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Sullivan promove versão de “A Lua e Eu”, de Cassiano

capa michael sullivan
Um dos clássicos da soul music nacional, “A Lua e Eu” — lançado originalmente em 1976 por seu autor, Cassiano — ganha agora nova versão, na voz de um dos principais hitmakers do Brasil em todos os tempos, Michael Sullivan. O cantor e compositor pernambucano quis prestar um justo tributo ao colega paraibano, famoso por parcerias com Tim Maia, e que morreu no mês passado aos 77 anos (capa acima).
Com produção assinada por Lincoln Olivetti, e como se a existência desta gravação já não fosse um presente o suficiente, o lançamento da versão do clássico chega acompanhado de um lyric vídeo em preto e branco, com elegantes imagens de Sullivan em estúdio.
Ele reflete a respeito das motivações para lançar a faixa neste momento, mais de 20 anos após a gravação original.
“Chega uma época em que nos damos conta de que tudo o que fazemos se transformará em lembrança um dia. É a maturidade. Para alcançá-la, é preciso justamente já ter lembranças. E isso faz com que cada hora das nossas vidas seja bela e que as músicas ecoem”, conta o artista.
“Eu e Cassiano sempre tivemos muito em comum: nordestinos, negros, pobres. Éramos perfeitos para os rótulos e nós fizemos de tudo para que isso não acontecesse. Olhando para trás, nos sentimos vitoriosos diante dos preconceituosos. Essa gravação me diz muita coisa e volto a afirmar: o mínimo gesto que eu poderia fazer é deixar essa lembrança para o futuro. Por isso a minha homenagem ao mestre Cassiano”, completa.

A nova versão de “A Lua e Eu” é capaz de transportar quem ouve para a era de ouro do soul, do blues e da black music no Brasil, um movimento capitaneado por nomes como Sullivan, Cassiano e Tim Maia, que teve seu auge entre as décadas de 60 e 70. “Todas as emoções que tive com Cassiano, e também com Tim Maia, balizaram minha música ao longo de toda a minha vida. Nesta faixa, em que convidei Cassiano a cantar comigo, podemos ouvir ao final sua assinatura, na qual ele diz: ‘essa é com carinho para o nosso povão’. Porque ele sempre me disse que admirava a minha leitura plural, como era a dele”, recorda Sullivan.

Questionado sobre a atual cena brasileira de soul e blues, o cantor e compositor se mostra antenado ao que está acontecendo e cita artistas da nova geração. “O cenário de hoje é propício, eu tenho escutado sonoridades, timbres e levadas incríveis. Estamos no tempo do som e seus experimentos. Tenho ouvido artistas completos como Delacruz, Liniker e Luccas Carlos. Vejo este tempo reunindo ingredientes perfeitos para casar com a melodia. Acho que esse encontro está vindo e será muito promissor para o blues e soul brasileiro. O que muito me toca é ver também artistas que não são necessariamente do gênero, mas trazem as influências black para seus álbuns, expandindo e conquistando mais espaço. É um bom caminho”, conclui.

Assista ao vídeo de “A Lua e Eu”, com Michael Sullivan:

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