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Raça Negra une samba, forró e sertanejo em novo DVD

Dezoito álbuns de estúdio, oito discos ao vivo e seis DVDs, sem contar diversas compilações; mais de 30 milhões de cópias vendidas (um dos 15 artistas que mais venderam disco no Brasil); um single (É tarde demais) tocado mais de 600 vezes num único dia, façanha registrada no Guinness (livro dos recordes); e 1,5 milhão de pessoas na plateia num único show em São Paulo, entre outros feitos. Números como esses exigem uma grande celebração após três décadas de carreira. Foi o que aconteceu no Espaço das Américas, em São Paulo, no final do mês de maio.

Numa noite histórica, repleta de convidados, o grupo Raça Negra gravou uma espécie de sequência do DVD Raça Negra & amigos, projeto lançado em 2012 ao lado de astros do samba e de outros gêneros. Desta vez, as ilustres participações especiais foram de nomes do sertanejo, além dos “reforços” de Xand Avião, Wesley Safadão e Thiaguinho. Segundo o vocalista e líder da banda, Luiz Carlos, a escolha não foi por acaso. “Vejo esses gêneros como os mais populares no Brasil. Então, unir estes segmentos é algo bacana de se ver e ouvir. Além disso, mostramos que na música cabe tudo, desde que seja bem feito. Sua universalidade aproxima não só os ritmos, como as pessoas”, filosofa.

Entre os convidados da banda, estavam amigos de longa data, como Leonardo e Eduardo Costa, e artistas mais novos, caso de Wesley Safadão. Em comum, segundo Luiz Carlos, a admiração da banda por todos eles. “Todos que subiram ao palco conosco são especiais. Foram encontros muito aguardados, inclusive pelo público, já que nunca havíamos gravado com a maioria deles”, lembra ele. A exceção foi Léo Magalhães, que havia participado do DVD de 2012.

Os nomes envolvidos por trás deste projeto ratificam a grandeza do DVD, que sairá pela Som Livre. A produção musical, por exemplo, leva a assinatura do maestro Caixote, enquanto a direção de video coube a Anselmo Troncoso. Os cenários foram de Zé Carratu, um dos maiores especialistas em palcos de grandes shows no país. Porém, tudo acompanhado de perto por Luiz Carlos. “Participei de todas as etapas, é claro. Virei noites no estúdio, me preocupei em falar com todos os convidados. Queria que se sentissem confortáveis nos ensaios e na gravação”, revela, orgulhoso.

LIBERDADE DE ESCOLHA
Ainda sobre os convidados, o cantor conta que todos puderam escolher qual canção interpretar. “Sugeri algumas músicas em cada caso, mas a palavra final foi deles. Acho muito importante o artista se envolver. E definir a música da apresentação é fundamental neste processo”. No final, para citar alguns hits, Maravilha foi cantado por Bruno & Marrone, Quando te encontrei ficou com Chitão & Xororó, Sem você teve a voz de Eduardo Costa e Cigana ganhou a interpretação de Wesley Safadão. Já o clássico É tarde demais foi responsabilidade de Leonardo, que afirmou, durante a gravação, que a faixa é “a canção mais linda da história da nossa música”.

Além dos sucessos próprios, o Raça Negra também incluiu no setlist algumas composições dos convidados. “Como foi uma grande honra tê-los cantando nossas músicas, achamos importante retribuir esse carinho. Até porque todos eles tem muita história na música. São sucesso em todo o país”. Diante de tantos hits, Luiz Carlos e companhia ainda não definiram qual será o primeiro single dos novos CD e DVD. “Está sendo uma missão bem difícil essa escolha”, brinca.

Enquanto Raça Negra & amigos volume 2 não chega, o grupo segue com uma agenda de shows concorrida. É difícil achar espaço, por exemplo, nos finais de semana. Mais uma prova de que a sonoridade da banda permanece em alta. E que o repertório, como gosta de dizer Luiz Carlos, “atravessa gerações”. Apesar da grande demanda por apresentações em todos os cantos do país, o líder do Raça Negra não descarta, mais pra frente, um retorno do projeto Gigantes do Samba, espetáculo dividido com Alexandre Pires e que também originou um DVD, com o Só Pra Contrariar. “Nunca fechamos uma porta, ainda mais num projeto tão vitorioso como este”, explica.

Em 2018, o grupo de samba que mais vendeu discos no país completará 35 anos de trajetória. Provavelmente ainda estará divulgando o DVD gravado em maio último, mas um novo projeto comemorativo pode entrar nos planos da banda. “Trabalhamos muito pra chegar até aqui. Criamos uma obra que não se perdeu com o tempo e fomos extremamente abençoados. Acho que vale a pena, com 35 anos de carreira, pensarmos numa comemoração pra lá de especial”.

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