O projeto musical Os Filhos dos Caras é atualmente um dos mais disputados entre os organizadores de eventos, principalmente formaturas e shows para empresas. Os Filhos dos Caras é uma homenagem dos herdeiros de Wilson Simonal, Tim Maia e Jair Rodrigues à música brasileira e a seus pais, personagens históricos neste processo. No palco, Wilson Simoninha, Max de Castro, Léo Maia, Luciana Mello e Jair Oliveira mostram um pouco do repertório de seus “mentores”, resgatam seu DNA, interpretando grandes clássicos dos seus pais e, por consequência, da música nacional. Sempre acompanhados por um quinteto formado por Marcelo Maita (teclado), Robinho Tavares (baixo), Daniel de Paula (bateria), Marcio Forte (percussão) e Guiza Ribeiro (guitarra).
A ideia do show partiu de Branco Gutierres, do escritório paulistano Branco Eventos. “Aconteceu meio por acaso. Minha empresa representa literalmente os ‘filhos dos caras’: além de Jair Oliveira, Luciana Mello, Simoninha, Max de Castro e Leo Maia, temos Pedro Mariano e João Marcello Bôscoli (filhos de Elis Regina) e Luiza Possi (Zizi Possi). Também trabalhamos por oito anos com a Maria Rita. Então, sempre foi comum no escritório negociarmos um artista para um evento e oferecer outro nome do cast para participar do show, como atração extra”, explica o manager. “Em abril do ano passado, fomos convidados para participar de um festival no Teatro Castro Alves, em Salvador, e os organizadores pediram um show diferenciado. Foi quando pensamos em reunir os filhos do Jair, do Simonal e do Tim Maia”, explica Branco, que já nos dias seguintes constatou que havia acertado na ideia, ao ver que seu telefone não parava de tocar, por conta de interessados na contratação da apresentação igual à levada à capital baiana.
Na verdade, desde o final dos anos 1990, herdeiros como Simoninha, Max de Castro, Jair Oliveira e Luciana Mello já faziam reverência às suas origens musicais e influências. “Agora, além de manter a ideia original de perpetuar a música brasileira, e da presença do Léo Maia, estamos apresentando novidades. Por exemplo, são utilizados recursos de vídeo na abertura do musical. O show mexe muito com a memória afetiva do público, traz um misto de emoções, alegria e nostalgia, atingindo as mais variadas faixas etárias”, afirma Simoninha.
Segundo ele, cada apresentação, via de regra, é composta por três dos artistas citados (de acordo com a disponibilidade das agendas). “A energia no palco é incrível. Eu vinha do ‘Baile do Simonal’, em que cantava o repertório do meu pai, juntamente com meu irmão Max. Mas agora, com os outros artistas, a coisa cresceu muito, porque pudemos juntar três repertórios poderosos. Todos juntos no palco, interagindo, um fazendo coro para o outro, tudo isso possibilita uma participação maior do público, que invariavelmente sai feliz no final”, explica Simoninha.
No repertório, considerando os números em conjunto e as performances individuais, o trio traz clássicos como “País tropical”, “Alguém me avisou”, “Nem vem que não tem”, “Mais que nada”, “Não deixe o samba morrer”, “Do Leme ao Pontal”, “Disparada”, “Descobridor dos sete mares”, “Deixa isso pra lá”, “Majestade O sabiá” e “Não quero dinheiro”, entre outros. “O setlist muda sempre, a gente mexe conforme a praça, mas claro que os grandes sucessos sempre estarão na lista”, diz Simoninha, lembrando que os herdeiros fizeram uma versão atualizada para “Velho camarada”, sucesso do final dos anos 1970 e início de 1980, composto por Tim, Hyldon e Fabio Stela e gravada pelos dois primeiros.
“O repertório só tem sucessos, pois como é sabido, os pais desses jovens artistas deixaram uma herança musical incrível. E os filhos são amigos desde a infância, por isso a sinergia no palco é total”, completa Branco. Jair Oliveira confirma: “A gente conta histórias das famílias, histórias dos pais, algumas engraçadas, outras emocionantes – então é bem interessante. E não é um show amarrado. Tanto eu quanto o Simoninha e o Léo Maia gostamos muito de mexer com a improvisação. A gente vai interagindo de acordo com o calor do público. É um show nos moldes daquilo que nossos pais gostavam de fazer, reunindo alegria, alto astral e interação”, diz o filho de Jair Rodrigues que, por conta de projetos nos Estados Unidos, às vezes é substituído no palco pela irmã Luciana.
Além dos sucessos dos pais, os filhos incluem algo do repertório próprio. “Todos nós, filhos, temos também uma história extensa na música, e por isso mostramos um pouco do nosso trabalho. Eu, por exemplo, acabo fazendo sempre “Simples desejo”, música minha e do Daniel Carlomagno, que foi sucesso nas vozes da minha irmã, de Thiaguinho e do Gilberto Gil”, continua Jair.
OUTRAS ATIVIDADES
Além de cuidar do projeto Os Filhos dos Caras e de gerenciar a carreira desses herdeiros e de Luiza Possi, a Branco Eventos agencia nomes como Ed Motta, João Sabiá, Rappin Hood e San (ex-Sambô). Segundo Branco, assim como o projeto ‘Os Filhos…’, os outros nomes do cast são negociados sobretudo com o mercado corporativo. “Atendemos o cliente avaliando seu evento de acordo com o perfil do produto/tema da ação e do público que vai participar. Muitas vezes, montamos o repertório de acordo com a proposta apresentada pelo cliente, ou seja, aquele público terá quase que um show exclusivo”, reforça o empresário.