Um dos principais nomes do samba, Xande de Pilares está como novo audiovisual nas plataformas, “Pagode da Tia Gessy – Que Samba Bom” (capa acima). O artista nascido e criado no Morro do Turano, região do Salgueiro, do Rio de Janeiro, pode ser considerado representante de um trabalho universal, que ao mesmo tempo preserva as tradições e moderniza o samba. “Só vira mestre quem é bom aluno, ele se dedicou. Bebeu nas fontes mais ricas da cultura brasileira, aprendeu com os orixás do samba, ouviu discos garimpados como tesouro, frequentou templos encantados, um deles o Cacique de Ramos”, escreve o jornalista Chico Regueira no press release do lançamento, que sai pela ONErpm.
No projeto, com direção geral de Rômulo Menescal e Vinícius Olivo e produção do escritório artístico Gold, Xande revisita o famoso Pagode do Quintal da Tia Gessy, no bairro do Cachambi. Ali, no começo dos anos 90, ele descobriu que podia sonhar. Começou a se apresentar no local, viu seu trabalho aos poucos ganhar respeito e popularidade e, pra sorte do país, virou um grande artista. O trabalho, que reúne 30 faixas (muitas delas medleys de clássicos) reverencia gênios como Almir Guineto, Arlindo Cruz e Mestre André, inventor da paradinha na bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel.
“Xande pega o público pelas mãos e leva a um passeio por sua memória afetiva que passa pela favela do Jacaré, na zona norte do Rio, por São Paulo, onde ia atrás de novidades para cantar e ainda pelos territórios sagrados do samba como Oswaldo Cruz, Madureira, Estácio, Mangueira, Portela e Salgueiro. A fotografia é de um artista em plena forma, brilhante. Um cantor maduro e completo, com pleno domínio da música e do improviso”, avalia Regueira.
No repertório, faixas conhecidas como as dos medleys “É Bem Melhor Parar’ (Pedrinho da Flor/Aranha) e “Parei” (Acyr Marques/Arlindo Cruz); “Encrespou O Mar” (Roque Ferreira/Walmir Lima) / “Só No Balanço” (Jalcireno Fontoura de Oliveira) e “Nossas Raízes’ (Alcino Correia Ferreira / Montgomery Ferreira Nunis) e “Demorou” / “Sacode’ / “Já É Alvorada” e “Palma Da Mão” (todas de Ricardo Eli Baldino e Wilson Rodrigues). E inéditas, casos de “Mundo Particular” (Marquinho PQD e Mauro Junior) e “Tá Correndo Errado” (Xande de Pilares, Leandro Fabi e Carlos Caetano).
Assista Xande de Pilares cantando no “Pagode da Tia Gessy – Que Samba Bom”:
