Criado em são Paulo no final dos anos 1970, o grupo Raíces de América é formado por músicos argentinos, chilenos e brasileiros, que fazem uma mistura sonora com instrumentos andinos, como as tarkas, os charangos e as quenas, acrescentados de violões e baixo elétrico, entre outros. Neste final de semana, o grupo mostrará seu trabalho no Teatro do Sesc Belenzinho (zona leste da capital paulista). Os shows acontecem sábado (às 21 horas) e domingo (às 19 horas).
No repertório, letras e músicas que viajam pelos fatos que moldaram a história da América, desde a época da ditadura em vários países, passando pela abertura política, pela consolidação da democracia, por suas contradições e pelos nomes históricos que se destacam. Temas consagrados da música latina e brasileira com arranjos novos e sofisticados também estão no repertório – “La Carta’, “Fruto do Suor”, “Guantanamera”, “Los Hermanos” -, e temas festivos e folclóricos como “La Fiesta de San Benito”, “Negra de Colores”, “Mira Ira”. Não faltam ainda algumas canções inéditas, como “Ameríndia”, “Quando’, “Potosino Soy”.
A atual formação do Raíces de América conta com oito músicos e cantores multi-instrumentistas, que se revezam em cerca de 30 instrumentos, brasileiros e andinos, de cordas e de sopros, acústicos e elétricos. São eles: Willy Verdaguer/Argentina (baixo elétrico, violão, guitarra, charango, zampoña, bombo leguero, voz, direção musical e arranjos), Mirian Miràh/Brasil (primeira voz, violão e charango), Fabian Famin/Argentina (violão, charango), Alamiro Sanhueza/Chile (bateria, timbales), Chico Pedro/Chile (quena, zampoña, tarkas, ocarinas e flauta tranversal), André Perine/Brasil (violão, guitarra, baixo, charango, fretless, voz, viola caipira), Jara Arrais/Brasil (violão, charango e voz) e Jica Thomé/ | Brasil (bombo leguero, congas, bongô, talkin’drum e efeitos).
Em 1980, com Mercedes Sosa como madrinha, o Raíces de América estreou em São Paulo com direção de Flávio Rangel, um espetáculo que contava com performances, arranjos, iluminação, figurino e cenografia elaborados especialmente para a ocasião, e com declamações de poemas de autores latino-americanos pela atriz Isabel Ribeiro. Nos anos seguintes vieram produções assinadas por Mirian Muniz e Cláudio Luchesi. Desde então, o Raíces lançou dez álbuns, com músicas próprias e regravações de clássicos latinos.