Realizada pelo canal Papo de Música, com apresentação da jornalista Fabiane Pereira, a série Ponte Aérea: Portugal – Brasil tem o patrocínio da União Brasileira de Compositores (UBC) e da Sociedade Portuguesa de Autores. A iniciativa celebra o acordo de reciprocidade entre as duas associações de autores e está sendo exibida no YouTube — começou em agosto e vai até outubro — trazendo grandes artistas dos dois países para uma troca cultural. As transmissões dos episódios apresentados nas terças-feiras acontecem exclusivamente no canal ‘Papo de Música’, disponível através do link https://www.youtube.com/c/
Nesta semana, a websérie mostrará uma cantora pop brasileira, uma diva pop portuguesa-angolana e um reconhecido cantor e compositor lusófono debatendo sobre música e sobre a conexão cultural entre Brasil e Portugal: respectivamente, Duda Beat, Pongo e Miguel Araújo. “Nós somos mediadores sociais, temos responsabilidades. Acho que se a gente tem esse poder de ter nossa voz amplificada, de conseguir dizer o que a gente pensa, de conseguir fazer as pessoas sonharem e acreditarem que é possível, acho que isso já é completamente um serviço e um instrumento de mediação social”, é isso que Duda pensa sobre o papel do artista. Cantora e compositora recifense, Duda Beat ganhou o Troféu APCA de revelação de 2018 e teve o seu álbum de estreia incluído na lista dos dez melhores discos nacionais do ano da revista Rolling Stone. Duda também foi vencedora do Prêmio Multishow de Música Brasileira 2019 na categoria “revelação do ano” e do WME Awards 2019 na categoria “melhor show”. A artista também está indicada para o MTV Millennial Awards 2021 nas categorias “style do ano”, “álbum ou EP do ano” e “Clipão da porr*”.
Em entrevista à websérie, Duda conta que a música lusófona faz parte do seu repertório cultural. A cantora conta que suas referências são muito do nordeste e do mundo, mas afirma que Portugal e Angola também estão nessa rota. Sobre a relação com Portugal, Duda lembra de sua apresentação no país onde teve a oportunidade de se apresentar ao lado de Pongo. “Eu me apaixonei por Portugal, achei lindo e fiquei muito feliz que a Pongo morava lá, porque a gente conseguiu fazer essa dobradinha no palco tão bonita. Me lembro de um público muito carinhoso, de shows lotados e muito amor”, relata a artista.
O episódio conta também com a participação de Pongo, a estrela pop portuguesa-angolana que vem conquistando a Europa. Pongo traz em suas músicas ousadia para o estilo musical conhecido como kuduro, misturando ritmos africanos frenéticos e batidas do techno com o rap. Os versos dos raps de Pongo, geralmente em português e kimbundu (um idioma falado em Angola), costumam falar sobre a superação dos desafios que ela enfrentou enquanto jovem africana tentando o sucesso na cena musical portuguesa. Anteriormente conhecida como “Pongo Love”, tornou-se uma das vozes de referência do kuduro e foi por vários anos vocalista dos Buraka Som Sistema, banda portuguesa cuja sonoridade se integra no género musical kuduro e conseguiu obter fama mundial.
Aos 27 anos, venceu recentemente o show de talentos Music Moves Europe, e vem ficando cada vez mais conhecida em todo o continente, particularmente na França e na Grã-Bretanha. “A minha relação com a música começou com a dança, aos 15 anos, e a dança me levou à música. Eu cresci em uma comunidade angolana em Portugal. Meu pai sempre nos colocou para ouvir música do mundo todo, desde o Brasil, do Congo, o semba de Angola (que bebe muito da fonte da salsa). A música sempre fez parte da minha vida de alguma forma. Levar essa sinergia toda para o mundo afora é como a Duda disse, a recepção das pessoas não falarem nossa língua, ter uma cultura totalmente diferente, e nos receberem de braços abertos, nossa, não tenho palavras.” – conta Pongo.
A programação da semana também contará com Miguel Araújo, autor de alguns dos maiores sucessos portugueses do início do séc. XXI, como “Anda Comigo Ver os Aviões”, “Os Maridos das Outras” e “Balada Astral”, que na entrevista exclusiva fala sobre sua arte e sua relação com a cultura brasileira. O cantor e compositor ficou conhecido como integrante da banda Os Azeitonas, formada em 2002, sobre o pseudónimo Miguel AJ (ou Miguel Araújo Jorge). Quatorze anos depois, em 2016, Miguel migra para carreira solo. Nessa caminhada de sucesso e reconhecimento, o mais recente trabalho do artista foi este ano, a edição do álbum “Peixe Azul”, gravado durante o confinamento de 2020. Nele, Miguel Araújo assina a autoria de todas as músicas, a produção, o grafismo e a execução da totalidade dos instrumentos. De acordo com Luís Guerra do jornal português Expresso, Miguel é “Um tesouro nacional”, que também destaca a “escrita cada vez mais apurada e transparente”. Manuel Falcão (Blitz, Se7e, o Independente, Expresso, etc), a propósito de “Peixe Azul”, escreveu em sua coluna semanal do Jornal de Negócios que “Miguel Araújo é quem melhores canções escreve e interpreta hoje em dia em Portugal”. Miguel também compõe para outros grandes nomes da música portuguesa, como Ana Moura, António Zambujo, Carminho e Ana Bacalhau.