Um dos álbuns mais icônicos da história do rock nacional está completando 20 anos – o “Acústico MTV” do Capital Inicial. A banda espera a “poeira” do Coronavírus baixar para sair em turnê comemorativa baseada no repertório do álbum. O giro, intitulado “Tour Acústico 2.0”, passará por 20 cidades brasileiras a partir de agosto deste ano.
O álbum com a marca da emissora de TV vendeu oficialmente mais de dois milhões de cópias. Serviu de combustível para o surgimento de uma nova leva de artistas roqueiros. Mais que isso: foi a última vez em que o rock teve influência cultural que transcendeu o gênero – basta checar a estética e sonoridade posteriores em ondas como sertanejo universitário. Daí a importância em se celebrar a data com formato devidamente renovado e em consonância com o que aconteceu no mundo nesse intervalo de duas décadas que separa os trabalhos.
Na nova turnê, o grupo apresentará o repertório do primeiro registro (“Todas as Noites”, “Natasha”, “Independência”, “Fátima”, “O Passageiro”, “Primeiros Erros” etc.) com a inclusão de “Noite e Dia”, “Não Sei Porque” e uma música inédita, a ser anunciada. Mas a novidade não reside apenas no setlist. A concepção visual do novo show está a cargo do artista visual Batman Zavareze. “O público vai se surpreender com o conceito, algo inacreditável de se ver, que mescla cenário circular, grafismos, projeções multi-telas e imersões”, explica Dinho Ouro Preto.
O desenho do cenógrafo é inteiramente baseado no DNA da banda. Fala do passar do tempo, da vida e suas antíteses, e projeta o cenário para fora do palco, na esperança de criar uma experiência totalmente inovadora para a plateia, que no caso do Capital é extremamente interativa. “Claro que o som é o que mais importa para o público, só que estamos dando grande importância para esse lado visual, pois tudo em que Batman se envolve é de beleza rara, singular”, diz Dinho sobre o artista que cuidou, por exemplo, da cenografia nos eventos realizados no Maracanã durante a Olimpíada 2016.
Daquele acústico de 2000, seis faixas entraram nas listas de mais tocadas do país: “Tudo Que Vai”, ‘Natasha”, “Primeiros Erros”, “Cai a Noite”, “Independência” e “Fogo”. “O repertório foi extremamente feliz. Abrange desde os primórdios, quando o Flávio (Lemos, baixista), Renato Russo (vocalista) e eu tínhamos o Aborto Elétrico (entre 1978 e 82) – com ‘Veraneio Vascaína’, ‘Fátima’ e ‘Música Urbana’ –, passando pelas principais músicas dos primeiros 15 anos de Capital e chegando a outras, como ‘Natasha’, que sinalizaram o futuro da banda”, diz o baterista Fê Lemos.
Tudo serviu para colocar Kiko Zambianchi (autor de “Primeiros Erros”) e o produtor Marcelo Sussekind em destaque. Desta vez, nem Kiko nem Sussekind participam. “À medida em que o planejamento avançou, as mudanças sugeriram algo realmente novo. O (Marcelo) Sussekind fez escola com aquela produção, aquela sonoridade. Agora a missão caiu no colo do Liminha”, diz Dinho sobre o produtor da vez.
Relembre “Primeiros Erros”, faixa do “Acústico MTV”, do Capital: