Entrevistas

Buchecha mostra seus hits em versões repaginadas

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Prestes a completar 25 anos de carreira, Buchecha é parte fundamental na história do gênero outrora chamado de funk carioca e que, com o passar dos anos, deixou de ter conotação regional, passando a ser denominado funk pop. Desde o princípio dos anos 90, quando iniciou uma trajetória meteórica ao lado de Claudinho, o artista vem reinventando o som que ajudou a construir. Essa evolução fica clara ao analisarmos seus principais hits em ordem cronológica. Tudo começou com canções como Rap da bandeira branca e Rap do Salgueiro, que traziam os MCs cantando sobre uma base simples. Já na metade da década, Claudinho & Buchecha migraram para o melody, dando uma pegada mais pop às suas músicas. O resultado foi um sucesso estrondoso, com direito a participações nos principais programas de TV e inclusão de canções em trilhas de novelas.

Agora, Buchecha renova as músicas que marcaram mais de duas décadas de carreira, com arranjos de Kassim e parcerias com artistas de outros gêneros. O álbum Funk pop (Warner Music) traz Lenine (Conquista), Paralamas do Sucesso (Só love), Ludmilla (Implacável), Adriana Calcanhoto (Destino), Paula Toller (À distância), Emicida (Rap do Silva / Rima do Silva), Arnaldo Antunes (Sabiá) e Rogério Flausino (Quero te encontrar). “Essa ideia surgiu da minha equipe de marketing e da Warner. Eu já havia tido a oportunidade de duetar com a Adriana Calcanhoto, Ludmilla e Rogério Flausino. Então, quando iniciamos o projeto, já pensei logo nos nomes deles, pois além de serem maravilhosos intérpretes e artistas completos, também são pessoas de que gosto. Amo Lenine e seu cancioneiro, adoro Arnaldo Antunes, sempre fui fã da Paula Toller e do Kid Abelha. Emicida é um cara diferenciado e os Paralamas do Sucesso são muito importantes para a nossa música – e para mim, em especial”, diz Buchecha. Essa lista ainda é reforçada pelos filhos do cantor, Junior e Giulie, de 16 e 12 anos, respectivamente. Eles assinam, com o pai, as quatro inéditas do disco, incluindo Vem cá fazer um love, escolhida como primeiro single.

Trabalhado desde o ano passado, Funk pop deverá ter seu sucessor em breve. Ainda nesse ano, Buchecha lançará um EP com duas músicas, incluindo a nova de trabalho, Se eu pedir você me dá? “É uma canção bem dançante, divertida e com letra picante. Estou apostando muito nela, acho que vai se transformar em hit. O clipe, a ser gravado no Rio de Janeiro, também vai ser lançado esse ano”, explica o cantor. Ele adianta que já está trabalhando em um novo show para a turnê 2017.

Falando em show, Buchecha é um dos artistas mais requisitados para eventos corporativos, festas de casamento e formaturas. O cantor ficou surpreso ao saber que estava entre os principais nomes nesses mercados. “Interessante porque eu quase não divulgo isso. Acho que o repertório ajuda. Além disso, sou bem maleável, consulto o contratante antes de montar o repertório do show”, explica ele, cuja agenda está a cargo da A3B Music.

REFERÊNCIA

Ao colocar o funk no mainstream, Claudinho & Buchecha escancararam uma porta que nunca mais se fechou. Nos últimos 20 anos, inúmeros artistas despontaram na cena – Anitta, Ludmilla, MC Guimê, Lexa, Nego do Borel etc. – e o funk se tornou a principal vertente no Brasil da chamada música pop. Mas nem sempre foi assim. “No começo, as pessoas não sabiam muito bem o que a gente cantava. E muitos ficavam com o pé atrás. Era natural ter preconceito com o gênero. Mas vendemos mais de um milhão de cópias do primeiro álbum, lançado em 1996, e tudo começou a mudar. Hoje vemos o funk na teledramaturgia, em festivais, vemos artistas ganhando prêmios. A gente conseguiu superar os preconceitos. A playboyzada das classes mais ricas aderiu ao funk através da nossa música”, comenta. “Claro que antes de Claudinho & Buchecha já existiam outros MCs bem conceituados na cena, mas havia uma enorme lacuna no que diz respeito ao reconhecimento nacional. Penso que nossa irreverência e as batidas pop da nossa música abriram muitas portas ainda desconhecidas pela maioria dos artistas de funk. Foi uma explosão nossa aparição nas TVs e rádios. Sem dúvida, isso despertou o interesse da mídia em saber o que outros MCs tinham para oferecer”.

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