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Zeca Veloso sobe a bela “O Sopro do Fole”

zeca veloso 6 de maio

Filho de Caetano Veloso, Zeca Veloso desde pequeno mostra talento como compositor e cantor. Nesse final de semana, ele  disponibiliza nas plataformas a bela “O Sopro do Fole”, a primeira de seu álbum de estreia, a ser lançado pela Sony Music nos próximos meses. Homenageando a arte e os costumes, Zeca narra uma conversa do campo para a cidade, do interior para o litoral.

Escrita por ele com inspiração na guarânia sertaneja e nas músicas caipiras que sua tia Maria Bethânia canta, a canção tem dois momentos: Bethânia emprestou sua interpretação à composição e gravou a primeira versão da música para o álbum “Noturno”, de 2021. A inspiração transbordou e Zeca completou “O Sopro do Fole” com uma segunda parte, que traz mais do interior e celebra a música rural.

“Pode-se dizer que ´O Sopro do Fole´ é sobre o sertanejo na cidade grande, no litoral, no Rio. O sertão que me inspirou a fazer essa música é tanto o de Elomar, quanto o de Marília Mendonça, é tanto o de Cascatinha e Inhana, quanto o de Zé Neto e Cristiano ou Gusttavo Lima. É tanto o de Almir Sater, Sérgio Reis… a moda de viola, quanto o de Maiara e Maraísa. Tanto o de Xangai, quanto o de Zé Vaqueiro, João Gomes, mas, embora minha música possa parecer mais com a dos primeiros, foi principalmente por ver o Rio de Janeiro tomado pela música dos segundos que eu compus essa canção. Fole é um jeito de chamar o acordeom, mas também é um instrumento usado para acender o fogo”, explica o jovem.

“O Sopro do Fole” chega acompanhada de clipe que apresenta o conceito elaborado pelo artista. O vídeo estabelece uma sensível relação traduzida nas imagens que acompanham a canção, como explica Zeca: “Na música, um homem sertanejo fala com um moço do Sudeste sobre a vinda da gente do interior para a cidade grande, e da música rural com ela, usando o acordeom como símbolo. No clipe, que dirigi com meu parceiro Pedro Koeler, apareço com o fole no peito, no Rio, e em cenas no campo e na roça, filmadas em Minas. De alguma forma, talvez eu interprete esse eu lírico da música. Mas penso melhor no vídeo sentido do que explicado”.

Sobre a concepção da faixa, ele explica: “Era, pra mim, principalmente uma canção que se opunha ao preconceito contra a música e cultura sertanejas. Mostrei ao Thiago Amud, que logo disse ´você já sabe quem vai gravar, né?´. Eu pensei também em minha tia Bethânia, mas não imaginei que ela realmente fosse gravar. Ela ouviu a música, e algumas semanas depois tinha gravado e lançado no seu disco ´Noturno´. Fiquei felicíssimo. Comecei a trabalhar no álbum e sentia que faltava uma segunda parte para aquela letra. Logo em seguida morreu uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, Marilia Mendonça. Talvez eu tenha tido coragem de escrever uma outra parte um dia antes, ou dois. Pra minha surpresa, me apareceu uma letra tão inspirada quanto a primeira. Menos consistente, mas maior por outro lado. Fala de mais coisas do sertão, faz referência a outras músicas do meu disco. Pra mim, tem Marília, tem uma homenagem ao grande João Gomes, que na época era #1 do Brasil”.

Assista ao vídeo de “O Sopro do Fole”, com Zeca Veloso:

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