Após ter sido interrompido por conta da pandemia, o trabalho de produção do longa metragem sobre a vida de Zeca Pagodinho acaba de ser retomado, com o anúncio do diretor do filme. O escolhido para o cargo é Mauro Lima, responsável por filmes como “Meu Nome Não é Johnny” e “Tim Maia”.
A obra é inspirada no livro “Deixa o Samba Me Levar “, dos jornalistas Leonardo Bruno e Jane Barboza. A seleção de elenco terá início no final de agosto e os produtores Roberto Faustino (“A Hora e a Vez de Augusto Matraga”) e Marco Altberg (“Minha Fama de Mau”) afirmam que, no caso do personagem principal, a ideia é contratar três atores, de diferentes faixas etárias, que possam representar a infância, juventude e a fase atual deste que é um dos sambistas mais populares do país. O projeto tem distribuição da Paris Filmes e será um dos grandes lançamentos de 2023, quando Zeca Pagodinho completará 40 anos de carreira. Nomes conhecidos da TV também devem integrar o elenco.
Nascido e criado em Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Zeca — na verdade Jessé Gomes — completou 63 anos em 4 de fevereiro. Em 1983, Beth Carvalho revelou seu talento ao Brasil Zeca Pagodinho, quando o convidou para cantar em seu disco o samba “Camarão Que Dorme a Onda Leva”, parceria de Zeca com Arlindo Cruz e o lendário Beto Sem Braço. Em, 1986 ele lançaria seu primeiro álbum e de lá pra cá não parou mais de fazer sucesso.
A ideia dos produtores e do diretor é contar a vida de Zeca Pagodinho a partir de momentos marcantes da vida do cantor, incluindo a infância pobre no subúrbio carioca, passando pelo bullying que sofria por não saber jogar futebol e as dificuldades do início da carreira — caso do episódio marcante quando ele passou uma noite na prisão depois de cantar num show da madrinha Beth Carvalho.
Outro trecho marcante do livro que será recontado no longa é o que fala do casamento do sambista com Mônica Silva (em 1986), com muitos “penetras” já que Zeca Pagodinho esqueceu num bar no Morro da Providência os convites que levou para entregar aos amigos. Algo como o descrito na letra da música famosa de Zeca, “O Penetra”, lançada nos anos 1990. A reconstrução das rodas de samba marcantes do Rio de Janeiro, do Cacique de Ramos à Velha Guarda da Portela, também será levada às telas.