
A Pro-Música, entidade que representa as principais gravadoras e produtoras fonográficas do Brasil, acaba de publicar seu relatório anual, relativo a 2024. E a grande novidade é que, pela primeira vez na história, o mercado brasileiro ultrapassou os R$ 3 bilhões em arrecadação. Ao todo, em 2024, a indústria musical nacional registrou um faturamento total de R$ 3,486 bilhões — crescimento de 21,7% em relação ao ano anterior. Com esse desempenho, o Brasil manteve-se na nona posição entre os maiores mercados do mundo, no ranking global da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).
O crescimento do setor foi impulsionado, mais uma vez, pelo avanço do streaming, que respondeu por 99,2% do total das vendas físicas e digitais e por 87,6% das receitas totais do setor. O faturamento das plataformas digitais atingiu R$ 3,055 bilhões, um aumento de 22,5% em comparação a 2023. Assinaturas em serviços como Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, Napster e Amazon Music somaram R$ 2,077 bilhões, representando um salto de 26,9% no período. Já as receitas geradas por streaming remunerado por publicidade cresceram 8,3%, chegando a R$ 479 milhões. Os vídeos musicais interativos, financiados exclusivamente por publicidade, movimentaram R$ 499 milhões, um crescimento de 20,3%.
A título de comparação, no cenário global o relatório internacional do IFPI Global Music Report, divulgado hoje aponta que a indústria mundial de música gravada cresceu 4,8% em 2024, também impulsionada pelo streaming. Os números divulgados pelo IFPI mostram que as receitas totais no mundo no último ano foram de US$ 29,6 bilhões. O faturamento do streaming de áudio por assinatura aumentou 9,5%, alcançando 752 milhões de usuários de contas de assinatura pagas, ao final do último ano. O relatório completo do IFPI está disponível no site da entidade.
Além do streaming, o relatório da Pro-Música também aponta um aumento expressivo na arrecadação de direitos conexos de execução pública para produtores, artistas e músicos, que somaram R$ 386 milhões, alta de 14,9% em relação ao ano anterior. As receitas de sincronização – uso de músicas em publicidade, filmes e séries – tiveram um crescimento ainda mais acentuado, com avanço de 36% e arrecadação de R$ 19 milhões.
O mercado físico, embora represente uma fatia pequena da indústria, também registrou alta em 2024, alcançando seu maior faturamento desde 2017. As vendas de formatos físicos somaram R$ 21 milhões, um crescimento de 31,5%. O principal responsável por essa recuperação foi o vinil, que se consolidou como o formato físico mais vendido pelo segundo ano consecutivo, movimentando R$ 16 milhões – crescendo 45,6% na comparação com o ano anterior. Os CDs registraram faturamento de R$ 5 milhões, enquanto DVDs e outros formatos somaram R$ 0,08 milhão e R$ 0,04 milhão, respectivamente.
Os números divulgados pela Pro-Música confirmam uma tendência observada nos últimos anos: o crescimento contínuo da indústria fonográfica brasileira. O setor mais que triplicou seu faturamento desde 2018, refletindo a adaptação do mercado às novas formas de consumo de música e o fortalecimento das plataformas digitais como principal canal de distribuição. O relatório destaca que o Brasil se mantém acima da média global em crescimento, reafirmando o papel central do setor fonográfico na economia digital.
A íntegra do relatório Mercado Brasileiro de Música 2024 está disponível no site da Pro-Música, ou através do link.