um tributo não apenas aos povos originários, mas também ao povo escravizado, negro, que foi trazido à força ao Brasil. Essa soma de forças está no sangue de Hyldon e na música, já que ela é uma parceria dele com o africanista, grafiteiro, rapper e compositor Nkongo Divwa. A letra mistura português com o tupi”, destaca o press release.
“Hyldon é uma tradição na música preta no Brasil, ouço desde criança. Eu estudei Línguas Vernáculas na USP, especialmente o tupi antigo, e estava escrevendo algumas letras nessa língua. Encontrei Hyldon depois de um show, comentei com ele sobre esse meu trabalho e ele contou sobre sua origem indígena. Aí deu liga”, conta o parceiro Nkongo Divwa.
Com elementos sonoros do reggae em alguns trechos, “Festa na Aldeia” fala sobre um rito de comemoração do povo Tupinambá após a captura do inimigo. Depois de uma vivência da tribo com o capturado, ele é devorado num ritual antropofágico numa grande festa para que o indígena adquira a força do inimigo.
A capa (imagem acima) é uma obra de arte de Marcio Bertoli, que trabalhou à moda antiga: fez a arte no formato físico para depois registrar no digital. “Quando Marcio e eu bolamos a capa, pensamos em homenagear as crianças dos povos originários no Dia das Crianças. E nada mais infantil do que fazer no estilo naif”, conta Hyldon. No clipe, a animação sobre a arte de Bertoli é de Jefferson Arcanjo. “Quanto ao som, tentamos nos aproximar ao máximo do primitivo/tribal com elementos nativos como a flauta de bambu e o coro de crianças”, completa o compositor.
Assista ao vídeo de “Festa na Aldeia”, novo single de Hyldon:
