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Tonny & Kleber fecham com a Agência Produtora

Desde sua fundação, há mais de 20 anos, a Agência Produtora atua, entre outros, com o management e comercialização de atrações sertanejas. Atualmente, fazem parte do cast do escritório nomes importantes do segmento como Sergio Reis, Roberta Miranda, Cezar & Paulinho, Chrystian & Ralf e Padre Alessandro Campos – além de Renato Teixeira, representante do que podemos chamar de MPB rural. Desde o final de junho, a Agência Produtora incorporou a este time a dupla Tonny e Kleber. Criada em 1999 em São José do Rio Preto, terra natal dos rapazes, a dupla conquistou o noroeste paulista, porém nunca conseguiu dar o salto para alcançar êxito nacional, ainda que já tenha lançado sete álbuns. “Não é fácil fazer sucesso no ambiente sertanejo sem investimento e sem um grande escritório dando retaguarda ao artista. Na nossa trajetória, nunca conseguimos casar essas duas pontas, como estamos conseguindo agora”, afirma Tonny, lembrando que a dupla tem prestígio junto ao mercado e é festejada por vários artistas.

De fato, os rapazes – que quando adolescentes tinham uma banda de rock e mais tarde passaram a tocar em bandas de baile – desde o início da carreira como dupla foram apadrinhados por ninguém menos que Chitãozinho & Xororó. “Conhecemos os dois em 2000, por intermédio do Tiãozinho Lima (irmão deles), quando ainda assinávamos como Tonny Martins & Kleber. O Chitão sugeriu a mudança de nome. No ano seguinte, CH&X gravaram uma composição nossa, Frio da solidão, com o Roupa Nova. Foi a partir daí que mudamos de patamar e passamos a transitar entre os grandes artistas”, lembra Kleber, que ao lado do parceiro teve composições gravadas por outros nomes conhecidos, como Daniel (Caipirinha), Tradição e João Bosco & Vinícius (Quero um beijo) e Bruno & Marrone (Ainda gosto de você).

No ano passado, Tonny e Kleber juntaram alguns amigos – entre eles o ex-craque de futebol Roberto Carlos – que patrocinaram a gravação de um DVD ainda inédito. O produto, registrado durante um show no Teatro Paulo Moura (em Rio Preto), com produção de áudio de Orlando Baron e direção geral de André Caverna, traz 20 faixas, quase todas autorais. O destaque, além do bom repertório, são as participações especiais. Renato Teixeira canta com os dois seu clássico Romaria enquanto Chitão & Xororó dividem o palco e os vocais nas faixas Só tem um lugar (autoria de TeK) e Parei de existir, composta por Xororó. “Na época, o Xororó me ligou dizendo que tinha composto uma música nova e que gostaria que eu a ouvisse. Mais: que se eu e o Kleber a ‘aprovássemos’, poderíamos incluí-la no DVD. Aquilo foi uma honra pra nós. Adoramos a faixa, o Chitão também gostou e acabamos gravando a quatro vozes”, lembra Tonny.

Bruno & Marrone e Edson (da dupla com Hudson) também participam do DVD. A dupla faz dueto na vanera Melhor segredo enquanto o cantor divide os vocais em Adoro. As participações terminam com Renato Teixeira na belíssima Trilhos, composição de TeK, música raiz que lembra os grandes clássicos do cantor-compositor. “A letra faz uma analogia com a vida, como se ela fosse uma viagem de trem, que passa por várias estações, onde descem e sobem pessoas. Em determinado momento, a gente encontra alguém que faz a viagem valer a pena”, explica Kleber.

No DVD há ainda uma faixa composta em parceria com o apresentador Ratinho. “Estávamos com ele no Pantanal, participando de uma pescaria. Na ocasião, mostramos a ele algumas faixas que entrariam no DVD e, ao final, o Ratinho nos propôs um desafio: ‘que fizéssemos uma canção com o título Até cicatrizar. Uma canção que falasse de alguém que costumava voltar para uma relação amorosa conturbada e sempre se machucava. Em determinado momento, a pessoa interrompe esse processo, falando ‘agora vai sangrar até cicatrizar’. Enfim, o tempo passou, a gente fez a música, gravou e, quando o Ratinho soube, nos chamou no seu programa para mostrarmos a canção. O melhor: ele adorou o que ouviu e acho que até hoje nem sabe que a gente o colocou como co-autor”, afirma Tonny.

O trabalho reúne ainda alguns sucessos da carreira da dupla como o country Mais um encontro (hino aos rodeios, usado como tema de abertura de eventos do gênero em várias praças), a balada A dona do meu coração e a recente Eu duvido, faixa com letra tocante e refrão forte, desses que ficam na cabeça da gente.

NOVA FASE

Esta nova fase na carreira de Tonny e Kleber, com foco na ampliação de mercado para além do noroeste paulista, poderia ser iniciada com o bom material que a dupla já tem gravado – afinal, em termos nacionais, tudo pode ser considerado inédito. Mas os rapazes e o novo empresário William Wagner, dono da Agência Produtora, querem fazer um material novo. “A ideia, em princípio, é produzirmos quatro faixas inéditas. Uma delas é na linha de Despacito, com pitadas de reggaeton”, adianta Tonny, lembrando que a dupla deve trabalhar com três produtores conceituados no sertanejo – Orlando Baron, Luis Gustavo Garcia e Laércio da Costa. Os singles deverão chegar ao mercado até agosto.

William Wagner fala de sua expectativa sobre os novos contratados: “Tonny e Kleber não é uma dupla iniciante, daquelas que a gente não sabe se vai emplacar ou se é só fogo de palha. É realidade total. Tem uma carreira ininterrupta de quase 20 anos. Eles são respeitados, reconhecidos no mercado e avalizados por ícones do segmento. São sucesso. Só que ainda não alcançaram a fama”, avalia o manager. A ideia de William é trabalhar forte as mídias tradicionais, sobretudo rádio, mas criar diferenciais para promover a marca e o trabalho de Tonny e Kleber. “Também estamos pensando em apostar bastante no audiovisual, com filmetes baseados na história de superação da dupla – que passou por muitas adversidades, mas nunca abandonou a carreira –, videoclipes e outras gravações com objetivo de surpreender o mercado e chamar a atenção do público”, afirma ele, que tão logo fechou com a dupla repaginou o visual dos rapazes e criou uma nova logomarca.

Em termos de sonoridade, esta nova fase da dupla respeitará o DNA presente na discografia de Tonny e Kleber, porém ganhará elementos modernos e requintados. “Não quero que eles façam músicas descartáveis, daquelas que estouram e logo caem no esquecimento. Também não acho que devam explorar apenas o sertanejo mais tradicional, cujo público é selecionado e basicamente adulto. Gostaria que a dupla e os produtores encontrassem um equilíbrio entre as propostas, de modo a fazer um tipo de música com letra e arranjos de qualidade, mas que possa alcançar o público de diferentes faixas etárias e classes sociais”, afirma William.

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