Um dos ícones da música brasileira no Brasil e no exterior (a emissora BBB, de Londres, chegou a conferir a ela o título de “Cantora do Universo”), e uma das primeiras artistas a valorizar a negritude e o empoderamento feminino — nas músicas, atitudes e entrevistas, num momento em que este tipo de comportamento era raro e, digamos, arriscado –, Elza Soares nos deixou na sexta-feira, 20, aos 91 anos.
Sua sofrida história de vida (foi forçada a se casar aos 13 anos e perdeu dois dos seis filhos que gerou ainda adolescente), os amores da artista (em especial, seu casamento com Garrincha, à época o grande nome do futebol nacional ao lado de Pelé), sua rica discografia, sua luta contra o racismo e a valorização da mulher na sociedade estão em vários livros lançados — entre eles “Elza”, escrito pelo jornalista Zeca Camargo –, programas de TV e documentários, como o recente “My Name is Now”, da diretora Elizabete Martins Campos.
Entre álbuns inéditos e coletâneas, foram mais de 40 lançamentos ao longo de mais de 60 anos de carreira — o últimos deles, “Elza Soares & João de Aquino”, em 2021. Na lista de seus sucessos eternos estão “Se Acaso Você Chegasse” (de 1938), “Fez Bobagem” (1942), “Chuvas de Verão” (1949), “Mulata Assanhada” (1956), “Volta por Cima” (1962), “Sei Lá Mangueira” (1968), “Malandro” (1976), “Língua” (1984) e “Espumas ao Vento” (1997). Ao longo da trajetória, Elza Soares recebeu inúmeros prêmios da indústria do entretenimento, o mais importante deles em 2016 — o Latin GRAMMY, pelo álbum “A Mulher do Fim do Mundo”.
Em 2020, a cantora foi enredo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel cujo enredo foi “Elza Deusa Soares”. A agremiação do coração de cantora terminou na terceira colocação.
Confira Elza cantando alguns de seus primeiros sucessos, neste álbum de 1960: