Entrevistas

Rainha do sertanejo: Roberta Miranda comenta novo DVD

Se de três anos para cá, o mercado de música sertaneja colocou as mulheres no topo, no mesmo patamar das duplas masculinas, a chamada rainha do gênero, Roberta Miranda, tem papel importantíssimo nesta história. Roberta foi a primeira cantora solo a explodir no segmento, 30 anos atrás. Durante uma década, reinou quase que sozinha em meio às duplas masculinas, superando preconceitos e abrindo mercados. Hoje, ela é ídolo de importantes cantoras da nova geração. Justamente por isso, Roberta resolveu convidar algumas delas para participar da gravação do CD/DVD alusivo aos seus 30 anos de carreira: as duplas Maiara & Maraisa, Simone & Simaria e Day & Lara e as cantoras Marilia Mendonça, Naiara Azevedo e Solange Almeida. “Fiquei muito lisonjeada com a presença dessas artistas. Todas toparam de primeira participar da gravação. O projeto tem a ver com uma data especial em minha carreira, mas o considero um tributo à alma feminina, às nossas lutas e aos sentimentos das mulheres”, comenta Roberta, que gravou o DVD no Espaço das Américas, em São Paulo, no Dia Internacional da Mulher (8 de março).

O embrião do projeto começou há dois anos. “A ideia foi da Celia Moratori, uma das minhas empresárias (ao lado da Agência Produtora). Um dia, postei na internet um vídeo em que aplaudia essas cantoras da nova geração, pelas letras com atitude e pelo sucesso que estão fazendo. E várias delas, através das redes sociais, se declararam pra mim, dizendo que adoravam minha história, que eu havia influenciado o trabalho delas etc. Naquele momento, percebi que a ideia tinha tudo pra dar certo”, afirma, lembrando que Celia Moratori assina a produção executiva do produto ao lado de William Wagner, da Agência.

Com arranjos de Caixote, produção de Laércio da Costa e direção de vídeo de Fabio Lopes e Tiago Silva, o CD/DVD, a ser lançado em junho pela Sony Music, deve fazer história. Ao menos se levarmos em consideração as manifestações efusivas do público presente ao Espaço das Américas. Ao todo são 20 canções, entre conhecidas e inéditas. Roberta abre o álbum cantando seu principal sucesso, Majestade, o sabiá, e encerra o set list interpretando a faixa ao lado de todas as convidadas. No meio, homenageia alguns de seus ídolos, como Milionário & José Rico (Estrada da vida) e Roberto Carlos (Te amo, te amo).

Com as convidadas, a anfitriã divide algumas de suas canções mais conhecidas: São tantas coisas (com as irmãs Simone & Simaria); Meu dengo (Solange Almeida), Vá com Deus (Maiara & Maraisa), Dói (Naiara Azevedo) e a inédita Os tempos mudaram (Marilia Mendonça). Já as novatas Day & Lara fazem dueto no “hino” sertanejo Boate azul. Apenas na companhia de sua banda, Roberta interpreta as inéditas Sonhei com você, Meu coração disse sim, Pecado de amor, Abandono, Tempestade, Canalha encantador, Ainda ontem, Manda um beijo pra ela e Santo anjo (todas de sua autoria), além do clássico Telefone mudo.

O primeiro show da nova turnê de Roberta, baseada no CD/DVD, aconteceu no dia 27 de maio, no Viva Rio (Rio de Janeiro). “Trabalhamos em várias frentes. A Roberta é uma artista consagrada e representante do sertanejo clássico. É um ícone deste estilo musical. Por isso, procuramos não restringir as apresentações aos eventos rurais. Vamos focar também as casas de shows, teatros e o mercado corporativo”, avisa William Wagner.

O grande trunfo de Roberta Miranda nos últimos anos foi a renovação de seu público, sobretudo por conta de suas postagens incomuns nas redes sociais (só no Instagram, são mais de 1 milhão de seguidores). “Recentemente, fizemos uma pesquisa e o resultado foi surpreendente: 62% das pessoas que apreciam meu trabalho tem entre 18 e 25 anos”, reforça ela. Ou seja, esse público conheceu seu trabalho basicamente pela internet porque não era nem nascido nos anos 1980, quando ela estourou no mercado e ganhou o título de Rainha da Música Sertaneja. A pesquisa ainda indicou que 78% da massa de admiradores da artista é formada por mulheres. Essa renovação de público se reflete um pouco na sonoridade do CD/DVD. Segundo ela, Caixote e Laércio da Costa procuraram criar arranjos modernos para as canções inéditas, deixando os clássicos próximos de suas concepções originais.

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