Nos últimos anos, uma onda de cinebiografias musicais invadiu as telonas. Fred Mercury, Elton John, Cazuza, Tim Maia, Aretha Franklin, Elvis Presley e Whitney Houston tiveram suas vidas e carreiras — ora vitoriosas, ora conturbadas — contadas em belos e festejados longas-metragens.
Seguindo essa tendência, está em desenvolvimento em Hollywood a aguardada cinebiografia de Michael Jackson, considerado o rei do pop mundial, que morreu em 2009, aos 51 anos. “Michael”, título do longa, aborda a vida do artista, que começou a cantar ainda criança, revolucionou a indústria do entretenimento — com álbuns, clipes e shows inovadores e premiados — e vendeu mais de 750 milhões de álbuns físicos, num período pré-plataformas digitais.
Embora poucos detalhes sobre a produção tenham sido revelados até o momento, sabe-se que Jaafar Jackson foi o escolhido para dar vida ao artista. Ele é sobrinho de Michael Jackson e tem muita semelhança com o tio com o tio. Antoine Fuqua, diretor do longo, elogiou Jaafar em entrevista recente: “É estranho o quanto ele se parece com Michael. Parece com ele, canta e dança como ele. É realmente estranho. Graham King, que é um produtor fantástico, o encontrou e o apresentou a mim, e eu fiquei maravilhado”, disse Fuqua, que já dirigiu clipes para nomes como Prince, Toni Braxton e Stevie Wonder.
Filho de Jermaine Jackson, um dos integrantes do grupo The Jackson 5, Jaafar tem 27 anos, e canta e compõe desde os 12. Nos vídeos do artista que circulam pelas redes sociais, é possível notar que seu timbre se assemelha ao de Michael, o que o ajudará a interpretar as canções do tio na cinebiografia. Além da experiência de Jaafar como cantor, Antoine Fuqua também tem um currículo que poderá auxiliá-lo na condução do projeto. “Sinto que combinar filme e música é uma parte profunda de quem eu sou”, disse o diretor. “Para mim, não há artista com o poder, o carisma e a genialidade musical de Michael Jackson. Fui influenciado a fazer videoclipes assistindo ao trabalho dele, o primeiro artista negro a entrar na programação da disputadíssima MTV. Sua música e essas imagens fazem parte da minha visão de mundo, e a chance de contar sua história na tela é algo irresistível”, explicou o cineasta.
Mesmo que “Michael” pretenda abordar capítulos infelizes da vida do astro, como as acusações de pedofilia e sua trágica morte, por overdose de medicamentos, o longa também recriará destaques inspiradores de sua carreira: desde os dias que liderava o The Jackson 5 até sua ascensão como o maior astro da música de todos os tempos. Graham King, produtor do longa ganhador do Oscar “Bohemian Rhapsody” (2018), comprou os direitos da história em 2019 e, desde então, o filme está sendo desenvolvido. Anteriormente previsto para iniciar sua produção em meados deste ano, o projeto foi suspenso (como tudo em Los Angeles) devido à greve dos atores e roteiristas, mas será retomado nas próximas semanas. O roteiro, a propósito, está cargo de John Logan, o mesmo de sucessos como “Gladiador” (2000) e “O Aviador” (2004).
Jaafar tem algumas faixas gravadas como artista solo. Uma delas, “Got Me Singing”, lançada em 2019, teve videoclipe filmado na comunidade do Vidigal, no Rio de Janeiro. Nele, é possível ver a performance do sobrinho de Michael, que, após a estreia do longa-metragem, terá a carreira potencializada e vai experimentar um pouco do sucesso desfrutado pelo tio genial.
Confira Jaafar Jackson no clipe de “Got Me Singing”, gravado no Rio de Janeiro:
