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Martinho recebe homenagem e grava com a filha

martinho e alegria

No final de semana a Sony Music, companhia à qual o sambista Martinho da Vila é vinculado, lançou “Semba Africano”, um medley de “Muadiakime / Semba dos Ancestrais”, gravada em duo com sua filha caçula Alegria, a mais nova artista da família. Trata-se do quarto single de seu novo álbum “Mistura Homogênea”, chegará em sua totalidade às plataformas em fevereiro, um mês que promete, já que no carnaval 2022 a Unidos de Vila Isabel terá justamente seu maior baluarte como enredo. Antes disso, porém, ainda este mês, a Sony lançará um “lyric video” do clássico “Canta, Canta Minha Gente”, por ele ser um dos artistas com maior número de títulos em seu catálogo.

Como se sabe, em paralelo à sua carreira de sucesso, Martinho foi lançando suas crias no meio artístico, como Mart’nália, ainda nos anos 80, Maíra Freitas, nos anos 2010, afora os outros filhos, todos de alguma forma ligados à música. Desta vez, é efetivamente a primeira vez que Alegria participa de uma gravação e de um clipe com o pai – diga-se de passagem, um clipe belíssimo, dirigido por Henrique Alqualo e Vanessa Anesi, gravado no Museu de Arqueologia de Itaipu, em Niterói (RJ), que chegou às plataformas no dia 18, sexta-feira. “O “Semba Africano’” é de fato uma homenagem às raízes african

as do cantor e compositor, na batida do “semba”, um ritmo angolano. Os primeiros versos da gravação trazem os dois cantando em quimbundo, uma das línguas mais faladas no noroeste do país. Na verdade, essa língua emprestou diversas palavras ao português falado no Brasil como “moleque”, “cafuné”, “quilombo”, “marimbondo”, “cochilar”, entre muitas outras”, explica a gravadora em press release.

Ambas as canções do medley ele já havia gravado anteriormente. A primeira, “Muadiakime”, de Bonga e Landa, no LP “Presente” (1977) e a segunda, “Semba dos Ancestrais”, dele em parceria com Rosinha de Valença, em “Criações e Recriações” (1985), em que remete ao ritmo/dança que anos depois ganharia no Brasil sua forma definitiva, o samba. Tudo isso só sublinha o fato de que sua ligação com Angola, especialmente Luanda, vir de muito longe. Em 2017 Martinho recebeu o título honorário de “Embaixador Cultural de Angola e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa” pela Boa Vontade da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), por divulgar a lusofonia e incentivar as relações linguísticas do nosso idioma.

Com 60 anos de carreira e 83 de idade, o cantor, músico, poeta, escritor e agitador cultural Martinho da Vila foi homenageado na última quinta-feira, 18, pelo conjunto de sua obra na edição deste ano do Latin GRAMMY, realizado em Las Vegas, em cuja cerimônia ele marcou presença. Além de receber o troféu “Lifetime Achievement”,  das mãos de Marcelo Castello Branco (UBC) e Aloysio Reis (Sony ATV), Martinho concorreu na categoria Melhor Álbum de Samba e Pagode por “Rio: Só Vendo a Vista” na premiação — vencida por Paulinho da Viola.

martinho e castelo branco

Assista ao vídeo do medley com “Muadiakime/Semba dos Ancestrais”, com Martinho e sua filha Alegria:

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