Entrevistas

O pagode pop de Dilsinho

Dilsinho dest

Depois de despontar como compositor requisitado por nomes como Alexandre Pires, Sorriso Maroto e Thiaguinho, o carioca Dilsinho teve um ótimo início em sua carreira discográfica. O primeiro álbum, de 2014, gerou os singles “Já Que Você Não Me Quer Mais”, “A Vingança” e “Dá Pra Saber”. Todos foram bem executados em diversas praças do país, principalmente nas rádios do Rio. Agora, o cantor apresenta ao mercado o disco em que acredita ter potencial para expandir ainda mais sua carreira. As mudanças em relação ao trabalho anterior começam pela gravadora. O álbum chega pela Sony Music, major com a qual assinou contrato no fim do ano passado. No recheio, o artista utiliza uma fórmula já conhecida pelo seu público: o pagode pop, quase sempre com pegada romântica.

Porém, com mais cancha de estrada, Dilsinho aposta num repertório ainda mais certeiro. “Tenho tocado algumas dessas músicas nos shows e as pessoas reagem muito bem. O som é parecido com o do disco anterior, traz a tendência pop que eu sempre mostrei. Mas também procurei inovar. Por exemplo, uma das novas faixas é apresentada no formato voz e violão, uma novidade para mim”, revela. Na produção, Dilsinho repete a parceria que deu certo no primeiro álbum – ela continua a cargo de Lelê e Bruno Cardoso, vocalista do Sorriso Maroto.

O Sorriso também participa de uma das faixas do disco, assim como marcou presença em um dos shows de lançamento da nova turnê de Dilsinho, Outra vida, em outubro do ano passado, no Barra Music, Rio de Janeiro. Aliás, a quantidade de participações nos dois primeiros shows da tour dá uma pista do que o cantor quer para este ano. Além do grupo, o show ainda contou com as participações de Nego do Borel, Mumuzinho e da banda Onze:20. Dois meses antes, o pagodeiro já havia dividido o palco com Anitta e Preta Gil, no I9 Music, também na capital fluminense.

Vale destacar que nos shows da turnê Dilsinho também apresenta composições que fizeram sucesso com outros artistas, incluindo alguns dos que cantaram com ele nos dois shows citados. Entre esses sucessos, estão “Maluca Pirada”, interpretada por Alexandre Pires e Mumuzinho, “Aí Que Eu Gosto e Vou Pra Cima” e ‘Pra escutar”, ambas gravadas pelo Sorriso Maroto. Carismático, Dilsinho revela que algumas dessas pessoas se tornaram muito mais que colegas de profissão. “Com o passar do tempo, meu trabalho foi acontecendo nas rádios e passei a ter uma proximidade maior com alguns cantores. Todos que cantaram comigo nos primeiros shows são meus amigos até hoje e os chamei por causa disso”.

NOVA GERAÇÃO

Apesar de já ter tocado em quase todos os estados brasileiros, Dilsinho reconhece que o Rio de Janeiro ainda é a praça onde seu nome é mais forte. É lá que todos os seus singles entram, automaticamente, na lista das mais executadas. “A questão é que sertanejo é muito forte e há estados onde só tocam este gênero”, justifica o cantor, que enxerga um futuro promissor para o estilo que escolheu como meio para mostrar sua arte. “Muitos vocalistas estão saindo de seus grupos para iniciar carreira solo e artistas novos estão surgindo para levantar a bandeira do gênero”, analisa.

Do alto de seus 23 anos, Dilsinho desponta como um dos principais expoentes da nova geração. A posição de destaque foi atingida por conta da capacidade do jovem artista de unir o tradicional ritmo com uma estética bem pop, que vai além da música. “Essa é uma característica bem importante no meu trabalho. Desde a primeira música que lancei, sempre procurei gravar clipes, o que não é comum no samba e pagode. No clipe de “A Vingança”, eu trouxe duas amigas, as atrizes Juliana Paiva e Josie Pessoa. Já o clipe de “Se Quiser” foi gravado na Califórnia e a música apresenta sonoridades bem diferentes, incluindo o uso de violões de aço. Enfim, eu agrego coisas que gosto de ver e ouvir”, diz.  “O samba e o pagode são segmentos bem tradicionais. Portanto, por ser algo novo, pode levar um tempinho até algumas pessoas entenderem essas mudanças. Basicamente, a gente pensa em fazer uma música pop, sem perder as características essenciais do som”, completa.

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