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UBC homenageia Erasmo Carlos

 

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Autor de 815 canções – sozinho ou com parceiros como Marisa Monte, Milton Nascimento, Lulu Santos e Rita Lee, além, claro, do Rei Roberto Carlos –, o Tremendão Erasmo Carlos foi homenageado ontem, 9, na sede da União Brasileira de Compositores (UBC), pelo conjunto de sua obra. Profissionais da indústria da música, compositores e vários artistas participaram do evento, que também prestou tributo ao advogado João Carlos Miller, um dos autores da atual Lei do Direito Autoral, que neste ano completa duas décadas.

Erasmo lembrou a valorização do trabalho do compositor e as conquistas que a categoria alcançou ao longo dos anos, ao relatar um episódio envolvendo um amigo compositor em seus tempos de juventude. “Eu me orgulhava de conhecer o autor de algumas músicas que tocavam no rádio. Falava pra todo mundo que o ‘cara” que tinha feito determinada música era meu amigo. Só que os locutores nunca falavam o nome dele ao citar o título das canções. Passei a ligar para as emissoras reclamando e fui informado que não era seu nome que constava nos créditos dos discos. Foi quando descobri que meu amigo vendia as composições para terceiros, porque não sabia os caminhos para ser remunerado pelo seu trabalho de forma legal e digna”.

O CEO da associação, Marcelo Castello Branco, elogiou o homenageado e comparou a dupla Roberto-Erasmo Carlos com Lennon-McCartney. “E no seu trabalho solo, ele se consolidou como um compositor incisivo, particular, generoso. É alguém que se dá bem com todos, de quem todo mundo gosta. Seu nome foi acolhido por unanimidade pelo Conselho Diretor da UBC”, afirmou.

Como forma de lembrar as várias facetas artísticas do compositor Erasmo Carlos, alguns de seus clássicos foram interpretados por artistas convidados, em alguns casos com versões bem diferentes das atuais, até como forma de mostrar que seu trabalho tem esse caráter ao mesmo tempo atual e eterno.

Gilberto Gil e Emicida dividiram o palco pela primeira vez cantando “Sou Uma Criança e Não entendo Nada”. O pernambucano Johnny Hooker mostrou sua versão para “Filho Único”; na sequência Ludmilla emocionou o público com a interpretação da balada “Mais Um na Multidão”. Illy e o argentino Diego Drexler cantaram, em espanhol e português, “Sentado à Beira do Caminho”; Ana Canãs emprestou seu talento e força vocal para “Do Fundo do Meu Coração”. João Cavalcanti e Mosquita representaram o samba na bela “Cachaça Mecânica”, enquanto Simoninha mesclou o gênero com rock em sua versão para “Coqueiro Verde”. Na sequência Ney Matogrosso levantou a platéia ao cantar o clássico “Mesmo Que Seja Eu”.

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A noite foi encerrada com um breve discurso do presidente da UBC, Paulo Sergio Valle e pela entrega do troféu a Erasmo Carlos, feita por ele e pelo icônico profissional da indústria André Midani. O gran finale trouxe o Tremendão no palco, que, na companhia dos convidados, cantou “É Preciso Saber Viver”.

TROFÉU FERNANDO BRANT
Juntamente com a homenagem a Erasmo Carlos, a UBC anunciou a criação do Troféu Fernando Brant, que, em seu próprio nome, recorda o grande compositor e ex-presidente da associação, figura chave na luta pela consolidação dos direitos autorais do país. “Fernando abdicou de boa parte de sua vida de compositor para entregar aos titulares melhores condições, melhores remunerações, melhores oportunidades, dentro da difícil tarefa da cobrança dos direitos no Brasil. Ele foi um homem da cultura, das artes, da liberdade. E dentro desse panorama, entendeu que tinha que criar pontes. Ele as criou em vários segmentos da sociedade brasileira, com os poderes executivo, legislativo, judiciário – que consolidaram muitas vitórias para o direito do autor nos últimos 25 anos”, lembrou Sydney Sanches, diretor jurídico da UBC. “O troféu vai além do universo do direito autoral, das questões sociedade autoral, poderá ser dado a autoridades, membros do Judiciário. Enfim, a quem de alguma forma trabalhe pela defesa e ampliação da proteção dos direitos do autor”. O advogado João Carlos Miller (na foto com Marcelo Castello Branco, que trabalhou durante décadas na área de direitos autorais, foi o homenageado da noite com o Troféu Fernando Brant.

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