Agenda lotada até o final do ano, média superior a 20 shows por mês, um dos maiores hits de 2016 e milhões de visualizações na internet! É curioso pensar que esse enorme sucesso alcançado por Naiara Azevedo poderia não ter acontecido, não fosse por um funk machista, ouvido pela cantora há cerca de seis anos. Incomodada com a letra da canção Sou foda (sucesso do grupo Avassaladores), Naiara compôs e gravou uma espécie de resposta ao single num vídeo caseiro, apenas com voz e violão. A gravação virou hit na internet, com 300 mil acessos em apenas uma semana, e originou a versão Coitado, que também caiu nas graças dos internautas, gerando os primeiros convites de programas de rádio e TV à cantora. Imediatamente, a artista chamou a atenção de uma nova geração de fãs, mais interessadas pelo ponto de vista feminino nas canções sertanejas. “Percebi que havia um público carente de alguém que defendesse a mulherada na música”, diverte-se Naiara.
Muita coisa então mudou na vida da cantora paranaense, que logo caiu na estrada, compôs outros hits e gravou seu primeiro DVD, em 2013. Já era mais do que ela sonhava, mas nada ainda que se comparasse aos voos que seriam alcançados em 2016. A guinada profissional veio com a mudança para Goiânia, onde Naiara assinou contrato com a Mega Produções, mesmo escritório de João Neto & Frederico, e gravou seu novo DVD, Totalmente diferente.
Lançado de maneira independente – e com todas as faixas já disponíveis para o público no YouTube –, o projeto traz participações de Zé Neto & Cristiano, Thiago Brava, Paula Mattos e Mike & Bruno, além de Maiara & Maraísa, que cantam 50 reais, single que rapidamente se tornou o maior hit da carreira de Naiara. “Já havia feito sucesso com Mulher não trai (com Mr. Catra), Gota d’água e Vou te trair, que se destacaram em regiões como o interior de São Paulo, Minas e Santa Catarina, mas com 50 reais alcancei o Brasil todo”, celebra.
Naiara não exagerou. Entre os meses de junho e setembro deste ano, a música ficou 13 semanas seguidas entre as dez primeiras do Top Brasil Semanal, parada com aferição nacional da Crowley e publicada pelo Portal SUCESSO!. Em tempo: em outubro, a artista começou a promover nas rádios uma nova faixa de trabalho: A ex do seu atual.
O estouro nas paradas levou a carreira da cantora a outro patamar. Entre setembro e outubro, por exemplo, Naiara realizou mais de 50 shows. “Tem sido um semestre realmente de muito trabalho. E além de serem mais shows do que antes, até junho a agenda de Naiara se restringia a baladas e pequenos espaços. Agora ela se apresenta em grandes eventos, como feiras agropecuárias e rodeios”, revela Manolo Oliveira, um dos sócios da Mega Produções. Os planos para 2017 são ainda mais animadores: “Vamos trabalhar para que ela feche o próximo ano como o grande nome feminino do segmento sertanejo”, planeja o executivo.
Dedicação e talento, segundo os muitos profissionais que convivem com a cantora, não faltarão nessa caminhada. “Embora seja uma pessoa muito humilde, Naiara tem personalidade forte. É uma artista focada, de muita atitude, às vezes até atrevida (risos)”, brinca Blener Maycon, produtor do DVD.
Sem se deixar levar pelos elogios, a cantora prefere curtir o momento. “Nossa rotina atual é muito cansativa. Eu e minha equipe estamos vivendo na estrada. Mas não reclamo de nada. É bom demais cantar pra grandes plateias e sentir tanto carinho”. Naiara também diz manter a simplicidade de antes da fama e até se diverte quando é perguntada sobre sua mudança de visual (era morena e mais “cheinha” no início da carreira): “Toda mulher é vaidosa. Mas não emagreci pra fazer sucesso ou virar ‘garota fitness’ (risos). O problema é que eu sofria muito nos shows com meu sobrepeso. Doía o joelho, eu cansava muito… Agora tenho mais pique e me sinto mais saudável”, explica.
Alto astral, Naiara não se incomoda nem mesmo com alguns apelidos que surgem nas redes sociais, como “rainha da sofrência” e “Pablo de saia”, ou com uma suposta rivalidade com outras estrelas do sertanejo: “Sou super fã da Marília Mendonça, da Maiara & Maraísa… Adoro todas. E acho esses apelidos muito divertidos. Que continuem falando de mim. Eu quero é mais”.
