O Brasil precisa exportar sua música cantada em português e não seus músicos cantando em outros idiomas afirmou Marcos Chomen, da CD Baby, durante o painel “Going Global” realizado na última quinta-feira (25) no Music Trends Brasil, no Centro Cultural Light, no Rio. Além do citado painel, outras atividades com bastante concorrência no evento – realizado entre os dias 24 e 26 – foram os paineis “O que há para além do streaming” e “Cultura Lusófona” e os workshops “Dicas de como usar o Twitter para suas ações promocionais” e o “Meet& great com AEI Group”.
No encontro sobre a exportação da música, Chomen disse que no exterior todos acham a música brasileira excelente, mas ninguém a compra como um produto de massa. Peter Strauss, gerente de Distribuição e Licenciamento da UBC, citou como exemplo que o brasileiro que mais arrecada direitos exterior entre os representados por sua entidade, é Heitor Vila Lobos, com o dobro do segundo colocado. Além disso ratificou que fora do Brasil os meios rádio e TV ainda são os maiores arrecadadores.
Mercado promissor, disse o executivo da UBC, é o de trilhas musicais para o audiovisual tanto no Brasil, como no exterior, que já tem gerado recursos em função de vídeos exportados. De qualquer forma, ele acredita que, com trabalhos consistentes, é possível fazer sucesso em português fora do país. Um exemplo citado por Peter é a banda Autoramas, que cultiva um nicho em vários mercados inclusive com shows regulares de rock.
Para saber como melhor atuar, seja no Brasil ou no exterior, Chomen enfatizou no encontro a necessidade de monitoramento de resultados por meio do Google Analytics. “É uma ferramenta fundamental hoje em dia. Permite saber com precisão para onde caminha o mercado, qual região do mundo, qual país, qual estado ou cidade há melhor retorno e, a partir daí, é possível traçar a estratégia mais adequada.”
Outra dica do executivo é o investimento no mercado latino americano: “Tem gente gastando dinheiro para ir tocar na Europa quando poderia investir em mercados como o Chile ou o México, por exemplo. Creio realmente que é preciso se aventurar na América Latina e aproveitar a similaridade dos idiomas”, afirma o diretor da CD Baby.