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Eles já foram considerados ídolos teen, passaram por três gravadoras e até já integraram a tribo do emocore. Mas depois de tantos altos e baixos, o Fresno pode respirar aliviado: o fenômeno dos anos 2000 conseguiu superar seus próprios rótulos e ultrapassar a marca de 15 anos de estrada. Mas como fazer isso em meio a tantas mudanças na indústria fonográfica? A resposta, segundo o vocalista Lucas Silveira, é simples: é preciso se reinventar.
No ano passado, o Fresno lançou seu primeiro DVD (ao vivo), em celebração aos 15 anos da banda. O projeto rendeu uma turnê extensa, cheia de fortes emoções, e até um novo videoclipe – “Acordar”, gravado em Sutjeska, parque nacional que fica entre Bósnia e Herzegovina. “É uma música inédita que acabou se tornando muito querida do público. E essa viagem mexeu muito com todos nós, porque um dos monumentos que aparecem no clipe foi fotografado por mim em 2012, e acabou virando a capa do disco ‘Infinito’”, conta Lucas, reforçando que tal trabalho é considerado por muitos um dos melhores do grupo.
Apesar de ainda estar na estrada divulgando o DVD, o Fresno começa 2016 com novos planos: o primeiro deles é levar a turnê para lugares mais afastados, como o Norte e o Nordeste. Em paralelo a isso, o quarteto trabalha no tão esperado novo disco de inéditas, o primeiro desde “Infinito” (2012). Antes disso, a banda apenas havia divulgado um EP com cinco faixas, “Eu Sou a Maré Viva”(2014). Em fase de pré-produção, o projeto promete continuar na premissa de que o Fresno ainda tem muitos anos de vida pela frente. “As pessoas sempre me perguntam qual o segredo para continuarmos em evidência. Muitas bandas que surgiram junto com a gente acabaram, o que é muito chato. Mas o que muitos não veem é que nós também passamos por dificuldades e mudamos até de formação – a diferença é que mantivemos o foco, e isso é o mais importante”, comenta Lucas.
Sem título definido, o novo projeto do Fresno é tratado por Lucas Silveira como “ousado”, pois fugirá daquela famosa base ‘guitarra, baixo e bateria’. “Estamos incorporando novos instrumentos, alguns até orquestrados, o que resultará em algo com personalidade. Traremos também sons mais brasileiros, fora daquele rock tipo americano”, revela. “Eu escrevi muita coisa nova. Sentamos para ajustar as composições e começamos a gravar as primeiras faixas. Essa parte é uma das mais gostosas, porque gravamos tudo no meu estúdio em São Paulo. Essa flexibilidade de ser independente possibilitou, por exemplo, a banda esticar o período de férias. Só agora vamos entrar de novo de cabeça na produção. Novamente, com muita calma, porque queremos trabalhar as canções de uma maneira inspiradora”, explica. Por conta disso, a turnê Fresno 15 anos deve ficar na estrada até o fim do primeiro semestre. No segundo, o quarteto irá liberar o primeiro single do novo disco. “Se tudo der certo, a galera vai ter o projeto todo no primeiro semestre de 2017”, revela.
ENCONTRO DE GERAÇÕES
Em seus shows, o Fresno consegue reunir duas gerações: homens e mulheres de trinta e poucos anos – que acompanham a banda desde o início –, e adolescentes, que passaram a conhecer o som graças à internet. Esse movimento também pode ser constatado nas redes sociais do quarteto, onde fãs de todas as idades escrevem mensagens de todos os cantos do mundo.
Exatamente por isso, o Fresno começou a promover alguns encontros com outras bandas. Nos últimos meses, Lucas e companhia fizeram shows em conjunto com o NX Zero e o Scalene. “Promover esses encontros é muito importante, porque o público do NX, que surgiu junto com a gente, acaba se somando ao nosso; e o do Scalene, um grupo bem mais novo, acaba criando laços entre a antiga e a nova geração”, explica.