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Nova Bookings leva Cat Dealers a grandes eventos

 

Cat Dealers: Consagrado na cena eletrônica nacional, duo agora se destaca no mercado de eventos populares

Cat Dealers: Consagrado na cena eletrônica nacional, duo agora se destaca no mercado de eventos populares

No momento em que o mercado de música eletrônica está bastante movimentado por aqui, uma nova agência especializada em artistas do gênero foi lançada recentemente. Trata-se da Nova Bookings, fruto da sociedade entre a Boost Mgmt/HUB Records – de Felippe Senne, Alberto Bahia e Rafael Brahma – e a WorkShow, um dos principais escritórios do país, comandado por Wander Oliveira, Filipe Risse e Toninho Santos. A sociedade surgiu do fato de atualmente haver uma grande demanda por artistas de música eletrônica nos grandes festivais e festas regionais. Desse modo, a Boost entra com a expertise e a influência no nicho da eletrônica, enquanto a WorkShow, com seus “agendas” artísticos e os festivais que organiza (Festeja e Skuta), passa a trabalhar para alavancar o campo de atuação dos DJs.

A Boost Mgmt/HUB Records faz o management da carreira de artistas como Cat Dealers, KVSH, Felguk, JØRD e Evokings. A sociedade que resultou na criação da Nova já possibilitou um primeiro “job” considerável: o duo Cat Dealers foi uma das atrações no palco principal da Festa do Peão de Barretos deste ano. E graças à parceria da HUB Records com a Sony Music, o duo – que tem sucessos “Sunshine” e “Keep on lovin’” – está confirmado para tocar na abertura dos shows que a popstar Shakira fará em São Paulo e Porto Alegre, em outubro. Além de agenciar artistas nacionais, a Nova pretende representar as turnês de grandes DJs internacionais no país e cuidar da curadoria artística de festivais, como o Sonzeira Rio, evento que terá sua primeira edição em janeiro de 2019. Na entrevista a seguir, Felippe Senne, diretor da Boost Mgmt, fala, entre outros temas, do trabalho desenvolvido pela empresa, do êxito do Cat Dealers e da sociedade com a WorkShow.

 

Felippe Senne: descobridor do Cat Dealers e fundador da Boost MGMT

Felippe Senne: descobridor do Cat Dealers e fundador da Boost MGMT

Show Business + SUCESSO! – Como e quando começou a Boost Mgmt e como é a atuação de cada sócio na empresa?
Felippe Senne – A marca/empresa Boost Mgmt surgiu como consequência natural do sucesso do trabalho de empresariamento do Cat Dealers, no ano de 2016. No início éramos apenas eu e o Albie (Alberto Bahia) atuando como empresários dos meninos. Logo sentimos que esta atividade era algo com a qual realmente nos identificávamos e que seria bom ter uma marca para assinar esse trabalho. Assim foi criada a Boost Mgmt, que meses depois já estava cuidando da carreira do JØRD e Felguk. Atualmente empresariamos também o KVSH e o duo Evokings. Hoje, na sociedade, eu cuido da parte artística, musical e de marketing; o Albie é responsável pelo comercial e venda de shows, e o Rafael Brahma, que se uniu como sócio posteriormente, é responsável pelas relações públicas, projetos especiais e relacionamento com a mídia e gravadoras. Temos também um belo time de marketing, capitaneado pelo Matheus Tavares, que cuida de toda a parte estratégica e analítica, além da Mary Frasso, nossa gerente de geração de conteúdo.

Fale sobre alguns cases de sucesso no trabalho de descoberta e lapidação dos DJs que vocês desenvolvem?
O Cat Dealers sem dúvida é nosso principal case de sucesso, já que foi um projeto criado do zero. Descobri os meninos no final de 2014 através do fórum de discussão do meu curso online de produção de música eletrônica (Make Music Now), e comecei a atuar como mentor deles, pois percebi, desde o início da relação, que eram muito talentosos, apaixonados por música, comprometidos com o trabalho e pessoas do bem, características que considero fundamentais para um artista ter sucesso. Outro caso muito legal é do JØRD, que conheci por indicação dos próprios meninos do Cat Dealers. Ele é um jovem genial, natural de Belém do Pará, vindo de uma família de condições financeiras modestas. Na ocasião em que comecei a falar com o JØRD pela internet, ele estava quase largando o sonho de ser artista para trabalhar num supermercado, pois precisava ajudar com dinheiro em casa… Felizmente pudemos intervir antes desse grande talento ser perdido, dando o suporte pra que ele continuasse a se desenvolver como artista e ter uma carreira.

A HUB é uma das principais gravadoras eletrônicas do nosso país. A parceria com a Sony Music contribui pra isso?
Modéstia à parte, acreditamos ser o maior selo de música eletrônica em atividade no Brasil. Isso graças ao trabalho em conjunto com a Sony Music, com quem temos contrato. Basicamente a HUB cuida de toda a parte de A&R (artístico e repertório) e a Sony é responsável pela distribuição e relacionamento com as plataformas digitais. Em conjunto, trabalhamos o marketing de todos os lançamentos, aí incluídas ações com as próprias plataformas, rádios, TV, influenciadores digitais e demais oportunidades. A Sony trouxe o “punch” que faltava para fazer com que a HUB se tornasse o sucesso que é atualmente, e felizmente lançamos vários dos hits das pistas brasileiras, como “Sunshine e Keep on lovin’”, do Cat Dealers, “Cante por nós”, do Vintage Culture e KVSH, o remix oficial de “Ai Ai Ai”, da Vanessa da Mata (produzido pelo Felguk e Cat Dealers), e o primeiro remix oficializado pelo Natiruts, de “Sorri sou rei”, feito pelo KVSH – entre outras dezenas de músicas de sucesso das pistas.

 

KVSH: Um dos grandes hitmakers da e-music

KVSH: Um dos grandes hitmakers da E-Music

Inclusive o KVSH está se consolidando como uma das grandes apostas para o mercado popular. Na sua visão, a que se deve esse rápido crescimento?
O KVSH é um dos maiores hitmakers da cena eletrônica, além de ser um produtor musical com nove anos de experiência (começou bem novinho), um comunicador nato, muito carismático. É fácil gostar dele de imediato, seja pelas suas músicas (várias são em português) seja pela sua presença de palco e simpatia na comunicação nas redes sociais.

Como se deu a aproximação com a WorkShow para a criação da Nova Bookings?
Não posso ainda dar muitos detalhes, mas basicamente se deu num período em que algumas coisas turbulentas nos bastidores aconteceram, e por acaso descobrimos que a WorkShow tinha vontade de se envolver com artistas de música eletrônica. Começamos as conversações e rolou de cara uma ótima sinergia e simpatia entre os sócios de ambas as empresas, sem contar que cada um tinha o que o outro precisava: nós, os artistas e a vontade de ampliar o mercado para eles, e a WorkShow, o grande circuito de eventos e demanda por DJs. Foi um casamento perfeito.

Com a criação da agência, os artistas da Boost Mgmt passarão ter suas carreiras administradas pela Nova ou a parceria com a Work limita-se aos grandes eventos não eletrônicos?
Na realidade os artistas da Boost Mgmt automaticamente terão seus shows vendidos pela agência Nova. A WorkShow é sócia da agência, independente de shows do meio eletrônico ou do grande circuito popular.

Pergunto isso porque, dentro do segmento de e-music, a Boost é muito grande e conceituada…
Apesar de sermos “grandes” como agência de empresariamento, no meio da música eletrônica do Brasil existem bem definidos os papéis de empresário (manager) e de agente de vendas (bookings). E como agência de bookings (vendas) ainda somos uma empresa nova no mercado, mesmo tendo por trás sócios e vendedores de shows renomados. Como a intenção da Nova é ir além do mercado eletrônico, pra gente faz total sentido ter um grande sócio como a WorkShow, pois dá a perspectiva a todos os artistas da Nova de que, se eles crescerem, serão grandes no meio eletrônico, mas também terão portas abertas para os grandes palcos do Brasil.

A Nova só vai agenciar DJs que são produtores, é isso?
Exatamente, são artistas que fazem suas próprias músicas e se apresentam como DJs. Calvin Harris e David Guetta são exemplos mundiais deste tipo de profissional.

Vocês também poderão vir a agenciar (ou já agenciam) cantores que fazem parcerias com DJs?
Sim, inclusive já temos alguns cantores/compositores talentosos na mira. Um deles é uma jovem carioca chamada Vic Brow, que ainda está no anonimato, mas que já está compondo e gravando várias músicas com nossos artistas. Em termos de cast, claro, o carro-chefe sempre serão os DJs, nesse perfil produtores musicais. Queremos em breve ter mais artistas no cast, sejam nomes consagrados do meio eletrônico que estejam em outras agências de booking ou novos talentos que venhamos a empresariar pela Boost Mgmt.

Por que artistas como Alok (que é de outra agência) e agora Cat Dealers (que estreou em Barretos neste ano) fazem tanto sucesso nos eventos rurais? Seria porque, com o crescimento das plataformas digitais, todos os estilos ficaram mais acessíveis aos consumidores?
Eu sou suspeito para falar, mas creio que a música eletrônica está num momento excelente no Brasil – basta ver, por exemplo, quais são as playlists com mais seguidores no Spotify no nosso país. A geração que hoje tem 18 anos de idade já cresceu com muito acesso à informação, sendo impactada pelo trabalho de artistas eletrônicos internacionais que vem fazendo muito sucesso desde a virada da década (vide Guetta, Calvin Harris, Tiësto, Martin Garrix, Hardwell, Armin van Buuren etc). Outro fato, esse vital, é que finalmente temos grandes artistas fazendo música eletrônica de qualidade por aqui, inclusive esses que são da mesma geração que consome esse tipo de música. Hoje em dia, Alok, Vintage Culture e Cat Dealers são atrações que dão “sold out” em qualquer evento em que se apresentem pelo país, com hits de verdade e fãs reais.

O primeiro nome a ser trabalhado pela Nova nos eventos populares será o Cat Dealers?
Cat Dealers é nosso artista de maior popularidade, então naturalmente já existe uma demanda pelo show deles nos grandes eventos. Apostamos neles justamente por essa demanda, que surge pelos hits e pela quantidade de jovens que os acompanham por todo o Brasil. Sem contar o fato de que são muito comprometidos e querem sempre entregar o melhor, seja no estúdio, seja nos shows. Mas temos outros artistas que terão uma representatividade grande no circuito também, como o KVSH, que apesar de novo no cenário é um fenômeno e está crescendo exponencialmente, e o Felguk, uma dupla consagrada.

Como se deram as negociações para que o duo tocasse em Barretos neste ano e participasse dos shows de Shakira? E como avaliam a receptividade do público para com o duo?
Isso vem da influência da WorkShow, no caso de Barretos, e da Sony Music, no caso da Shakira. O show em Barretos foi excelente, o público se divertiu bastante, mas foi um belo teste de fogo, e, sem dúvida alguma, nos inspirou a desenhar um novo modelo de show (em termos de produção) para explorar todo o potencial que um grande palco e um público como esse, de eventos populares, proporcionam. Tem muita novidade boa vindo com essa perspectiva e oportunidade.

Vocês também farão a curadoria de festivais. Além do Sonzeira Rio, em janeiro do ano que vem, há outros em negociação?
O Sonzeira será um evento eletrônico itinerante, que terá a primeira edição no Rio de Janeiro, no início de 2019, e que contará com todo o cast da Nova Bookings. Pretendemos levar o evento inicialmente para as grandes capitais, e, quem sabe, termos espaços do Sonzeira nos grandes eventos populares do Brasil.

Em alguns gêneros musicais (como sertanejo), há muita integração entre os artistas e profissionais. Noutros, isso não é muito observado. Como é o dia a dia da cena profissional de e-music no Brasil? Existe muita concorrência? Há empresas e artistas que fazem parcerias, projetos em conjunto?
Há uns anos atrás havia muito mais concorrência e desunião, e em determinados momentos até monopólio de uma ou outra agência, o que sempre atrapalha o mercado. Mas essa nova geração de artistas veio com uma nova mentalidade, estão sempre abertos às chamadas “collabs” nas músicas, e não veem problemas de serem amigos de outros DJs que são de outras agências de booking ou empresários. Claro que existe rivalidade e competição, o que é natural e até certo ponto saudável, mas a cada ano que passa isso se mostra ineficaz no médio/longo prazos. Creio que a cena eletrônica do Brasil está cada vez mais madura e aponta para uma grande longevidade.

Fora os eventos mais populares, que passam agora a ser focados pela Nova, como anda o mercado de eventos especifícos de e-music? Em que praças eles levam mais público?
Nossas principais praças são o Sudeste e o Sul, porém em algumas cidades do Nordeste e Norte já temos uma representatividade e potencial venda de ingressos. Manaus, por exemplo, é uma cidade com grande público pra música eletrônica.

 

Os sócios/diretores da Nova Bookings: Felippe Senne, Filippe Risse, Toninho Santos, Wander Oliveria, Rafael Brahma e Alberto Bahia

Os sócios/diretores da Nova Bookings: Felippe Senne, Filippe Risse, Toninho Santos, Wander Oliveria, Rafael Brahma e Alberto Bahia

 

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