O aguardado novo álbum do capixaba Anderson Freire chegou ao mercado em junho. Lançado pela MK Music, Contagem regressiva é o quarto trabalho inédito de Anderson, cuja carreira de cantor teve início em 2011 – de lá pra cá, ele vem acumulando vendagens expressivas e muitos prêmios, incluindo o Latin GRAMMY de melhor álbum cristão, em 2016. Contagem regressiva reúne 12 canções inéditas, todas autorais, deste que, aliás, é considerado um dos principais compositores do gospel em todos os tempos – tem cerca de 1200 músicas gravadas, muitas delas por artistas conhecidos como Aline Barros, Cassiane, Damares, Bruna Karla e PG.
“Assim como em trabalhos anteriores, em Contagem… não me fixo apenas num tema ou num tipo de melodia – ainda que muitas faixas falem da cruz e, numa analogia a este símbolo da fé cristã, do peso que Deus impõe a cada um, sempre na medida em que é possível suportá-lo. Crio como se fosse uma trilha de filme, cujo enredo apresenta situações diversas – ora tensas, ora intimistas, ora alegres…”, explica ele sobre o repertório próprio que tem como exceção a parceria com o sobrinho, André Freire, em Bandeira branca. “O bacana é que o André é tão próximo de mim que entende como ninguém minha proposta artística e compõe como se fosse eu”, elogia ele, que diz inspirar-se em situações que vivencia e histórias do cotidiano, de pessoas próximas e até de desconhecidos.
Produzido pelo próprio Anderson Freire, o álbum traz como primeiro single A glória é tua, com direito a videoclipe gravado na Igreja Batista Lagoinha Niterói (RJ). “Retira meus medos, toda timidez / Toda prepotência / Ensina-me a lutar, como os 300 / Mesmo eu sendo pequeno”, diz um trecho da letra, aludindo à batalha de Termópilas, na Grécia, uma sangrenta luta que aconteceu em 480 a.C., tendo de um lado 300 mil homens do exército persa, que ambicionava conquistar a Grécia e, de outro, uma pequena força de soldados gregos liderados por 300 guerreiros espartanos (episódio retratado no filme norte americano 300, estrelado por Gerard Butler e Rodrigo Santoro). “Eu adoro esta música. Ela mostra que Deus é capaz de encorajar os que Nele crêem a lutar contra as adversidades. E eu precisava registrar a congregação (na igreja) adorando a Deus para inflamar e inspirar outros corações. Foi muito especial a gravação!”, diz ele, sobre o videoclipe.
Já sobre a música-tema, o artista explica: “Contagem regressiva significa ‘desperta, Igreja! Não fique esperando Jesus voltar. Ao contrário, se prontifique.’ Quem espera, cruza os braços e assenta. Mas quem, na verdade, se prontifica, este sim avança. A Igreja precisa avançar, ter esperança, prosseguir”. O cantor e compositor destaca ainda Paternidade Deus, interpretada com seu irmão, Adelson. “É para aquelas pessoas que se sentem órfãs, desemparadas. A mãe, a que gerou, pode até esquecer do filho, mas Deus nunca esquecerá”, reforça, incluindo ainda entre suas preferidas as faixas Bandeira branca e Origem. Na primeira, escrita com o sobrinho André, ele faz uma analogia de Deus ao símbolo da paz – “Travando uma guerra estou / Entre a paz e essa dor / Mas te convido Pai / A ser a bandeira branca no meu interior”. No caso de Origem, tenta mostrar que é preciso voltar ao início de tudo, à essência, à pureza de quando somos crianças, se quisermos alcançar o céu.
INSPIRAÇÃO E TÉCNICA
Anderson afirma que não reduziu o volume de composições devido às atividades da carreira de cantor – viagens, apresentações (a maior parte em igrejas), divulgação etc. “Tive déficit de atenção (TDHA) na infância, dificuldade de aprendizagem, então a músi