Depois de lançar em outubro sua versão para o clássico “Lábios que Beijei” (primeiro sucesso de Orlando Silva, gravado na década de 1940), o cearense Raymundo Fagner apresenta novo single de seu primeiro álbum em parceria com a Biscoito Fino, previsto para dezembro e no qual ele decidiu homenagear grandes nomes da música brasileira. Desta vez, Fagner faz um dueto, com a ajuda da tecnologia, com Nelson Gonçalves na nova versão para “Serenata” (Silvio Caldas e Orestes Barbosa), tendo como base a voz do falecido cantor, gravada num álbum de 1991.
Além de homenagear um dos maiores e mais populares cantores do Brasil, o agora registro em dueto resgata histórias de Fagner com um dos seus principais ídolos na música. “Comecei a fazer seresta com as músicas do Nelson Gonçalves, jamais imaginaria que um dia viesse a gravar com ele. Na verdade, nossa relação não começou nada bem. Quando estourei com a música “Noturno (Coração Alado)”, a mais severa e contundente crítica que recebi foi dele, o que muito me entristeceu. Até que um dia o Nelson apareceu no estúdio da antiga CBS, com o produtor José Milton, me convidando pra gravar no disco ‘Eles e Eu’, relembra Fagner. “Sentamos no mesmo banco do piano pra tirar o tom de ‘Mucuripe’ e um filme passou pela minha cabeça: a partir daí, nossa amizade era como a de dois adolescentes. Fazer este dueto com o Nelson é realizar um sonho, acho que refiz esta voz umas cinquenta vezes, ainda não caiu a ficha”.
Intitulado “Serenata”, o novo trabalho de Fagner reúne clássicos da música popular gravados originalmente por grandes vozes da Era do Rádio, compostos por Pixinguinha, Silvio Caldas, Cartola, Orestes Barbosa, Vinícius de Moraes e Chico Buarque, entre outros. A relação dele com essas canções começou desde que era pequeno: “Na minha infância eu já ouvia música de adulto, especialmente Silvio Caldas, a quem considerava o maior. Tive a emoção de apresentá-lo em minha terra, quando de um show que fiz com Silvio em Fortaleza”, relembra o cantor e compositor cearense.
Com tantas serenatas em sua vida, selecionar 12 para o álbum não foi tarefa fácil: “Esta foi talvez a parte mais difícil. Meu amigo e produtor José Milton tanto ajudou quanto complicou a minha escolha. Além de grande cantor, ele é um profundo conhecedor deste repertório”, pontua Fagner, que prepara o lançamento do álbum para o início de dezembro.
Ouça “Serenata”, dueto virtual entre Fagner e Nelson Gonçalves: