Cyro Aguiar fez história nos anos 1960 e 1970, sendo um dos precursores no Brasil do movimento samba-rock. Levou multidões a espaços para shows, tocou muito em rádios – músicas como Do you like samba?, Crítica e Asfalto falsificado – e, a partir de 1987, passou a dividir a carreira de cantor com a de radialista e executivo de rádio, ao comprar uma emissora, a Tropical FM, que opera na Grande São Paulo. Na emissora, Cyro apresenta dois programas. Um diário, Show de sucessos (novos e antigos), das 17h às 18h. Aos domingos, comanda uma atração líder de audiência, Eramos todos jovens, tocando hits nacionais e internacionais das décadas de 60, 70 e 80. O programa, que vai ao ar das 7 às 10h, com reprise no mesmo dia entre 21h e meia-noite, está há 30 anos no ar, e já chegou a alcançar 100 mil ouvintes/minuto, de acordo com medição do Ibope. “O segredo está na programação musical. Embora a juventude aprecie sons mais modernos, existem apreciadores (e audiência) de todo tipo de música e isso justifica o êxito de um programa que só toca flasbacks”, explica.
A longevidade de Éramos todos jovens no ar, sempre com altos índices de audiência, levaram Cyro a criar um show especial, com o mesmo título da atração dominical de rádio, com o qual vem se apresentando em várias partes do Brasil. “Não se trata de um concerto para ser apreciado em poltronas. Fazemos uma festa dançante, uma viagem pelos anos 60, 70 e 80, um dos períodos mais ricos da música em todo mundo, com vários movimentos que lançaram modas e mudaram comportamentos”, diz Cyro, que se apresenta ao lado de sua banda e de duas backing vocals. “Nosso público é variado, formado por muitas famílias – desde os avós até os netinhos”, afirma. Por isso, este tipo de show, que muitas vezes inclui jantar, tem duração de três horas e em geral começa por volta das 20h30, segundo o cantor.
40 MÚSICAS ANIMADAS
No repertório de cerca de 40 músicas, estão incluídos vários sucessos do artista, lançados ao longo de sua carreira de 53 anos – casos de Do you like samba?, Crítica, Asfalto falsificado, Perfídia, Me ilumina, Mar de rosas, Não vou parar de te olhar (versão dele para Can take my eyes of you, de Frankie Valli) e Só liguei porque te amo (idem para I just call to say I love you, de Stevie Wonder), além de seu último single, Aqueles olhos verdes, releitura do clássico de 1929 gravado por Nat King Cole e depois por brasileiros como Agostinho dos Santos e Milton Nascimento. “Faço um apanhado de alguns dos meus principais hits. O público que me acompanha canta junto, se diverte. E quem é mais jovem também aplaude, curte, porque são músicas de qualidade, gostosas de se ouvir e muitas delas ótimas pra se dançar”, explica.
Além do repertório próprio, Cyro Aguiar inclui muitos hits do período a que se refere o show Eramos todos jovens – sempre com levada de samba, em seus variados estilos. Entre eles, Trem das onze e Samba do Arnesto (Demônios da Garoa), Volta por cima (Beth Carvalho), A minha vida (versão em samba-canção para My way, clássico de Frank Sinatra), Pensamento verde (Branca de Neve) e Boêmio demodê (Nelson Gonçalves). Em termos geográficos, ele afirma que tem levado o espetáculo basicamente para clubes e outros espaços da Grande São Paulo, interior do estado e algumas cidades mineiras e paranaenses.
Até o final do ano, Cyro planeja gravar e lançar um novo CD, reunindo canções inéditas e regravações de sucessos de outros artistas. “Sei que o mercado físico encolheu muito em comparação ao crescimento das plataformas digitais, mesmo assim gosto de lançar em CD. Essa mídia funciona bem como cartão de visitas junto a radialistas e profissionais do mercado. Além disso, o público que me acompanha não tem tanta familiaridade com o ambiente digital, além de gostar da mídia física. Muitas vezes faço promoções, bonificando com um CD a pessoa que compra o ingresso para o show. Outras vezes, monto um kit com brindes (incluindo o CD) e sorteio entre os participantes”, avisa.