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Em entrevista, Barenbein fala sobre a Tropicália

capa tropicalia

Manoel Barenbein faz parte da história do melhor momento da MPB — os anos 1960 e 1970. Embora tenha atuado nas décadas seguintes, o produtor é responsável por assinar álbuns históricos como “Tropicália ou Panis Et Circensis” (gravado em 68 por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão, Tom Zé e Os Mutantes), além de ter lançado nomes como Toquinho e Chico Buarque e trabalhado naquelas décadas com Tim Maia, Rita Lee, Jair Rodrigues e Erasmo Carlos, entre outros grandes nomes da música.

Desde 2018, Barenbein (atualmente com 78 anos) vive em Israel, sua segunda pátria (ele é paranaense, de Ponta Grossa). No mês passado, ele participou de uma transmissão ao vivo do programa Kessem Brasilai, na Rádio Sol, sob o comando de Rachely Skapa, falando sobre  o histórico Festival de Música da TV Record (edição 1967), cujo vencedor foi Edu Lobo, com a música “Ponteio”, dele e Capinam. E a repercussão foi muito positiva, seja por parte da audiência do Brasil, seja pelos israelenses que gostam de música brasileira ou pelos brasileiros que vivem no país do Oriente Médio.

Por este motivo, hoje, dia 26, a partir das 20 horas, o veterano produtor participará novamente como convidado do programa, que pode ser acessado pelo link www.radiosol.co.il/show-live-video. Na ocasião, Barenbein falará em hebraico e em português sobre o movimento Tropicália, cujos álbuns — além do principal deles, citados no início da matéria — foram todos produzidos por ele.

“Eu me envolvi profundamente com o movimento. Por exemplo, em 1969 fui para a Bahia gravar dois discos, um com Gil, um com Caetano, uma maneira que a companhia RGE achou de conseguir um dinheiro para eles. O disco branco de Caetano, que tem “Irene” e “Chuvas de verão”, e o disco de Gil que tem “Volkswagen Blues”.  Eles estavam isolados, banidos, sem dinheiro para sobreviver, e não podíamos ajudar economicamente, dar dinheiro sem mais nem menos — o governo via a gravadora como subversiva. Resolvemos inventar os discos e dar um adiantamento sobre os direitos que iam ter. Tive que ir à Polícia Federal para explicar que eles não iam sair do estúdio. Conseguimos um equipamento sem condição alguma. Sentamos no chão, Rogério Duprat, Gil, Caetano, eu e o técnico Ari Carvalhaes. “Que fazemos?” Fizemos eles gravarem violão e voz, saí de lá com dois discos com só dois canais, voz e violão e umas coisinhas…”, disse ele em entrevista nos anos 1980, explicando como alguns dos discos do movimento Tropicália acabaram sendo concebidos e gravados.

Barenbein, que antes de se mudar para Israel atuou anos como produtor musical da TV Record, também tem no currículo trabalhos com nomes como Elis Regina, Fabio Jr., Ronnie Von, entre tantos outros.

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