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Os negócios da MM Music

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Aos 44 anos, Maurício Mello, dono da MM Music, de Campo Grande, tem muito mais que sensibilidade para criar músicas que animam e que tocam o coração do público. O profissional, cujo sonho era tornar-se cantor de sucesso (chegou a lançar dois álbuns nos anos 1990), largou a carreira para iniciar um negócio que tem lhe proporcionado, além de prestígio e reconhecimento, um bom faturamento. “Passei a compor, produzir e a fazer direção musical em gravações diversas”, lembra ele. Seu lado compositor foi o que caminhou primeiro. São 700 músicas gravadas, algumas delas megahits como “Enquanto Houver Razões” e “Louca Saudade” (Jorge e Mateus), “Chora Chora” (Gusttavo Lima), “Presente de Deus” (Maria Cecília e Rodolfo) e “Suite 14” e “Malbec” (Henrique e Diego).

Por conta disso, Maurício acabou abrindo, há exatos dez anos, sua própria editora. Além de administrar sua obra, a MM Editora tem atualmente mais de 600 compositores catalogados. São milhares de composições, de nomes como A.D.Z. (cantor e compositor eclético, gravado por nomes do sertanejo como Michel Teló, Jorge e Mateus e Bruninho e Davi, e por representantes da urban music), Magno Santana – autor de “Lepo Lepo” (Psirico), “Tempo de Alegria” (Ivete Sangalo) e “Fui Fiel” (Gusttavo Lima) – e Raynner de Souza, de “Efeitos” (Cristiano Araújo), “Fora do Normal” (Bruno e Marrone), “Le Le Le” (João Neto e Frederico), entre outros. “Iniciei a editora por uma necessidade pessoal, mas logo senti que seria importante trazer mais compositores, para fortalecer nosso segmento, oferecendo aos associados possibilidades que vão além do registro da obra. Com o passar do tempo, crescemos e a MM virou um grupo, que hoje conta com mais sete empresas, incluindo a Suíte 14, que cuida de fonogramas. A MM Music é editora, gravadora, distribuidora digital e escritório artístico, entre outros. Ela tem um canal no YouTube com 800 mil seguidores, que está entre os 60 mais assistidos do Brasil. Temos um estúdio próprio para gravar com artistas novos e somos representantes da ABRAMUS. Atualmente, prestamos serviços musicais em todas as áreas, desde a edição até a entrega do produto para o público”, detalha.

Na parte da gravadora, aberta em 2012, Maurício informa que são mais de 800 fonogramas, todos lançados de forma digital, como singles ou em EPs. “Desde o início, somos 100% digital. Nunca colocamos um produto físico no mercado. Por este motivo, temos muito conhecimento das plataformas digitais e ótimo relacionamento com todas elas – afinal, tanto nós quanto essas empresas começamos na mesma época”, reforça. Entre os fonogramas, estão alguns megahits, como “50 Reais” (com Naiara Azevedo), “Dona Maria” (Thiago Brava) e “Chip” (Israel Novaes, participação de Jerry Smith e Psirico). “O objetivo da MM Music é revelar talentos e alavancar nomes conhecidos que precisam de um upgrade na carreira. Fazemos os lançamentos pelo selo mas não temos condições de segurar um artista diante do assédio das grandes gravadoras”, explica ele.

Entre os nomes conhecidos atualmente com vínculo com o selo de Maurício estão Israel Novaes (que promove o single “Tá Ruim Mas Tá Bom”), Loubet, Janaynna e Conrado. Este último, que fez sucesso nos anos 1990, lançou no fim do ano passado o EP “O Mais Romântico do Brasil”, marcado pelos hits “Paixão Proibida” e “Encontro Casual” (em um pot-pourri), a regravação de “Ego”, além de três faixas inéditas: “Desafinado”, “Que Chato Que É” e “Sorriso Depois do Prazer”. Janaína, por sua vez, está preparando para breve um projeto em áudio e video com a participação de nomes como Henrique e Diego e Trio Parada Dura.

ESCRITÓRIO NOS EUA

Com seu estilo empreendedor, Maurício Mello, neste ano, deu mais um passo importante, saltando pra fora do mapa do Brasil. Ele que, além da sede da empresa em Campo Grande, tem escritório em Goiânia (para captação de produtos e novos compositores) e braço operacional em São Paulo (digital), acaba de abrir uma empresa nos Estados Unidos – a MM Records. Com base em Orlando, na Flórida, o label tem seis funcionários (entre produção, relacionamento com plataformas e administrativo) e parceria com estúdio local. O planejamento de Maurício inclui o lançamento de pelo menos quatro produtos pela MM Records nos próximos meses, todos em inglês ou espanhol.

O primeiro é o single “Space Between Us”, do trio americano de pop eletrônico SZN, formado por um cantor e dois DJs/produtores. Na sequência, ele lançará nas plataformas uma versão em espanhol para “Desafinado”, faixa do EP de Conrado que vem obtendo ótima performance no ambiente digital. “Até o meio do ano queremos lançar pelo menos outros dois produtos. Estamos no começo das operações, conhecendo o mercado, como fizemos quando abrimos a empresa no Brasil. Mas nossa ideia é movimentar bastante o escritório americano por conta do potencial que ele apresenta, já que gravaremos em idiomas consumidos em todo mundo”, explica o executivo.

No Brasil, Maurício espera crescer ainda mais, investindo em outros gêneros, além do sertanejo, carro forte da editora e do selo musical. Em dezembro passado, a MM lançou a faixa “Mistérios do Coração”, do grupo SPC. Feliz com o resultado nas plataformas digitais, Maurício planeja agora colocar no mercado outros singles do grupo mineiro, além de gravar um DVD. “Acho que o samba/pagode está muito forte de novo. Além dos nomes consagrados, há vários artistas novos tocando bem, fazendo shows, por isso pretendemos investir um pouco mais no gênero em 2019”, afirma.

Ainda de acordo com Maurício Mello, a empresa planeja colocar no ar um site, focado no público final, para a venda de produtos dos artistas licenciados pela MM (canecas, camisetas, capas de smartphones, bonés etc.). Outras novidades do site serão uma radioweb só com as músicas da gravadora, podcasts trazendo entrevistas dos contratados feitas pelo próprio Maurício, além da vinculação à plataforma do canal de vídeos já existente, no qual Maurício exercita seu lado cantor interpretando sucessos próprios e de seus editados.

Ainda ao longo do ano, ele pretende manter sua parceria com Henrique e Diego (de quem é sócio na carreira, além de diretor musical) e cuidar do management de outros artistas – casos de Janaynna, Kid e Kenner e Neto e Zanotti, entre outros. “Não tenho dúvidas de que essas duas duplas em breve estarão no primeiro time do sertanejo”, garante ele que, mesmo com tantos afazeres, não deixa de lado a atividade que originou todas as outras, a composição. “É quase um ritual. Todos os dias, pela manhã, separo um tempo, só eu e meu violão, para fazer novas músicas. Tenho mais de 300 inéditas”, afirma o profissional.

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