Entrevistas

Biel: Ele tá chegando!

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Do alto de seus 19 anos, Biel é o caçula entre os funkeiros do casting da Warner Music. A major, que lançou o fenômeno Anitta em 2013 e Ludmilla no ano seguinte, ainda tem o veterano Buchecha e Duduzinho entre seus contratados. À primeira vista, a principal diferença entre o jovem de Lorena (SP) e seus colegas está, justamente, no local de nascimento: Biel é o único paulista do quinteto. Todos os outros são cariocas da gema, vindos do berço do batidão que deu origem a todas as vertentes do funk feito no Brasil.

Em comum, todos passaram pelo rito de excluir o “MC” do nome artístico, como indicativo de uma mudança significativa em suas obras. Agora, o funk é a base do som dessa galera, mas as músicas ganharam um tom bem mais pop, muitas vezes caminhando pelo universo eletrônico e incluindo outros ritmos como r&b, hip hop e até reggae. No caso de Biel, esse flerte com o pop é anterior à assinatura do contrato com a Warner, em abril de 2015. Dois meses antes, ele lançou o clipe de “Boquinha”, faixa produzida por Rick Bonadio de forma bem mais elaborada que as de suas primeiras músicas. “No começo, eu compunha e me apresentava apenas com um DJ. Não cantava, era só batida e voz. Então, conheci o Rick Bonadio, que me convidou para produzirmos algo juntos. Não tinha como não aceitar. Desde pequeno ouvi vários artistas produzidos por ele, era fã de Mamonas Assassinas, NX Zero… Rouge! Eu ouvia Rouge, cara”, diverte-se Biel. “O Rick me ajudou muito, foi o primeiro a sugerir que eu fizesse aula de canto, por exemplo”, completa.

Desde então, o funk pop tem sido o som de Biel. Esse será o ritmo predominante em seu primeiro álbum, que chegará ao mercado ainda nesse semestre. Dessa vez, a produção está a cargo dos requisitados Umberto Tavares e Mãozinha, figuras carimbadas em trabalhos bem sucedidos de artistas como Anitta, Ludmilla, Belo e Naldo, entre outros. O disco vem puxado pelo single “Química”, lançado em novembro. Além de cantar e atuar, o garoto também é o responsável pelo roteiro do clipe. “Eu gosto muito de escrever e de estar presente em todas as etapas. Então, sempre participo do roteiro ou da direção dos meus clipes”, conta Biel.

O repertório ainda inclui outras de suas músicas mais conhecidas, como “Demorô”, “Pimenta” e a própria “Boquinha”. De resto, o cantor apresenta material inédito e, ao que tudo indica, bem diversificado. “Quando falei que estava fazendo o disco, muita gente começou a me enviar músicas. E tinha muita coisa legal, com ritmos diferentes. Acabei escolhendo mais músicas dos outros e deixei as minhas um pouco de lado”, explica. “Vai ter de tudo: o batidão do funk, uma batidinha mais pop, faixas em voz e violão, reggae e outras surpresas”.

DE MALA E CUIA

Desde que assinou contrato com a Warner Music e fechou parceria com a A3B Music para a venda de shows, a carreira de Biel passou a ser tocada a partir do Rio de Janeiro. Com isso, o cantor decidiu trocar o interior de São Paulo pela Cidade Maravilhosa. A mudança ocorreu porque, não apenas sua gravadora e escritório, mas todo o resto também está no Rio. “Por mais que boa parte da mídia esteja em São Paulo, meu escritório, banda, dançarinos, produtores, enfim, tudo fica baseado no Rio. Então, morar na cidade facilita quando se tem reuniões, ensaios etc.”.

Contudo, a questão logística é apenas um dos pontos dessa fase carioca de Biel. De olho no mercado, principalmente nas rádios do Rio, o paulista adotou o sotaque dos novos vizinhos. “É como dizem, aqui no Rio não entra ‘porrrta’, né?”, diverte-se, referindo-se ao sotaque arrastado do interior paulista. “Por isso, resolvi seguir o conselho e adotei o “carioquês” nas minhas músicas, até porque vamos entrar nesse mercado com tudo. “Química” já foi aprovada pelas rádios, está indo muito bem”, comemora. Essa mudança de sotaque também é muito perceptível na nova versão do hit “Pimenta”, que foi incluída na trilha do filme “Vai Que Cola”, estrelado por Paulo Gustavo.

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