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#TBT: Sonhando com a volta de Victor e Léo em 2024

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Na história da música brasileira — como de resto, na da indústria em todo mundo –, observa-se frequentemente duplas, trios ou grupos sofrendo “baques” com paralisações temporárias ou pela decisão de integrantes em sair em carreira solo. Às vezes, as mudanças nem chegam a afetar tanto as partes, como no caso de Cazuza e Barão Vermelho. Quando o principal vocalista da banda optou por cantar sozinho, o Barão manteve-se em alta porque já tinha na sua formação um substituto à altura, Roberto Frejat, que ocupou o posto até ele mesmo seguir o mesmo caminho de Cazuza, anos depois. Há casos que ficam no meio termo, como o envolvendo a banda Titãs, que ainda mantem-se ativa, com relativa força no show business, mesmo com a saída de nomes expressivos como Arnaldo Antunes e Nando Reis.

No caso da música sertaneja, existem alguns exemplos pós-separações que deram certo, em particular os de Daniel e Leonardo, que passaram a cantar de forma solo após a morte de seus parceiros (João Paulo e Leandro, respectivamente), repetindo nesse formato o êxito dos tempos de duo. E mais recentemente, pode-se dizer o mesmo de Simone Mendes, que encontrou a fórmula para manter-se no topo do sucesso cantando sem a irmã Simaria — já que em seu álbum de estreia ela tem emplacado várias músicas nas rádios e plataformas e seus shows solo registram o mesmo ótimo público das turnês ao lado da parceira.

Mas não é isso que se observa em geral na história dos duos que cantam música sertaneja. São inúmeros os exemplos de duplas que, desfeitas, levaram seus integrantes a perder popularidade, quando se arriscaram a cantar sozinhos. João Mineiro e Marciano, Milionário e José Rico, Rick e Renner, Bruno e Marrone, Edson e Hudson, Gian e Giovani, Chrystian e Ralf… Algumas delas, felizmente, voltaram a se reunir tempos depois e retomaram a carreira, seja em termos de gravações, seja em turnês concorridas. Outras ficaram pra trás, perdidas na história.

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Em 2018, após um período em que já não vinham se entendendo muito bem quanto aos rumos da carreira — agravado por questões judiciais envolvendo o mais velho deles –, os irmãos Victor e Léo resolveram desfazer a parceria de sucesso que durava 26 anos. No citado período, em especial a partir de 2004 (com o álbum “Vida Boa”), eles renovaram o sertanejo, dando ao gênero conceito e qualidade tanto sonora (ao inserir elementos do country e da folk music) como na temática, com letras bem construídas, feitas respeitando a inteligência e a sensibilidade do ouvinte — sem apelações ou histórias sobre traições, mágoas e bebedeiras, costumeiramente presentes nos hits do gênero. Lançaram clássicos como “Borboletas”, “Eu e Eu no Sertão”, “Amigo Apaixonado”, “Não Precisa”, ‘Boa Sorte Pra Você”,  “Na Linha do Tempo”, entraram no time dos nomes mais caros do show business nacional e conquistaram dezenas de prêmios importantes, incluindo um Latin GRAMMY (em 2013).

A verdade é que faz cinco anos que a melhor dupla que surgiu no mercado nas últimas duas ou três décadas (pelo menos para este redator) está separada e deixando uma lacuna gigante entre aqueles que admiram seu trabalho. O pior de tudo é que nenhum dos dois irmãos alcançou êxito trabalhando de forma solo. Léo até que vem tentando, com projetos frequentes em diferentes áreas — palestras, publicidade, literatura e shows, nos quais, mesmo cantando hits da dupla,  não repete o mesmo sucesso de outrora. Victor, por sua vez, tem apresentado composições novas em seu canal no YouTube, algumas delas com clipes bem produzidos. Porém a baixa quantidade de views não reflete a enorme importância dele para a música nacional.

Nas redes sociais tanto de Victor quanto de Léo os fãs, saudosos, pedem com frequência pela volta da dupla. É sabido que, nos últimos meses, ao menos por duas ou três vezes grandes executivos do mercado já tentaram sem êxito essa reaproximação. Segundo se comenta entre pessoas próximas aos dois, há possibilidade de prosperar, talvez em 2024, a ideia de um breve retorno para uma série de 30 shows em estádios e grandes arenas, alguns com transmissão pela TV e com o registro de um audiovisual para lançamento ao final da turnê.

Enquanto essa possibilidade não se concretiza, o jeito é matar saudades ouvindo a excelente discografia da dupla nos tocadores de áudio e outros materiais de Victor e Léo disponíveis no ambiente online — como esse registro exclusivo (abaixo) feito em 2014 para nosso canal Caras do Sucesso, quando eles cantaram em primeira mão o então lançamento “Linha do Tempo”, emendando, pra descontrair, com a versão do hit “Vamos Fugir”, composição de Gilberto Gil, gravada pelo artista baiano e pela banda Skank.

Confira essa gravação exclusiva de Victor e Léo para o canal Caras do Sucesso:

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