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Brasileiro destaca-se em Hollywood compondo trilhas

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Nascido na década de 80, o paulista Eduardo Aram começou a estudar violão aos nove anos. Aos 15, passou para guitarra elétrica e aos 17 já produzia suas próprias músicas. Ainda jovem, interessou-se por música eletrônica. Seu irmão era organizador de festivais e o convívio com este ambiente e com artistas de emusic acabaram impulsionando Aram a ingressar na carreira. Ele começou a se apresentar em festivais e eventos do gênero e no início dos anos 2000 já tocava suas próprias músicas ao lado do Killer on The Dancefloor, grupo de sucesso na época.

Em 2008, conheceu o DJ Zegon, atualmente no projeto Tropikillaz, com quem gravou  algumas músicas. O DJ  o indicou para um estúdio de publicidade em São Paulo. Assim, Eduardo Aram iniciou a sua jornada na composição de músicas para filmes. “Naquela época, comecei a viajar para outros países e entre eles visitei Los Angeles (Estados Unidos).  Foi quando decidi que seguiria a carreira em terras americanas”, afirma Aram.

Ainda nesse período, Aram conheceu Antônio Pinto, um dos mais respeitados compositores brasileiros no cinema, que assina  filmes como “Cidade de Deus”,  “Collateral” e  “Amy” – documentário sobre a vida da cantora inglesa Amy Winehouse, vencedor do Oscar de 2016. “Ele me convidou para fazermos alguns projetos juntos e em 2011 me ofereceu uma sala no mesmo prédio de seu estúdio. Ali eu trabalhava em meus projetos e ficava conectado ao ritmo dele, que desde aquela época já tinha uma carreira internacional em Hollywood e foi fundamental para a minha entrada nesse ambiente”, explica.

Em 2012, Aram assinou seu primeiro filme ao lado de  Antonio, “The Odyssey” para a BBC Films. “A trilha ficou tão legal que foi lançada como disco. Antonio foi meu mentor. Me convidou para dezenas de outros projetos. Assim eu trabalhava, compunha músicas e adquiria experiência internacional”, afirma o profissional, que trabalhou em estúdios como o aclamado Abbey Road (conhecido pelas gravações dos Beatles), Sony, Paramount e Universal, entre outros. Com esse montante de filmes, em 2015 Aram se mudou em definitivo para Los Angeles para  trabalhar com televisão e cinema – além do mercado fonográfico e de publicidade. “Na televisão, o ritmo e os prazos são completamente diferentes do praticado pelos estúdios de cinema. O processo é mais dinâmico e rápido e existem mais chances de se conseguir um projeto a longo prazo. Uma série com diversas  temporadas pode durar alguns anos. Por isso estar aqui faz a diferença”, afirma.

Desde então Aram tornou-se figura constante em trilhas sonoras de Hollywood. Já são 16 filmes, 11 séries, sete espetáculos, 17 discos e mais de 100 comerciais para publicidade. Os trabalhos mais recentes assinados pelo brasileiro lançados nos Estados Unidos e disponíveis na Netflix e Amazon são “El Chapo e “Cocaine Godmother” – esteestrelado por Catherine Zeta-Jones.

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Especializado em tecnologia musical, Aram destaca que a velocidade na entrega da demanda é um dos pontos mais importantes no mercado em que atualmente está inserido nos Estados Unidos. Ainda sobre seu processo de trabalho detalha: “Primeiro crio os temas principais com base no roteiro ou filme, sem me preocupar com a imagem. Apenas baseado na história, personagens, cenário e época. Às vezes escrevo esse tema no piano, às vezes no violão ou no ukulele ou até mesmo ‘escrevo’  inteiro de cabeça.  A partir de então, apresento os temas para o diretor. Se eles gostarem, passo a desconstruir estes temas nas cenas, regravando a instrumentação que for necessária”.

Atualmente Aram compõe para mais duas séries, junto com outros dois compositores, os mexicanos  Andres Sanchez Mahe e Gus Reyes: “Diablero (Netflix – México-Espanha) e “Tijuana(Netflix / Univision – Estados Unidos). Além disso, trabalha na parte musical do documentário “Runner Without A Country, que conta a história de um refugiado de guerra que se tornou atleta olímpico.

Fora do ambiente dos estúdios de TV e cinema, Aram orgulha-se de ter composto parte dos temas de abertura das Olimpíadas do Rio 2016, com Beto Villares e Antonio Pinto, e o encerramento das Olimpíadas de Londres.

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