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Lançado o aguardado novo álbum de Marcelo Jeneci

marcelo jeneci 17 julho

O cantor e músico Marcelo Jeneci está lançando seu novo e aguardado álbum “Caravana Sairé”, que chega ao mercado através da ONErpm. O conceito do projeto, segundo o artista, segue o exemplo de mestres como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Gilberto Gil, no sentido de dar uma nova dimensão ao forró, tirando-o da prateleira de “regional” e o colocando junto à música pop. Não à toa, ainda na fase da concepção sonora do projeto, Jeneci se referia a ele informalmente pelo apelido de “sanfona sound system”.

“Caravana Sairé” começou a nascer a partir dos diálogos de Jeneci com o cineasta pernambucano Helder Pessoa Lopes, que assina a direção artística do disco. A parceria é antiga: “Dar-te-ei”, canção do primeiro disco de Jeneci, foi feita a partir de um poema de Helder. No reencontro nos últimos anos, veio o desejo de formatar um projeto ambicioso — englobando mais dois discos numa trilogia, além de um documentário — para testemunhar essa caravana que segue sentido futuro, com rodas firmadas no chão pavimentado por quem veio antes.

O paraibano Lucas Dan faz as sanfonas base, dialogando com as sanfonas melódicas de Jeneci, que também toca teclados no disco. Jeneci também assume os bass synths, cumprindo com Mestre Bastos a função do peso grave numa banda que dispensa o contrabaixo. Por fim, Bruna Alimonda compõe o coro feminino, ao lado de Juba, na tradição forrozeira. A mixagem de Mario Caldato — produtor e engenheiro de som que já pilotou trabalhos de artistas como Beastie Boys, Bjork, Jack Johnson e Blur — arremata com um carimbo de urbanidade a pressão chão-de-terra de músicos como o zabumbeiro Mestre Bastos. Puro sanfona sound system.

O repertório, com dez faixas, traz releituras para clássicos da música nordestina. Entre os destaques, a versão com pegada de reggae para o xote “Sou o Estopim” (Antonio Barros e Cecéu), sucesso de Marinês e Sua Gente; “Lembrança de Um Beijo” (Accioly Neto), com a presença forte da  guitarra flamenca de Daniel Casares; “Baião” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) é visto sob uma perspectiva nova ao ser introduzido por ‘xequerês’, numa marcação que traça uma conexão com a música indígena; e “Devagar” (Jorge de Altinho), sucesso em festas de vaquejada, que manteve a energia, mas ganhou ritmo mais ralentado.

“Olha pro Céu” (Luiz Gonzaga e José Fernandes) e “Felicidade” (Jeneci e Chico César) aparecem juntas num arrasta-pé. “A aproximação deixa evidente que o clássico de Gonzagão e o maior hit de Jeneci, de alguma maneira, vêm de um mesmo lugar. Um lugar de afirmação da alegria de incêndio e de chuva. É também a única referência ao universo junino no disco, atestando a importância da festividade no imaginário do Nordeste, porém marcando que esse imaginário, diferentemente do que o Sudeste muitas vezes pensa, vai muito além das fogueiras e bandeirinhas”, como diz o press release.

Ouça “Caravana Sairé”, novo álbum de Marcelo Jeneci:

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