Profissional respeitado, Rick Bonadio é conhecido no mercado pelas várias funções que exerce ou exerceu na indústria da música – entre elas ter revelado nomes de sucesso como Mamonas Assassinas (cujo longa metragem sobre este fenômeno pop acaba de estrear nos cinemas), NX Zero, Fresno, Manu Gavassi, Rouge, CPM22, Charlie Brown Jr. e Vitor Kley. Além de produtor musical, é também músico, compositor, empresário artístico, jurado/apresentador de TV e dono de seu próprio negócio, a Midas Music, misto de estúdio, gravadora e escritório de agenciamento.
Em entrevista em 2019 à revista SUCESSO!, que originou este Portal Sucesso, Bonadio disse que vem priorizando as questões de natureza artística, deixando as outras áreas de sua empresa nas mãos de diretores. “Já fui mais business, hoje sou muito mais um diretor artístico e produtor”, afirmou, explicando como seleciona artistas e repertórios. “Em primeiro lugar, busco músicas que me toquem. Não vou gravar porcaria porque alguém me diz que aquilo tem cara de sucesso. Não quero ganhar dinheiro fazendo música sem qualidade. E, felizmente, posso dizer que é possível trabalhar desta forma”, disse ele, que à época havia lançado nacionalmente, com sucesso, a música “Era Uma Vez”, de Kell Smith.
Na ocasião, como de costume, pedimos a Rick Bonadio que relacionasse os discos que ele considera mais representativos em sua carreira. Confira:
CABEÇA DINOSSAURO – Titãs (1986)
“Foi o primeiro álbum que me levou a querer conhecer mais sobre produção musical no rock. Gosto de todas as faixas e do trabalho do (produtor) Liminha, que valorizou muito o disco em termos sonoros”.
QUEEN JAZZ – Queen (1978)
“Durante muitos anos foi o meu favorito e ainda está entre os discos mais importantes da minha vida. Aprendi muito sobre arranjos vocais e de guitarras com esse álbum, o sétimo da banda inglesa”.
LICENSED TO ILL – Beastie Boys (1986)
“Na época do lançamento desse álbum eu estava disposto a gravar um disco de rap. A forma com que eles faziam as rimas, os beats bem loucos e a simplicidade, me fizeram acreditar que era possível realizar meu intento”.
TRANSPIRAÇÃO CONTÍNUA PROLOGANDA – Charle Brown Jr. (1997)
“É meu disco favorito. Nele, a gente conseguiu definir o que seria a banda em toda a carreira. Misturamos rock com rap e tenho muito orgulho do som alcançado. Gravei num estúdio muito simples. Nada digital. A mixagem, fiz bem rápido. Terminei em dois dias o disco todo”.
FANCY DANCER – One Way (1981)
“Ao ouvir este disco eu decidi que queria fazer funk black-music. Além disso, a embalagem era diferente de tudo que existia na época e dava um charme especial ao álbum”.
LED ZEPPELIN IV – Led Zepellin (1971)
“Quando ganhei a fita K7 desse álbum, não sabia direito o que era. Meu tio, que era roqueiro, me mostrou a fita e disse: “Ouça aí, esse é o ultimo disco da banda, você vai gostar! Ouvi tanto as músicas, que acabei tirando todos os arranjos de bateria”.
MACHINE HEAD – Deep Purple (1972)
“Nesse álbum, que tem o clássico Smoke on the water, comecei a entender o que era tirar som de bateria. Ficava horas ouvindo e tentando entender a divisão dos microfones”.
MAMONAS ASSASSINAS – Mamonas Assassinas (1995)
“Foi nessa produção que pude pela primeira vez colocar o conhecimento que havia adquirido no mercado independente, produzindo de sertanejo a pagode, passando sempre pelo rock. A partir desse disco as pessoas passaram a me conhecer”.
CORAÇÃO SELVAGEM – Belchior (1977)
“Esse veio pela minha mãe. Ela ouvia o dia todo e eu gostava muito de faixas como Paralelas e Galos, noites e quintais, entre outras. Ficava viajando nas imagens que as letras traziam à minha mente. Uma obra-prima”.
Chopin – Toda Discografia
“Tive contato com o trabalho deste mestre da música clássica através da minha mãe, quando tinha seis anos de idade. A partir daquele momento, resolvi estudar piano e entrei no universo da música. Não fosse aquilo nada do resto teria acontecido”.