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Tribo de Jah completa 30 anos e lança novo álbum

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Há 30 anos a Tribo de Jah nascia na Escola de Cegos do Maranhão. Precursora do reggae no Brasil, a banda desde então se mantém como principal representante do gênero no país. E não é só por aqui que o nome da Tribo de Jah é f­­orte. Durante essas três décadas, o sexteto, hoje formado por Fauzi Beydoun (voz), Pedro Beydoun (voz e guitarra), Jesiel Bives (teclado), Aquiles Rabelo (baixo), João Rodrigues (bateria) e Neto Enes (guitarra) viajou a todos os continentes.

Inclusive na Jamaica (no Sunsplash Festival), onde o gênero se confunde com a história do país. “Também já participamos dos maiores festivais europeus, como o Paris-Bercy (França), o Rototon Sunsplash (Itália), o Festival de Jazz de Montreux e o Caliente Festival de Zurich (Suíça). Mais: estivemos duas vezes na Inglaterra, em Cabo Verde e no Japão”, lembra Fauzi. Nesses shows, a banda privilegia o repertório próprio, interpretado em idiomas diferentes, como o inglês, o francês e o espanhol. Essa identificação do público com a banda também é muito forte no Brasil, onde a Tribo já realizou shows em eventos importantes, como Festival de Verão de Salvador, Ceará Music, Planeta Atlântida (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), República do Reggae e Virada Cultural de São Paulo, entre outros.

Em meio à efemeridade do mercado atual, poucos artistas conseguem longevidade na carreira sem comprometer a qualidade do trabalho – a Tribo é uma delas. Mesmo há 30 anos na estrada, o grupo, que se caracteriza por contar com três deficientes visuais entre os integrantes, mostra a cada trabalho uma evolução musical notável, sem perder a originalidade e a essência. Tal crescimento pode ser calculado pelos números que a Tribo de Jah alcançou durante esses anos. Apesar do pouco tempo nas redes sociais, eles contam com mais de 600 mil seguidores no Facebook, 23 mil no Instagram, além de aproximadamente 100 mil ouvintes mensais somente no Spotify. “Isso tudo em menos de seis meses, desde que iniciamos um grande reposicionamento no mercado digital, promovido pelo escritório que gerencia a carreira da banda”, explica Fauzi.

Atualmente a internet tem sido aliada do grupo quando o assunto é aproximação com o público mais jovem, mas este não é o único fator. “A mistura de ritmos, o crescimento da cultura do reggae e a presença do novo vocalista, Pedro Beydoun, meu filho, tem agradado nos shows e no novo projeto da banda, o CD Confissões de um velho regueiro”, reitera Fauzi.

TRÊS DÉCADAS

O projeto, lançado em outubro, é comemorativo aos 30 anos da banda. Tendo o reggae como gênero predominante, o álbum, em suas 17 faixas, agrega vários outros elementos sonoros, como blues, rock-steady, rap e roots. Muito dessa inspiração musical veio a partir do reggae disseminado por Bob Marley, Gregory Isaacs, The Gladiators e Culture, bem como influências originais do Maranhão, como a seresta, a lambada e o merengue.

Produzido a partir de uma campanha de financiamento coletivo com apoio dos fãs (crowdfunding), o disco apresenta canções assinadas por Fauzi e Pedro, com temas que tratam de questões sociais, políticas, ecológicas e espirituais. Destaque para a emocionante versão para Suzy Wong – sucesso de 1976, do jamaicano Jacob Miller -, na qual pode-se ouvir o timbre diferenciado de Pedro, que também canta outros três temas – Na paz de Jah, Todas as escolhas e A onda do amor. No bloco de canções de protesto aparecem as interessantes Traidores da pátria e Farsa da democracia. O primeiro single a ser trabalhado nas rádios que tocam reggae é a que dá título ao álbum.

Ainda no combo de comemorações e do lançamento de Confissões de um velho regueiro, o grupo tem vários shows marcados para 2017. A passagem da Tribo já está confirmada no verão para os estados de São Paulo, Alagoas, Sergipe, Maranhão e Santa Catarina. Já no quesito novidades, a Tribo de Jah pretende no meio de 2017 fazer uma nova turnê internacional.

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