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Com belo álbum, Bruno Caliman investe na carreira de intérprete

Poucos artistas conseguem transitar com tanta naturalidade entre os ritmos e os sentimentos que moldam a música brasileira. O baiano Bruno Caliman, um dos compositores mais influentes de sua geração, faz isso com maestria há mais de 20 anos, assinando sucessos de artistas de variados gêneros — de Luan Santana (“Te Esperando”) a Ana Carolina (“Coisa Minha, Coisa Tua”), de Roupa Nova (“Mar de Lágrimas”) a Iza (“Como Posso Amar Assim?”), de Paulo Ricardo (“Versos”) a Chitãozinho e Xororó (“Imagina”), de Dilsinho (“Péssimo Negócio”) a Luísa Sonza (“Chico”).

Com tantas demandas a atender, de artistas e suas gravadoras, Bruno pouco dedicou-se à carreira de intérprete, vertente em que também se mostra talentoso. Mas agora ele dá importante passo nesta direção ao apresentar “Calimanismo”, um álbum que condensa sua essência artística em 11 faixas, todas já disponíveis nas plataformas. O projeto audiovisual, cujos clipes estreiam no YouTube na sexta-feira, 14 de março, é, de acordo com o cantor-compositor, “mais do que um disco — é um manifesto”.

Como diz o press release, “Calimanismo” não é apenas um título, mas um conceito que define a assinatura musical e filosófica do artista. “Entre o lirismo melancólico e a rebeldia romântica, entre o rock de arena e a delicadeza da MPB, Caliman traça um mosaico sonoro onde cada faixa se torna um universo próprio, mas que, juntas, compõem uma narrativa maior: a de um artista plural, inquieto e, acima de tudo, autêntico”.

O álbum transita com elegância entre referências que vão do folk ao pop rock, do forró ao blues, sem jamais soar genérico ou perdido. Pelo contrário, “Calimanismo” é a prova de que a versatilidade pode, sim, ter identidade. É um trabalho que se impõe sem precisar gritar, que emociona sem precisar pedir licença.

O repertório traz candidatos a hits populares, como “Sua Boca” (participação de Luan Santana), a versão pop dançante de “Cobaia” (composta por ele e já gravada por Lauana Prado), a bela “Envelhecer” (feat. Ana Vilela) e o pop oitentista “Não Tenha Medo” (com Paulo Ricardo). A elogiada qualidade de letrista de Caliman está presente em todas as faixas, caso da romântica folk “Supermercado” (“Quando você entrou no supermercado / Os ovos de páscoa ficaram chocados / Pro macarrão, foi amor instantâneo / O champagne estourou precipitado… / Quando eu te vi no supermercado / Eu fiquei ali paralisado…”.

Se havia alguma dúvida de que Caliman não era apenas um grande compositor, mas também um intérprete pronto para ocupar o seu lugar definitivo no cenário nacional, este álbum dissolve qualquer hesitação. O artista que por tanto tempo deu voz a outros agora nos convida a mergulhar em sua própria alma musical. “E a experiência é, no mínimo, arrebatadora”, destaca o press release.

Além do lançamento de seu primeiro álbum, Caliman também colhe os frutos de sua trajetória como compositor: sua canção “Chico”, interpretada por Luísa Sonza, foi indicada no ano passado ao GRAMMY Latino na categoria de Melhor Canção em Língua Portuguesa.

Ouça “Calimanismo”, novo álbum de Bruno Caliman:

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