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Rodrigo Lemos está à frente de vários projetos de rap

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Sério e estudioso, o jovem carioca Rodrigo Lemos é antenado ao que acontece no mercado musical brasileiro, especialmente quando o assunto é rap. Há cerca de dois anos, após trabalhar como produtor internacional da banda Blitz (grupo cuja carreira é administrada há uma década por seu pai, Elieser Lemos), o rapaz começou a prestar atenção no crescimento do rap na cena carioca. Em especial, no trabalho da gravadora 1Kilo, que já se destacava, revelando artistas talentosos.

Bastante viajado – estudou na Austrália e na Espanha – e conhecedor da importância do gênero nos EUA, o jovem empresário viu ali uma possibilidade de união de forças. “Quando conheci o Pablo Martins e outros fundadores do 1Kilo, eles já estavam em alta, mas ainda tinham poucos shows agendados. Percebi a explosão que era esse movimento, observando que quase todo jovem brasileiro ouvia rap. Porém, ao mesmo tempo, via que o estilo tinha pouco espaço na mídia”, revela Rodrigo, para quem o rap seria mais ouvido e visto com um pouco mais de estrutura nos bastidores.

Diante deste cenário – e após quase dois anos de parceria do escritório Os Lemos (de seu pai) com o 1Kilo, período no qual as apresentações dos artistas da gravadora aumentaram bastante – surgiu a ideia da criação do selo Rep 55. O número é uma referência ao Brasil, por se tratar de nosso código telefônico (prefixo DDI). Já Rep são as iniciais de “ritmo e poesia”, aportuguesando assim o nome original do gênero (rhythm and poetry). Empolgado, Rodrigo sonha em ver o rap com maior representatividade no mainstream. “Vim de um passado acadêmico, trabalhei em start-ups e convivo com esse meio desde pequeno, por conta do trabalho do meu pai. Quero tentar somar essas experiências à enorme qualidade do nosso rap, representando da melhor maneira possível esse movimento de música urbana nacional”, conta.

Para gerenciar a carreira e cuidar dos shows dos artistas do novo selo, alguns deles também pertencentes ao cast do 1Kilo, Rodrigo abriu o escritório Showtime, braço da Os Lemos, voltado para o rap. Selo e escritório trabalharão com objetivos separados por etapas. De início, a ideia é ampliar o número de shows, mas contando com melhores produções. Posteriormente, será criada uma grande festa, reunindo os artistas do cast do selo. Entre eles, o campeão brasileiro de Batalha de Rap, Chris MC, e Pelé Milflows, que soma mais de 15 milhões de views em algumas de suas músicas no YouTube. “Eles se revezarão no palco, cada um com repertório próprio, mas também tocarão outros hits do gênero, numa maneira de reverenciar grandes nomes do rap”, explica.

Todas as edições da festa terão um DJ no palco, acompanhando os rappers. Negralha, do grupo O Rappa, deve ocupar o posto. Além de atrair grandes públicos, essa união de profissionais terá outro propósito, na avaliação de Rodrigo. “Queremos que o rap siga os passos do sertanejo, no sentido de ter artistas mais próximos. É normal uma dupla sertaneja consagrada promover outra mais nova. Uma alavanca a carreira da outra, sem rivalidade”, reflete. Com dez festas já fechadas, a Rep 55 terá ainda este ano shows oficiais de lançamento em São Paulo, Rio e em outras capitais. “Tudo está acontecendo no ritmo certo. Ou na batida certa (risos)”, brinca.

elieser2                                      Rodrigo e seu pai, o empresário artístico Elieser Lemos

Paralelamente aos eventos, os artistas do selo terão apoio na gravação e lançamento de singles e álbuns. “Cada rapper terá autonomia para definir o rumo de seu trabalho. Mas trocaremos ideias com eles sobre tudo: se será no físico ou digital, se terá vinil, a hora certa de divulgar… Dialogamos bem com as gravadoras, o que também dará a eles opções interessantes na hora de lançar um novo material”, explica Rodrigo. Haverá ainda uma preocupação da Rep 55 em consolidar o trabalho de seu cast na esfera digital. “Já temos artistas com conteúdos relevantes nas plataformas de streaming. Porém, nem sempre com os direitos autorais em dia ou com faixas devidamente editadas. Precisamos mapear tudo e aumentar o faturamento dos artistas com sua obra”.

Voltando aos palcos, a última etapa da estratégia já traçada pelo selo é realizar um imponente festival internacional. “Se é pra sonhar alto, pensamos em trazer grandes rappers estrangeiros, artistas que deveriam se apresentar com mais frequência no Brasil, como Drake, por exemplo. No caso desse festival, a Rep 55 atuaria também como contratante, incluindo no line-up artistas brasileiros e estrangeiros que não pertencem ao selo”, finaliza Rodrigo. (Por Thomaz Rafael)

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