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Publicado relatório sobre a indústria independente

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A WIN (Worldwide Independent Network), que reúne as associações independentes da indústria musical em nível internacional, acaba de divulgar um novo relatório mapeando o mercado global indie em relação à propriedade de fonogramas. Intitulado WINTEL 2018, o documento, desenvolvido pela MIDiA Research e editado pela Music Ally (Reino Unido), traz resultados colhidos em 33 países e representa a mais abrangente pesquisa global do setor de gravadoras independentes feita até hoje.

O estudo mostra que este mercado em 2017 representou 39,9% do volume de música gravada no mundo. As receitas globais também cresceram –  de US$ 6.2 bilhões em 2016 para US$ 6.9 bilhões, ou 10,9% em percentuais.  É importante ressaltar que o setor independente teve uma performance superior à do mercado de música como um todo, que cresceu 10,2% no último ano.

O rápido crescimento dos chamados mercados emergentes – com a China apresentando elevação de 36% em faturamento geral, Ásia e Austrália, 5,4%, e América Latina, um aumento de quase 50% somente nas receitas de streaming no ano que passou – faz com que a indústria observe com muita expectativa a performance de 2018 (os resultados oficiais só sairão em pelo menos quatro meses) e dos próximos anos .

Importante enfatizar que este relatório utiliza critérios baseados em detenção de direitos, e não em vendas feitas pelos canais de distribuição. “Esta é uma distinção crucial, pois, tendo em vista que as companhias independentes usam as grandes gravadoras (ou empresas de propriedade das grandes gravadoras) para distribuir sua música, estas grandes gravadoras incluem o valor da receita derivada da distribuição dos direitos dos independentes na mensuração do seu próprio mercado”, informa o comunicado enviado à imprensa.

“A análise do WINTEL à luz da detenção dos direitos, portanto, promove uma visão mais exata do mercado”, afirma o comunicado da WIN. “Isto também é relevante porque o tamanho do mercado é usado pelas empresas líderes de música digital, como Apple, Google e Spotify, em negociações com o setor independente, eventualmente determinando o nível de remuneração pago por estas empresas aos detentores dos direitos musicais”, continua.

Ao final de 2017, os serviços de streaming de música atingiram 176 milhões de assinantes globalmente, comparados a 64 milhões em 2016. Este crescimento incrementou a receita das companhias independentes em 46% em 2017, atingindo US$ 3,1 bilhões. “É extremamente provável que o streaming passe a representar mais de 50% da receita das companhias de música independente num futuro muito próximo, enquanto as vendas físicas continuarão a cair”, avalia o relatório.

Uma razão provável para este crescimento contínuo é o fato de os selos independentes terem se ajustado e se preparado para tirar proveito do ambiente de streaming, com 47% dos participantes da pesquisa respondendo que isto melhorou significativamente seu fluxo de caixa – um número que se eleva a 73% para selos nos quais o streaming já representa mais de 30% de sua receita.

Também é válido refletir sobre o que define “independente” em 2018. O termo está certamente evoluindo na indústria da música, e, além de selos, o termo agora inclui os chamados artistas “autoprodutores”, que estão lançando por conta própria sua música através dos distribuidores do mercado. “O WINTEL 2018 revela que a renda dos artistas que se ‘auto-lançam’ cresceu de U$ 94 milhões em 2016 para US$ 101 milhões em 2017. Como estes artistas constroem times ao seu redor para exercer funções típicas de selos, este setor da comunidade da música independente tende a crescer significativamente”, destaca o comunicado.

Alison Wenham, CEO da WIN, afirma: “Há inúmeras informações interessantes a extrair desta pesquisa, mas uma coisa que realmente me chamou a atenção foi o fato de 76% dos artistas escolherem renovar seus contratos com seus selos, o que demonstra que os independentes estão estreitando fortes laços com os artistas que representam”.

Por sua vez, Carlos Mills, da ABMI – Associação Brasileira da Música Independente, comenta sobre o WINTEL 2018: “Este terceiro relatório da WIN é uma demonstração de força do setor da música independente global. Uma indústria sem números é uma indústria desempoderada. Diante desta realidade e do crescimento consistente das plataformas digitais, uma de nossas prioridades para 2019 na ABMI será elaborar um estudo ainda mais aprofundado da produção musical brasileira e do perfil do produtor independente local”.

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