Com repertório autoral, que reúne sambas, bossas e baladas, o disco de estreia da cantora Zanna é grata surpresa entre os finalistas da categoria Melhor Álbum de MPB da edição 2018 do Latin GRAMMY, cuja cerimônia de premiação acontece em Las Vegas (EUA) no dia 16 de novembro. A artista carioca disputa o gramofone dourado com os cantores Silva e Alexandre Pires, o músico português António Zambujo e o trio formado por Edu Lobo, Romero Lubambo e Mauro Senise. Além desta categoria, o álbum, lançado pelo selo da artista, está concorrendo nas categorias Engenharia de Gravação e Produtor do Ano, ambas com o brasileiro radicado em Los Angeles Moogie Canazio.
Conhecida como a “Voz do Metrô do Rio” (desde 2011 ela grava os áudios que se ouvem nas estações e trens da empresa), Zanna é autora de mais de 300 canções. O álbum que concorre ao Latin GRAMMY, de título homônimo, compila 12 dessas faixas – uma delas, “Bonecos reis”, composta em parceria com Renato Greco. “Quem me apresentou à Zanna foi o Carlos de Andrade, do estúdio Vison, onde fizemos a maior parte das gravações. Trata-se de uma cantora e instrumentista maravilhosa, que faz o tipo de música brasileira que o estrangeiro mais gosta de consumir – música de qualidade, com letras sensíveis e sonoridades tipicamente da nossa terra”, explica Moogie Canazio, que ao longo da carreira ganhou sete prêmios Latin GRAMMY (por discos de artistas como Ivan Lins e Maria Bethania) e um GRAMMY Awards (em 2000, pela engenharia de som do álbum “Voz e violão”, de João Gilberto). “Acho que a Zanna neste momento deve focar a promoção do seu trabalho no Brasil. Mas pelo som que ela faz, sem dúvida haverá muitos convites para se apresentar em outros países”, analisa o produtor.
No Rio ou em Los Angeles, na gravação dos arranjos de base criados por Zanna e Moogie alternaram-se, entre outros, os músicos Jorge Helder (contrabaixo), Marcelo Costa (percussão), Rodrigo Sha (flauta e clarinete), Jorjão Barreto (piano e Fender Rhodes), Guto Wirtti (baixo), Iura Ranevski (violoncelo), André Vasconcelos (baixo) e Marlon Sette (trombone). Cinco canções ganharam arranjos de orquestra e regência de Eduardo Souto Neto (“Vento praia nordeste”, “Inverno”, “L’amore”, “Se” e “Esquecida”), enquanto o mestre Rildo Hora assina o arranjo e rege a orquestra do samba “Bonecos reis”.
Entre os destaques do disco estão faixas como “Vento praia nordeste”, “Se” (com participação nos vocais de Claudio Nucci), “Esquecida” e “L ‘amore” (esta, cantada em italiano). “Todas com a atmosfera de uma bossa-jazzy aconchegante”, como define o crítico musical Antonio Carlos Miguel. Há ainda sambas como “Bonecos reis” e o bolero pop Quintal e o pop “Babe”.