O disco Norte (2015), o oitavo da trajetória do NX Zero, completou um ano em agosto. Durante os 365 dias desde o lançamento, a banda esteve com a agenda cheia: foram dezenas de shows pelo Brasil, visitas a rádios e TVs, entrevistas, gravações de videoclipes e entrada em novo escritório artístico (Agência Produtora). Muito para processar, certo? Não para eles. Depois de passarem por uma ‘crise existencial’ que quase acabou com o grupo, Di Ferrero, Gee Rocha, Fi, Caco e Dani estão ainda mais unidos e maduros. Enfim, aos 30, eles encontraram a tão sonhada calmaria.
O fato da banda ter surgido numa época em que o axé dominava as estações de rádio não atrapalhou os planos do quinteto – muito pelo contrário. Nesses 15 anos de carreira, o NX Zero consagrou-se como uma das poucas bandas de rock que conseguiu estourar e permanecer em evidência – na mídia e no mercado de shows. “Passamos por diversas fases durante esse tempo, que nos fizeram crescer de várias formas. Com essa bagagem, hoje nos sentimos muito mais seguros e confiantes com nossa carreira, o que abre um leque muito grande de possibilidades para a banda”, analisa o baixista Conrado Grandino. “Não temos preguiça de nada. Não é porque hoje temos reconhecimento e estrutura que vamos cruzar os braços e esperar que os outros tenham ideias e as executem para nós”, completa.
No início classificado como emocore, o grupo lutou muito para tentar se desprender dos rótulos. Por isso, a cada disco, experimentou e misturou diversos estilos musicais. Em Norte, isso ficou ainda mais evidente. “Hoje temos certeza absoluta da direção que demos à nossa carreira. Tivemos alguns momentos conturbados, mas esse trabalho surgiu justamente por sabermos para onde estamos indo. É o começo de uma nova era. O NX Zero mudou, cresceu, e agora representa uma mistura de diversas sonoridades”, comenta o guitarrista, revelando que o quinteto trabalhará o álbum pelo menos até dezembro. “Lançamos esse material depois de um hiato grande e agora queremos aproveitar. Até o final do ano, estaremos focados na tour e nos nossos projetos atuais, sem preocupação com o que virá a seguir. Até agora, não pensamos em um sucessor para o Norte”, explica.
Mas o fato da banda não estar pensando em seu próximo projeto não quer dizer que não haverá novidades. Nos próximos meses, as faixas de Norte ganharão novas roupagens, assim como aconteceu com Meu bem, que recebeu no início do ano uma versão da rapper Karol Conka. “O resultado dessa releitura foi incrível. Estávamos querendo fazer esse intercâmbio com a Karol há muito tempo, porque, assim como nós, ela é uma artista que gosta de experimentar”, conta o guitarrista. Com o sucesso da parceria, o NX Zero criou um projeto paralelo, Norte Sessions, que promoverá nos próximos meses encontros entre o grupo e outros artistas. “Queremos recriar as doze faixas do álbum. Para tal, vamos nos reunir em estúdio com outros artistas que geralmente fazem um som bem diferente do nosso, e mudar a sonoridade da música ali, na hora”, explica.
Nos últimos meses, o NX Zero também passou por uma repaginação completa e começou a se apresentar em festivais e lugares onde nunca tinha tocado. “Norte abriu novos caminhos pra gente. Foi uma ruptura com o que já havíamos feito, e isso criou nas pessoas uma nova imagem da banda”, analisa Caco. “Vamos continuar a experimentar. Inclusive, o terceiro single do disco, Fração de segundo, ganhará um videoclipe bem diferente. Será a primeira vez que não vamos aparecer em um clipe nosso”, revela o guitarrista. Ele adianta que a entrada do vocalista Di Ferrero na bancada de jurados do reality musical X-Factor Brasil (Band) não afetará em nada a agenda do quinteto. “Para nós isso tem sido ótimo. O Di está lá por causa do seu trabalho à frente da nossa banda. Ou seja, é como se todo o quinteto estivesse lá”, afirma ele.