Entrevistas

Bis Entretenimento comemora 25 anos de atuação

ronaldo bis

Uma das principais produtoras de shows do país, a Bis Entretenimento, de Belém (PA), está comemorando 25 anos de existência. À frente da empresa, que conta com cerca de 40 colaboradores, está Ronaldo Maiorana, cuja família é detentora de um conglomerado de comunicação no estado, incluindo o jornal O Liberal, portal de internet, a Liberal FM e a emissora de TV de mesmo nome, que retransmite a programação da Rede Globo. “Antes de fundar a Bis, eu cursava Direito e trabalhava na redação do jornal O Liberal. O ramo de shows vem de família. Meu pai, Romulo Maiorana, promovia shows e eventos. Meu irmão, Romulo Maiorana Junior, também. Assim, comecei a trabalhar com o meu irmão”, explica Ronaldo, cuja empresa de eventos atua também em cidades como Macapá, São Luís e Manaus. “Eventualmente estendemos nossa atuação para outros mercados. Fizemos uma tour da banda ABBA por 14 estados, incluindo sudeste e centro-oeste, e também a turnê do Air Suplay, que passou por Fortaleza, Teresina, Belo Horizonte e Rio de Janeiro”, afirma. Na entrevista a seguir, Ronaldo fala um pouco dessas duas décadas e meia da Bis e dos novos braços de atuação da empresa.

SUCESSO! – Fale dos eventos mais representativos que a Bis produziu ou organizou nesses 25 anos.
RONALDO MAIORANA – É difícil… Dividirei em segmentos. Shows de Barry White, Donna Summer, Iron Maiden, Deep Purple, Gloria Gaynor, Shakira, Scorpions, Billy Paul, Alanis Morissette, PitBull, David Gueta e Legião Urbana significaram muito por se tratarem de ícones da música internacional e nacional. Um evento emblemático foi o FestRock, realizado em 1988, que marcou o início da minha parceria com o Marco Vaz (produtor da Bis até hoje). Por contar com várias bandas, exigiu-nos um trabalho de logística maior e mais elaborado. Foram quatro bandas por noite, em apresentações de sexta a domingo. Lembro que choveu nos três dias e ainda houve uma greve de ônibus na cidade. Ainda assim, o evento foi um grande sucesso e marcou os anos 80, a “era de ouro” do pop rock nacional. O show dos Mamonas Assassinas também foi muito marcante. Ele se deu no dia 26 de janeiro de 1996 – 35 dias antes do acidente aéreo que vitimou seus integrantes –, num megaevento com o sorteio de uma brasília amarela. A apresentação teve repercussão nacional por conta da promoção criativa, elaborada pela Liberal FM.
O Parafolia (carnaval fora de época) também foi um evento de extrema importância para a história da Bis. Durou 15 anos (de 1996 a 2011), envolveu a grande massa popular de Belém, de outras partes do Pará e até de outras regiões do país – e deixou recordações maravilhosas no nosso povo. O evento levava até 400 mil pessoas às ruas. Nomes como Chiclete com Banana, Ivete Sangalo, Asa de Águia, Ricardo Chaves, Babado Novo (lançando Claudia Leitte), Timbalada, Ara Ketu, Olodum, É o Tchan, Cheiro de Amor, Jammil, Terra Samba e todos os grandes ícones da axé music participaram do Parafolia.

Fora do segmento musical, o que você destacaria entre os cases de sucesso?
Preciso citar as temporadas na cidade da Companhia Orlando Orfei, do Balé Russo e dos circos da China e Thianny Spetacular. Esse segmento é muito importante pois além de ser planejado e produzido com meses de antecedência, mexe com toda a sociedade e todas as faixas etárias. Essas trupes ficam na cidade até dois meses. Nesses eventos, quando recebemos e acomodamos grupos com até 200 pessoas, compostos por artistas de várias nacionalidades, nossa responsabilidade aumenta. Há o trabalho com o público e com as grandes equipes, o aquecimento do comércio informal, a troca de informações culturais e, principalmente, o incremento do entretenimento que buscamos sempre com espetáculos grandiosos e de qualidade para nosso mercado. Por fim, me orgulho da Bis ter se envolvido com o Super Clássico das Américas, em 2011, entre Brasil x Argentina. A Bis fez a produção e assessoria de imprensa local, em parceria com as empresas Klefer e Zero Três. Esse evento tem um significado especial para todos nós e para a cidade de Belém pois foi nessa noite que todo o estádio Mangueirão cantou em uníssono o Hino Nacional. Foi maravilhoso, arrancou lágrimas de muitos – até de Neymar. As imagens encantaram o Brasil e o mundo.

Pode citar os artistas com os quais mais trabalhou ao longo destes 25 anos?
Foram tantos que fica difícil lembrar de todos. Mas um que é sempre um marco para a Bis é o Roberto Carlos, que considero o maior artista do Brasil. Foram mais de 30 shows do Roberto. Além de não se discutir a qualidade do artista, a convivência com seus empresários é a melhor possível. Trabalhar com o Dody Sirena e com o Cicão Chies é sempre um aprendizado, seja pela organização do trabalho, seja pelo lado pessoal. Além deles, também tenho tenho grande estima e amizade pelo Luiz Augusto Nóbrega (Luan Produções).

Vocês apenas produzem e organizam eventos, ou também atuam como representantes regionais ou managers?
Nosso histórico sempre foi mais voltado para a produção e organização de eventos. Mas estamos com novas metas e uma delas é apostar em artistas novos, já que temos a maior rede de rádio e o principal jornal da região norte do país, além de emissoras de TV aberta e a cabo.

Fale sobre o braço da Bis que atua no segmento corporativo. Vocês apenas fazem a produção artística ou realizam o evento como um todo?
Não realizamos eventos coorporativos com muita frequência, mas já fizemos, sim, algumas vezes. Um exemplo são as festas da Associação de Magistrados do Pará (AMEPA), em que cuidamos da produção geral, incluindo a contratação de atrações artísticas.

A parceria da Bis com as Organizações Romulo Maiorana se resume apenas à divulgação e promoção dos eventos ou inclui a realização de eventos próprios?
As duas coisas. Há casos em que se dá somente a divulgação. Porém quando temos, por exemplo, que preparar um evento para a Rede Globo – caso do programa Sons do Pará –, a Bis é responsável por toda a produção – e o programa é veiculado na TV Liberal, afiliada da Rede Globo. Há também os grandes eventos do Grupo ORM que a Bis sempre produz, como Festival de Verão, Corrida do Sal, Rainhas das Rainhas, entre outros.

O fato de ter um grande grupo de comunicação associado na questão promocional é um facilitador na hora de fechar datas com artistas conhecidos?
Sim, porque isto nos dá condições de trabalhar o artista, trabalhar sua imagem na região através dos meios de comunicação. Quando o artista chega para fazer o show, sabe que a divulgação foi bem realizada. Mas durante a fase de contratação dos shows, não há este tipo de negociação incluso.

Que gêneros musicais são mais consumidos no Pará?
O Pará tem um povo muito animado, entusiasmado e eclético. Nossa gente aprecia todos os estilos musicais. Mas o sertanejo, o technobrega, o samba/pagode, o forró e a MPB são muito fortes por aqui. Há também os admiradores de jazz, de música clássica, de rock… Além desses gêneros, o público consome os ritmos regionais, como guitarrada, marujada, carimbó… E a Bis está sempre envolvida na produção de shows dos mais variados estilos.

Como funciona a venda de ingressos dos eventos?
Temos um quiosque em cada um dos cinco shoppings da cidade e mais um ponto de venda na própria sede. Além destes postos fixos, a compra dos ingressos pode ser feita pelo site www.meubilhete.com, que é de uma empresa de Goiânia parceira da Bis.

Qual a forma de atuação da recém-criada Bis Roma Sport?
O foco da Bis Sport são as maratonas. O sócio da empresa, Paulo César Santos, é um profissional com bastante know how na área. Assim, a empresa está se aprimorando para que possamos promover as atividades em todo o estado. Já fizemos a Corrida de Belém. Até o final do ano, vamos realizar a Corrida da Mulher e a Corrida do Sal, entre outras maratonas. Estamos começando também a atuar com marketing esportivo, por meio de captação e administração de atividades ligadas ao futebol.

Gostaria de destacar o trabalho de alguns profissionais de sua empresa?
A empresa é formada por uma equipe competente, alguns com muito tempo de contribuição. Seria injusto destacar um ou outro profissional porque a Bis é uma equipe. Pessoalmente, não gosto de holofotes, sou discreto, prefiro trabalhar nos bastidores. Gosto de dar oportunidade para os colaboradores aparecerem e mostrarem seu trabalho. A empresa é sempre um conjunto, uma engrenagem. Tem o Marcos Vaz na produção e várias pessoas fazendo o Marketing e administrando as redes sociais… A Bis Entretenimento tem mais de 40 colaboradores e vários parceiros, caso do grupo ORM. Aliás, tenho um sobrinho, Giovanni Maiorana, filho do meu irmão Romulo, e também o meu filho mais velho, Ronaldo Junior, que já estão estagiando para aprender como se faz a produção de shows e eventos. Se tiverem vocação para o show business, irão me ajudar a levar a Bis adiante, rumo aos 50, 75 anos de atividades.

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