Por tudo isso, a banda nunca deixou de fazer shows. Trocou integrantes – a formação atual traz Juba, Andréa Coutinho, Giovanna Cursino, Cláudia Niemeyer e Rogério Meanda, além de Evandro e “Billy” Forghieri (da formação original), mas manteve-se sempre ativa. Além da agenda normal de uma banda pop, que inclui casas de shows, clubes e festas de prefeituras, a Blitz especializou-se em animar festas de formatura, casamentos e eventos corporativos. “Blitz é um clássico. Alto astral, boas vibrações e alegria são partes genuínas das apresentações da banda. Felizmente há ótimo mercado para este tipo de proposta de show”, afirma Evandro, que estará em maio com a banda em cidades como Rio de Janeiro (Teatro Bradesco, dia 14), Curitiba (Clube Curitibano, dias 20 e 21) e União da Vitória (Wooden Hall, dia 21) e em junho passará por São Paulo nos dias 11 (Teatro Bradesco) e 24 (evento fechado).

Para driblar o momento menos favorável da economia, que afeta o setor de eventos empresariais, Evandro Mesquita diz que a banda e seu manager Elieser Lemos estão se adaptando à nova realidade, reduzindo custos de logística e produção, quando possível. “Somos flexíveis, tentamos sempre nos adaptar à proposta do contratante, sem contudo abrir mão da qualidade dos shows”, informa ele que mantem em paralelo sua carreira de ator, como contratado da TV Globo. 

EMOÇÃO NO JAPÃO

Além dos shows convencionais e eventos fechados, a Blitz realiza com certa frequência tours internacionais. A última aconteceu novembro último, nos EUA. “É muito bom fazer shows no exterior. Os brasileiros comparecem saudosos e ainda levam o público local. E todos vibram com as músicas da banda”, diz o vocalista, emendando com uma história emocionante vivenciada por ele e colegas no Japão, em 2012. “Tocamos em Tóquio, um ano depois do tsunami que matou 20 mil pessoas e destruiu cidades. No dia do show, eu acordei muito emocionado por estar do outro lado do mundo tocando canções que fizemos trinta e tantos anos atrás. Fiz um texto novo para a ‘carta’ que leio quando canto A dois passos do paraíso e chamei a intérprete pra traduzi-la comigo na hora do show. Eu disse que era muito bom reencontrar os irmãos brasileiros que deixaram o país em busca dos seus sonhos. Falei que dedicava o show também aos japoneses! E quanto respeitava e admirava o Japão, país que já tinha mostrado ao mundo, algumas vezes, ser possível dar a volta por cima e sair de situações terríveis, como a do tsunami, com determinação e solidariedade. A intérprete traduzia e a plateia explodia. Parecia gol. Aí comecei a ver nas primeiras filas que muita gente chorava. Olhei pras meninas da banda e elas também choravam comigo. Foi demais. Esse show foi apresentado pela Ana Maria Braga e ela e equipe estavam no mesmo hotel da banda. Subi no elevador com o ator que faz o Louro José e ele falou: ‘Pô, meu irmão, hoje você fez um papagaio chorar'”.

O último grande lançamento da Blitz no mercado fonográfico aconteceu em 2013, com o DVD e CD Multishow 30 anos – Ipanema. “Foi super importante fazer o DVD na praia de Ipanema, onde a banda nasceu. Tocamos músicas de todos os nossos discos, o dia estava lindo, o público interagia… E, desta maneira, seguimos na estrada, nessa turnê sem fim, em algum lugar perto do público que aprecia nosso trabalho e que gosta de se divertir”, afirma. No show de hits, Evandro insere, vez ou outra, uma faixa inédita ou menos conhecida. “Elas vão amadurecendo na estrada. Foi assim com Eu, minha gata e meu cachorro, hoje bastante conhecida dos nossos fãs”, diz ele, revelando que no momento trabalha com os colegas de banda na gravação de um disco de inéditas, previsto para ser lançado no segundo semestre.