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Lançado livro sobre o lendário produtor Manoel Barenbein

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Na história da Música Popular Brasileira, poucos profissionais tem a importância de Manoel Barenbein, personagem principal do livro “O Produtor da Tropicália – Manoel Barenbein”, escrito pelo jornalista e pesquisador musical Renato Vieira e editado pela Garota FM Books. Baseado no podcast de mesmo nome que foi ao ar pela série Discoteca Básica Apresenta (do podcast Discoteca Básica), o livro é composto por entrevistas de Barenbein em que ele conta a Vieira como foi a concepção projetos discográficos históricos e a convivência dele com Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa, João Gilberto, Jorge Ben, Mutantes e Maria Bethânia.

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Com prefácio de Gilberto Gil, “O Produtor da Tropicália” traz ainda conteúdo exclusivo: entrevistas inéditas sobre os trabalhos que Barenbein fez com Erasmo Carlos, Nara Leão, Rogério Duprat, Ronnie Von, Claudette Soares e Jair Rodrigues, entre outros. Nesse primeiro momento, o livro terá sessões de autógrafos em São Paulo, dia 1º de dezembro (quinta-feira), na livraria Travessa de Pinheiros e no Rio de Janeiro, dia 6, na Travessa do Leblon.

Atualmente com 80 anos, Manoel Barenbein dirigiu praticamente todos os discos da Tropicália, lançados pela Companhia Brasileira de Discos no fim dos anos 1960. Em “O Produtor da Tropicália”, ele lembra como surgiu a concepção do álbum “Tropicália Ou Panis Et Circencis”, marco histórico do movimento tropicalista, produzido por ele. Outro detalhe da obra é a convivência de Barenbein com Chico Buarque: foi ele quem convenceu o jovem estudante de Arquitetura e compositor a gravar suas próprias músicas. Chico teria sido apresentado a ele por Toquinho, então iniciando a carreira de instrumentista. Chico e Manoel trabalharam juntos de 1965 a 1971 em estúdios do Rio, São Paulo e Roma. O produtor também recorda a tensão de gravar discos de Caetano e Gil em Salvador quando os dois estavam prestes a ser exilados: agentes da Ditadura Militar o abordaram e o levaram para prestar esclarecimentos.

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Capa do livro sobre o trabalho do produtor Manoel Barenbein

Uma prova do quanto é querido e respeitado no meio musical, Barenbein foi citado em várias faixas dos álbuns que produziu: Em “De Noite Na Cama”, por exemplo, Erasmo Carlos solta um “Viva o Mané!”. Em “Oba, Lá Vem Ela”, Jorge Ben fala ao final “Está acabando, Manoel, e eu estou de olho nela!”. Diz ele: “Fico muito feliz de poder falar desses discos que produzi. Muito humildemente, eles são históricos. Devo muito aos artistas com quem trabalhei e este livro também é uma forma de agradecer a todos eles”.

Para Vieira, o livro, em suas 208 páginas, é uma homenagem ao legado de Barenbein na música brasileira: “Ele sempre gostou de estar nos bastidores. Ele acredita que o holofote tem que ser do artista. Graças à compreensão de Barenbein, esses artistas se sentiram livres para criar. Ele estimulava isso. No livro ‘Verdade Tropical’, por exemplo, Caetano Veloso disse que Barenbein comprou a briga dos tropicalistas com carinho e determinação”.

Em seu prefácio, Gilberto Gil define Manoel Barenbein catapultando a sua importância para a história da música brasileira: “Ele não era nada circunspecto, nada formal. Naquele momento da Tropicália, Manoel era um de nós, colocava a colher na massa do bolo da mesma maneira”.

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